Avanço da direita e extrema-direita na Europa e no Mundo

Entrada da extrema-direita no Parlamento da Suécia pela primeira vez na História, manifestações violentas anti-homossexuais na Sérvia, extremistas com quase 28% dos votos em Viena nas eleições regionais austríacas, governo holandês refèm da extrema-direita para formar o executivo (e disposto a negociar com ela…), a questão dos ciganos em França e a presidência de Berlusconi em Itália… A direita radical costuma capitalizar o apoio das populações durante as crises e esta parece não ser excepção.

Fora da Europa, o «efeito-Obama» parece ter-se esgotado e também nos EUA o Partido Republicano e outras facções mais à direita parecem estar a ganhar novo alento, o que se pode também repercutir no nosso continente.

Devemos temer este fenómeno crescente? Ou ele é uma consequência natural da crise e desaparecerá tão abruptamente como apareceu? Será esta a melhor forma de resolver os problemas? É possível um novo Holocausto no futuro ou isso não passa de uma ideia sem fundamento? Por que é que a esquerda não reage? E por que é que não ganha apoiantes tão facilmente como a direita?

Fiquem à vontade para tentar encontrar explicações.

Cumps

Algo me diz que este tópico vai dar mau resultado…

Mas já agora, se fosse ao contrário (incremento da extrema-esquerda…) terias aberto o tópico na mesma? Ou isso já não significaria “motivo para alarme”?

É uma triste realidade, realidade que deve ser combatida a todos os níveis. Ocos politicamente, porque não têm nada para contribuir a não ser racismo encapotado, não servem para nada.

Eu, por enquanto, vou tentar abster-me de mencionar determinada ideologia ou inclinação ideológica. O português não deve temer a extrema-direita porque ela não existe em Portugal.

Há uns meses, mencionei tal facto (a subida da extrema-direita). Determinados foristas acharam que eu estava a ser alarmista. A verdade é que a extrema-direita, em determinados países, está muito perto de poder ser um entrave à acção legislativa.

Por outro lado, e tal deve ser respeitado, a extrema-direita não cai do céu nem compra lugares em qualquer parlamento. É escolhida pelo povo em questão. Democracia, nada mais.

Há quem ache mais preocupante que dois partidos com intervenção activa e positiva na sociedade (isto concorde-se ou não com aquilo de que são apológicos o BE e o PCP - diria o mesmo do PS, PSD etc) tenham obtido cerca de 17% dos votos dos portugueses do que o conjunto de situações que o 138 descreveu na abertura de tópico, que se refere a movimentos/partidos (não me referindo ao “grau” de extremismo, neste caso à direita) mas geralmente associados a frentes de violência, ódio e discriminação, como todos sabemos?

Espero que liberdade de opinião, mas há com cada uma…

É gente que para a política de um país, quando inserida no Parlamento (vá lá que por aqui ainda tarda, isto se alguma vez vier a acontecer, nas próximas décadas), contribui zero senão com medidas xenófobas e com o objectivo de provocar o caos e a insegurança junto de uma grande parcela da população do respectivo país, quando procuram apregoar precisamente o contrário diariamente, com medidas estapafúrdias de apelo à “defesa contra as ameaças oriundas dos estrangeiros, que nos vêm para cá roubar trabalho, casa, subsídios” e afins…

É preocupante pois claro. Há que combater em toda a linha esta proliferação, e esperar que seja algo efémero.

Haja alguém!

E faço a mesma pergunta que um forista acima fez… Caso fosse o aumento súbito da extrema-esquerda, este tópico seria aberto?

Todas as facções políticas, da extrema-esquerda à extrema-direita, são instrumentos do Sistema Político Mundial. está tudo sob controle. Quando não está, automaticamente o Sistema actua, lançando campanhas, histeria, pânico, caos e guerra.

A falha de todo o espectro político é apresentar soluções para nos resgatar da escravidão ao mesmo tempo que nos submete aos seus dogmas aprisionadores. Comunismo, Socialismo, Social-Democracia, Centrismo, Personalismo, Liberalismo, Conservadorismo, Fascismo… todos eles prometem a libertação através de novas amarras e chantagens mentais.

O único caminho é usar os buracos do Sistema para lutar pelos ideais e valores que ele se propõe destruir. Desde Roma que estamos reféns de ordens governativas internacionais, e as ferramentas para manter o nosso espírito aprisionado estão sempre a actualizar-se.

Quando ligo a TV e começo a ouvir as dissertações sobre política, sinto-me indisposto. Neste momento, o único político que me dá um certo gozo ouvir é… (peço desculpa aos mais sensíveis) o Presidente do Irão! Haja tomates! ;D

O que se passa na Europa é uma subida da extrema-direita e não da extrema-esquerda. No tópico que abri apenas peço para deixarem opiniões sobre o fenómeno. Não se sintam já ofendidos porque não há razão para isso.

Isto vai descambar!!!

O Povo é soberano. Ou só quando vota no que pretendemos?

A Europa parece abrir os olhos. Para quando Portugal?

O fenómeno tem tido proporções gigantescas na Suécia, Dinamarca e Holanda. Os partidos de extrema-direita têm ganho muitos votos à conta do descontentamento geral das populações, sendo por isso apelidados de “partidos de descontentamento”, e o seu impacto tem sido ampliado pelo facto dos partidos governativos terem apenas maioria relativa nos parlamentos… na Suécia, por exemplo, os 2 blocos partidários aliados (o de esquerda e o de direita) não conseguem maioria absoluta, providenciando um poder imenso aos cerca de 6% dos votos nesse partido de extrema-direita que decidem assim para que lado vai a balança no caso dos blocos terem sentido de voto oposto.

