As Contas do Clube - tentando explicar o passivo e os empréstimos

A vossa grande “maioria”,os tais 75% com que enchem a boca,não passam de 5949 sócios.
Que hoje provavelmente não serão mais de 3000.
Num Universo de quase 100.000 sócios e num Estádio que tem habitualmente à volta de 30.000,gostaria de saber quem é realmente a maioria e quem é a minoria.

De facto,pode dizer-se que esta Direcção e esta mentalidade que está no poder é legitimada por meia dúzia de lambuças sem coluna vertebral que de Sportinguistas não têm nada.
RUA COM ESTA CANALHA.

A vossa? Conheces-me de algum lado?
Queres saber de que lado está a maioria?
Sem ser através de eleições só tens uma hipótese: levantas o cu da cadeira, largas o computador por umas horas e pões-te à porta do estádio nos próximos jogos a perguntar a cada um que te mostrar o cartão de sócio de que lado está.
Depois, cara a cara e como tu tanto gostas, já podes chamar os nomes todos aos que não pensarem como tu.

P.S. - Lambuças? Tens um reportório inesgotável! :o :o :o Só é pena que te enerves tanto. Um toque de ironia era capaz de te favorecer. :wink:

Está-me a parecer que não há muito interesse em discutir o tópico em si, mas as vossas intervenções só estão a manchar um tópico que se pretende de esclarecimento. Agradecia pois que colocassem de lado a “pessoalização” dos argumentos.

Puseste informacao num formato demasiado tecnico e extenso Paracelsus. Depois a maioria n le. O essencial para mim nao muda, votaram nos projectos deles aguentem com eles.

Eu avisei logo desde o início que era denso e complexo… mas se existirem dúvidas estou disponível para tentar esclarecer.

Muito bem, Paracelsus! Também tenho a sensação desagradável que, mais uma vez - e , se calhar, agora definitivamente - falhámos o nosso encontro o História.

O que é engraçado é que a situação a que chegámos tem duas leituras:

  • a de que o Projecto Roquette era, desde o dia 1, uma conspiração para desmantelar o clube e vender todo o seu património.
  • a de que o projecto Roquete (ou pelo menos a ideia de que a construção e valorização do património do clube era a pedra de toque da nossa competitividade futura) tinha pernas para andar, mas que, a meio do caminho, e por razões muito mal explicadas, fez-se uma viragem de 180º.

Eu acredito muito mais na segunda. Embora o trabalho de sapa da direcção de Sousa Cintra na inventariação e legalização do património do clube não possa ser esquecido, houve a partir dela um real aumento desse património. Parece-me inegável que, em 2003, o clube tinha um património mais valioso e com muito maior potencial de rentabilização do que 10 anos antes. Tinha obviamente mais dívidas, mas como tu bem demonstras, tinha todas as condições para as enfrentar e sair a ganhar. A rentabilidade do património podia não ser imediata, mas era uma questão de tempo.

Só que, de repente, tudo mudou. De um paradigma em que o património era a garantia da prosperidade futura do clube, passou-se, do dia para a noite, para a ideia de que esse mesmo património era um lastro do qual nos devíamos desfazer o mais depressa possível! Abandonou-se à pressa a estratégia que tinha orientado o desenvolvimento do clube há mais de uma década sem que (a) fosse discutidas as verdadeiras razões para essa abandono ou (b) fosse discutida uma estratégia alternativa; note-se que estou a falar de estratégia de longo prazo (a 20, 30 ou 40 anos) e não de balões de oxigénio tipo “fazemos-agora-um-empréstimo-obrigacionista-e-em-2013-logo-se-vê” como os apresentados por FSF na última AG. Pior ainda, era difícil perceber como é que as mesmas pessoas que defenderam o paradigma da “prosperidade-pelo-património” tinha legitimidade para conduzirem o clube para o sentido oposto!

Então o que aconteceu para que, depois de todos sacrifícios, quando era preciso apenas um pouco mais de paciência para começar a recolher dividendos, se decidiu deitar tudo pela janela? Foi por sentimento de vazio por atingir um grande objectivo? Foi pânico por causa de um exercício negativo? Não me parece. Receio que o que aconteceu foi que aquilo que em em 1995 era apenas um “projecto” eram agora terrenos e edifícios altamente valiosos e apetecíveis. Demasiado valiosos, terão pensado alguns, para uma agremiação de utilidade pública e sem fins lucrativos como o Sporting Clube de Portugal.

A verdade é que a aquisição, valorização e rentabilização de património imobiliário foi, é, e continuará a ser o principal pilar da sobrevivência de qualquer clube em Portugal. A ideia não foi inventada por Roquette, mas já se encontrava em Sousa Cintra e em João Rocha, por exemplo. A debilidade da bolsa, o poder de compra limitado dos adeptos, a concentração e corporativismo do tecido empresarial e da banca, a exiguidade e conservadorismo do mercado publicitário e - last but not least - o fraco potencial de crescimento das receitas televisivas por causa da Olivedesportos, não deixam muitas alternativas sensatas para sustentar o futuro de um clube por cá.

