Olá pessoal,
Como alguns de vocês sabem eu tenho um site de futebol e publiquei lá hoje o balanço da nossa época passada. Venho deixar aqui o texto:
"O que dizer do Sporting 2012/13 que não tinha ainda sido dito? De facto, será difícil encontrar uma equipa que tenha sido tão discutida na temporada transacta quanto a formação leonina. E, se virmos bem, a época tem contornos de tragédia que, pasme-se, ainda foram atenuados com o trabalho de Jesualdo Ferreira. Não sei se havemos de começar este balanço por referir a bagunça directiva com que se entrou na temporada, se com o número de treinadores que foram enterrados em Alvalade durante o ano, ou se com a responsabilidade que foi sendo posta nos ombros de miúdos de 18/19 anos que, à pressão, se foram fazendo homens, deixando para trás a pele de meninos.
Apesar da boa campanha europeia 2011/2012, o Sporting entrou em 12/13 fragilizado. Afinal, tinha falhado o acesso à Champions e a Taça de Portugal tinha fugido para a Académica, num golpe duro de assimilar por uma nação leonina sedenta de títulos. Nada que apoquentasse Sá Pinto, que apregoava aos 4 ventos que a equipa estava “muito forte”. Só que o futebol apresentado não correspondia a tal afirmação, e nesse início de época só o modesto Horsens deu a ilusão de que o Sporting estaria de volta aos tempos áureos. Não durou muito até que alguma cabeça tivesse de rolar em Alvalade para que a da direcção se mantivesse no mesmo lugar. E assim, sem pejo nem escrúpulo, desmistificou-se um leão acarinhado pelos adeptos, e Sá Pinto “foi de vela”. Oceano ficou durante 3 jogos, e perdeu-os a todos, saindo da Taça de Portugal pelo meio. Mais à frente se veria de quão pesada essa eliminação viria a ser (foi a primeira porta europeia a fechar-se). E depois chegou o ilustre desconhecido Franky Vercauteren. Campeão belga, com reputação de montar equipas ofensivas, esperança renovada. Ainda havia tempo. Só que ele foi-se esgotando, e o futebol não melhorava. E então cheogu Jesualdo para “Treinador dos treinadores”. Algo nunca visto em Portugal. Só Vercauteren não percebeu nessa altura que estava despedido. Mas estava. E quando Jesualdo assumiu a equipa, já só dava para fazer contenção de danos. Foi o que foi feito, e o Sporting ficou a 3 pontos da Europa. Mas não se livrou da pior classificação de sempre da sua história. Pelo meio, saiu Godinho entrou Bruno de Carvalho. Só que o cancro, esse, já tinha feito os seus danos. Agora, que veio a seguir vai ter de arranjar maneira de fechar a porta.
Equipa-tipo: Com tanto treinador numa só época, é complicado estabelecer um onze tipo. Houve tanta ideia a circular nos corredores de Alvalade que se tornaria num exercício mesmo impossível. Assim, escolhemos apresentar o onze mais utilizado por Jesualdo que, afinal, foi também o que melhores resultados deu aos leões.
Assim, o Professor apostou em Ilori ao lado de Rojo, construindo uma dupla de centrais rápida e mais coesa que todas as que já tinham sido testadas, com Cedric e Joãozinho a funcionarem em vaivém nas alas.
À frente do quarteto, o incansável Rinaudo com o adaptado Dier, de quem Jesualdo disse que faria um grande médio se o treinasse muitos anos. Com Adrien a completar o trio, Capel e Bruma tinham total liberdade para deambular na zona atacante, trocando muitas vezes de flanco e assistindo-se mutuamente, bem como ao avançado holandês van Wolfswinkel para aparecerem golos em Alvalade.
Por falar nele, no meio da tempestade que foi a temporada, Ricky conseguiu manter um registo elevado de golos, sendo uma ilha de salvação para muitos dos pontos leoninos. Ele e, claro está, São Patrício.
Destaques: A temporada foi tão má que não se esperaria a existência de destaques no Sporting. Mas, precisamente pela pobreza exibicional da equipa, não é difícil salientar os jogadores que se conseguiram valorizar no meio de tal vazio.
Rui Patrício continua uma muralha que faz exasperar até o mais paciente e confiante dos adversários. Dificílimo de bater, segurou tantos e tantos pontos que a sua importância já nem cabe em palavras.
A segunda vaga vai para Eric Dier. Quer quando surgiu na equipa A a lateral direito, assistindo Wolfswinkel para o golo que valeu 3 pontos contra o Braga, quer depois a central, quer ainda como trinco, evidenciou sempre uma qualidade acima da média. Pode ser cedo para se saber se é defesa ou médio, mas uma coisa é certa: jogador de bola ele é de certeza.
A finalizar, van Wolfswinkel. Longe de ser um nome consensual nas bancadas de Alvalade, continuou a fazer balançar as redes e, sem ele, o Sporting teria menos… 14 pontos. É muita preponderância junta para não ser destacado. Vamos ver se, este ano, os seus detractores não vão suspirar pela sua presença na área."