O que leva as pessoas a votar nestes partidos tem sido as políticas falhadas de imigração e integração que em vez de proporcionar maior qualidade de vida e bem-estar às populações tem provocado exactamente o contrário. Portugal não tem muito que se preocupar por agora, mas tem que ter cuidado, pois já são visíveis alguns sinais do mesmo fenómeno (relembro assim de repente o assalto com sequestro por brasileiros ao BES, uma situação que é o rastilho perfeito para capitalizar os votos dos descontentes).

é apenas uma questão pertinente e aposto que os foristas que a fizeram não estão ofendidos com o topico, pelo menos eu não estou ofendido com o topico e por vezes me pergunto o mesmo.
porque se receia tanto a extrema direita, será que se deve recear de igual forma a extrema esquerda?
de momento a extrema direita é que esta a ganhar votos na europa e o topico tem todo o sentido, mas suponhamos que era a extrema esquerda a ganhar força nos parlamentos estariamos nós a debater esse fenomeno?

:arrow:

Portanto a teu ver não há extrema-direita em Portugal, mas há extrema-esquerda! Não se compreende.

A ti Daniel ainda vou discutindo, agora há outros que nem vale a pena comentar ou discutir de tanto disparate que se escreve!

Parece-me que em Portugal esse mitos da extrema esquerda e da extrema direita não são mais do que isso: mitos. Existem partidos de esquerda e de direita e que obviamente tem lá dentro pessoas que poderão ser adeptas de um extremismo da sua política mas isso não faz desses partidos extremistas. Aliás, em Portugal o problema é justamente esse: todos os partidos são a mesma trampa, muito moderados, muito na onda do “politicamente correcto”. É tudo igual.

Honestamente, mesmo não me identificando com nenhuma dessas políticas, acho que partidos de cariz extremista fazem falta. Fazem falta não porque possam ir para cargos de poder e trazer boas políticas mas sim porque por norma esses partidos são daqueles que não vão na onda do “politicamente correcto” e com isso conseguem agitar as águas. Estou farto de ligar a TV e ver os gajos na AR a enconar, sempre com conversetas que não interessam nada e sempre apenas preocupados em passar uma porcaria de uma boa imagem, mesmo que o conteúdo da mensagem que passam seja nulo.

Basta olhar para Portugal para perceber que o perigo existe em ambos os extremos. O avanço da “extrema” é perigoso independentemente do lado (esquerdo ou direito). E se na Suécia a extrema-direita tem assento parlamentar, em Portugal o Bloco de Esquerda é a 4ª força política do país.

Quanto a “não haver extrema direita”, penso que o que se quer dizer é que ela não é significativa. Temos aquele partido Nacionalista, mas felizmente não tem expressão nem competência para vir a ter.

Vai dar molho este tópico…

wild_oscar, a extrema-direita sueca (o partido SD) é muito mais extremista que o Bloco de Esquerda na medida em que tem nas suas fileiras mais altas antigos nazis e outras pessoas com ideias profundamente racistas e xenófobas. O seu objectivo político é declarado e está relacionado com a política de imigração, aliás nem têm programa ou visão para as questões da saúde, educação ou economia, coisa que o Bloco de Esquerda têm, apesar das influências comunistas-marxistas-trotzkistas. “Impedir a islamização”, “impedir a construção de novas mesquitas” “transformar algumas das actuais mesquitas em estábulos de cavalos” “expulsar cerca de 200 000 emigrantes” (legais e cidadãos suecos), isto são coisas que constam do programa político dos SDs.

Mais um exemplo… este anúncio que coloco abaxio foi censurado pela TV4 sueca (e como tal nunca foi difundido na televisão) devido ao profundo conteúdo xenófobo que encerra. Apesar de estar em sueco é simples de perceber onde querem chegar (reformados vs imigrantes):

Sverigedemokraternas valfilm 2010

Comparar a extrema-direita, especialmente de um país como a Suécia ao Bloco de Esquerda ou ao Partido Comunista Português, dá-me uma imensa vontade de rir. :lol:

^-^ Foste tu que escreveste isso Wild oscar? Esperava isso de muitos mas de ti não.

Sim, fui eu que escrevi o texto. Estamos a falar de avanços de partidos não centristas nas democracias. Se reparares no meu texto, não precisas de te rir Maverick, não comparo o Sverigedemokraternas ao BE ou PCP - da mesma forma que não comparo o Partido Nacionalista a estes partidos. Comparo, sim, o avanço dos partidos mais extremistas - à esquerda ou à direita nas democracias europeias. E isso, em Portugal, vê-se na subida de votos do BE.

Para o espírito da discussão (como eu a entendo) é irrelevante saber quem está mais distante do centro, se o Sverigedemokraternas ou o PCP. O que é interessante é saber quais os partidos mais distantes da ideologia de centro que têm assento parlamentar. E, em Portugal, é à esquerda que vemos isso, como podemos ver no gráfico:


Fonte: http://twitpic.com/el4r6, será o resultado de alguém à Bússula Eleitoral em http://www.bussolaeleitoral.pt

Repito: não estamos a discutir a validade das ideologias políticas, nem tão pouco a comparar a qualidade e exequibilidade do programa político dos partidos. Estamos simplesmente a verificar que, em alturas complicadas na nossa sociedade, as pessoas viram-se para quem lhes diz o que querem ouvir. Se estamos num país rico onde estamos a ficar menos ricos, sabe-nos melhor ouvir quem diz “continuaríamos bem se não tivessemos de partilhar a riqueza com os imigrantes”. Se estamos num país onde os problemas sociais e de distribuição de riqueza se acentuam, é o discurso de igualdade social que mais nos agrada.
É, a meu ver, uma questão sociológica mais do que uma questão política.