Imaginem isto: um piloto vê acender-se a luz de “excesso de carga” no seu painel de instrumentos. O que faz? Decide que a melhor solução para o problema é deixar cair os motores do avião! Absurdo, não é? Mas foi exactamente isto que a Direcção do Sporting fez.

Pelo contrário.
Se há algo em que me parece óbvio depositar expectativas é no potencial crescimento das receitas associadas ao futebol, nomeadamente no marketing e nas receitas televisivas.
E isso será claro, quer no termo dos contratos estabelecidos com a Olivedesportos, quer através de uma eventual renegociação com esta empresa (o que me parece mais provável).
Isto vai, naturalmente, implicar uma remodelação dos quadros competitivos das competições profissionais (é um absurdo seguir o modelo espanhol quase à risca num país com uma dimensão tão diferente). Aliás, tens o caso do benfica que tem utilizado as receitas televisivas futuras (salvo erro, a partir de 2013) como instrumento de negociação com a banca.

Quanto à viabilidade dos clubes depender da “…aquisição, valorização e rentabilização de património imobiliário…” também discordo. E estou à vontade porque, noutras circunstâncias, já defendi essa estratégia.
Neste momento tenho cada vez mais dúvidas relativamente às vantagens que os clubes desportivos possam extrair do envolvimento em áreas de negócio estranhas à sua vocação.
O que estás a sugerir é aquilo que o Roquette tentou fazer no Sporting - e que como bem dizes já havia sido formulado por direcções anteriores - ou seja, a criação de um grupo empresarial multisectorial que, entre outras empresas, integrava algumas sad’s.
A experiência mostra-nos que é uma associação explosiva e uma convivência perigosa. A natureza das actividades e das rentabilidades associadas é de tal modo distinta que, tendo já sido ensaiada em diversos clubes e diferentes países, nunca se impôs como modelo de sustentabilidade para o êxito desportivo.
Mas mais: porque apontas essa estratégia como “…principal pilar da sobrevivência de qualquer clube em Portugal.” ?
Os clubes - falo agora dos 3 grandes - têm sobrevivido, com maiores ou menores dificuldades. A SAD do Sporting vai fazer 3 anos de resultados positivos. Qualquer dos grandes tem, ao que se sabe, cumprido com as suas obrigações, quer relativamente aos seus funcionários, quer no que respeita ao estado. E têm estado a fazê-lo num contexto de uma economia débil e, sobretudo, com o constrangimento de um serviço de dívida brutal.

Existem medidas que têm de ser tomadas. A indústria do futebol profissional em Portugal é uma anedota: envolve milhões e fecha para férias 4 meses por ano.
Tem dirigentes fracos, modelos de competição absurdos e todos os dias promove casos para denegrir a sua credibilidade.
Quer parecer-me que é por aí que as alterações devem introduzir-se. Não podemos deixar o futebol profissional continuar a arrastar-se num charco de incompetência e chamarmos promotores imobiliários para cobrir o déficit de uma actividade desportiva falhada.

:clap: :clap:, eu não teria dito melhor. É exactamente a leitura que faço e que muitas vezes fiz da situação.

@barbicane,

Não posso concordar com a tua perspectiva e explico-te porquê.
O modelo que foi idealizado para o Sporting seria o de:

Reantbilização de Património Imobiliário + Crescimento das Receitas Associadas ao Futebol

Os nossos rivais têm apenas a segunda parte. No caso do Sporting, FSF deixou cair a primeira parte, logo, vamos ficar com o mesmo potencial de projecção que os nossos rivais… minto, menor projecção, porque deixar cair a 1ª parte deixa cicatrizes e porque a competência dos nossos dirigentes na 2ª parte deixa muito a desejar.

Portanto, o nosso rumo é competir a nível de receitas pelo 2º-3º posto a nível nacional, já que o Porto mostra maior perspicácia e o Benfica só tem de aproveitar a base de apoio em número superior que já tem desde há muitos anos.

É exactamente isto o que eu penso, como apoiante do projecto inicial do Roquete, as ideias estavam correctas, a implementação teve enormes falhas mas o caminho era mesmo aquele…só que o poder é muito fácil de manipular num clube de futebol, o presidente tem sempre razão, e da mesma forma que se convenceu os adeptos a ir para a direita, a seguir também os convenceram a ir pela esquerda. E infelizmente o nosso clube de democrático tem pouco, porque mesmo quando os sócios não aprovam uma medida, facilmente se leva ao “conselho de anciões” e a medida passa com 90% de votos dos comprometidos do regime.

O novo presidente mudou de ideias, mudou o rumo e o plano, tornou-se mais imediatista, ainda por cima sem grandes medidas excepto talvez a melhor que foi não vender os jogadores abaixo da cláusula, como dizes, atirou-se fora os motores e esperamos que o avião consiga planar, e conseguirá planar, sempre e cada vez mais baixo…

@ barbicane

Não concordo. Mesmo pondo de parte a questão óbvia de saber porque é os clubes não têm “vocação” para umas áres extra-desportivas (como gerir património) mas já a terá para outras (como o marketing), uma estratégia de “monocultura” (isto é, baseada quase exclusivamente nas receitas de TV e no merchandising) parece-me destinada ao fracasso. Senão vejamos:

  • Ao ler o teu post, vê-se que a viabilidade de uma estratégia de “monocultura” depende de demasiados “ses” e “quandos”. “Se” tivermos melhores dirigentes no futebol portugês, “se” os clubes se puserem de acordo face a outro modelo competitivo, “se” conseguirmos correr com a Olivedesportos… Julgando pelos castigos quase simbólicos do Apito Dourado, pelo coro de críticas à primeira inovação interessante no modelo competitivo das divisões secundárias desde a criação da Divisão de Honra ou pelo reforço da posição da Olivedesportos nos “três grandes” e na PT, duvido que essas condições estejam reunidas tão cedo - se é que alguma vez o estarão. É preferível ser realista, não esperar pelos outros (pela “indústria do futebol”) e criar mecanismos alternativos para sustentar o clube.

  • Mesmo que existissem essas condições, o mercado onde o Sporting (e o Campeonato Português) se move é semi-periférico, relativamente pequeno e sem grande poder de compra. E assim continuará a não ser que ocorra uma medida revolucionária e muito improvável (como a criação de uma Liga Ibérica, por exemplo). Podem e devem explorar-se nichos como o dos emigrantes (e dos imigrantes, já agora); mas as perspectivas de expansão neste aspecto são bastante limitadas e nem de longe nem de perto capazes de sustentar os custos crescentes da manutenção de uma equipa de futebol competitiva no plano nacional e europeu.

  • Mais grave, e como disse o Paracelsus, depender exclusivamente de merchandising e da TV implica assumir que ficaremos em inferioridade face ao Benfica senão para sempre, pelo menos durante muito tempo. Há cerca de 2 lamps para cada Sportinguista. A partir daí, é só fazer as contas. Claro que esse rácio pode mudar; mas nunca em menos de uma ou duas gerações - e só com sucesso continuado para as nossas cores. E como poderemos obter esse sucesso se tivermos sempre menos meios que os nossos adversários?

  • Por outro lado ter as origens de receitas tão diversificadas quanto possível é uma estratégia de bom senso, não só para nos permitir enfrentar tempos de recessão e acontecimentos extraordinárias - como um colapso no mercado televisivo, por exemplo - como para evitar ficarmos reféns de uma ou duas instituições (como as próprias TV ou a Olivedesportos, por exemplo).

Acho que a ideia de que os clubes não têm vocação para actividades extra-deportivas é um chavão que se impôs subitamente e que ajudou a legitimar a viragem radical do “soares-franquismo”. Concordo que o modelo de Roquette de criação de empresas para gerir directamente as actividades de exploração do património extra-deportivo falhou estrondosamente. Mas daí a achar que um clube deter património imobiliário é necessariamente uma combinação explosiva é, no mínimo, um “salto de fé”.

É que as causas do fracasso não estão na detenção do património mas no facto de essa empresas não terem nem know-how nem massa crítica para desenvolver com sucesso as actividades para que foram criadas. Veja-se o caso do Alvaláxia. A primeira coisa que os novos donos fizeram foi meter lá uma loja-âncora (o Lidl). Como é possível que uma coisa tão básica não tenha passado pela cabeça dos dirigentes da SCS durante 5 anos?!

Mas o facto de a exploração directa ter falhado não significava livrar-se de equipamentos valiosos a preços de saldo. Pelo contrário; o que o clube deveria ter feito era concessionar os seus espaços - que repito, são altamente apetecíveis - por 10 ou 15 anos renováveis a empresas/grupos com experiência na área (por exemplo, um grupo Mello na clínica, um Jerónimo Martins ou uma Sonae no Alvaláxia, etc.). Em troca, o clube receberia uma renda fixa e uma percentagem de lucros-Podia até estender-se a parceria a outras áreas - publicidade no estádio e nas camisolas, por exemplo.

O mesmo raciocínio se aplica às empresas dos seguros e afins. Mais uma vez, em vez de criar empresas e produtos financeiros próprios, o clube devia era ter investido (usando o seu património também para obter crédito na banca) em várias empresas com experiência nessas áreas. Ao limite, criar um fundo financeiro que, em cada época, contribuisse com uma percentagem para o orçamento do clube.

Em vez disso, deitámos fora o bebé (o património) com a água do banho (o modelo de exploração directa). E estamos de volta à estaca zero - ou pior porque estamos mais pobres, mais vulneráveis a interesses externos e com um futuro muito menos risonho do que há 5 anos.

@alemid

A falta de democracia interna na gestão do clube é um velho problema - o desrespeito pela votação da última AG pela Direcção é só o último exemplo. E vai-se agravar ainda mais agora que o clube vai ser minoritário na SAD. É que a falta de transparência e de informação sobre o fundamento das decisões - não só em relação ao relação ao público que por elas é afectado como até face a accionistas minoritários - é uma característica maior das empresas capitalistas. Por isso é tão urgente começar a pensar em formas de contrabalançar esta inclinação, agora que se assumiu a via “soares-franquista”. Uma ideia é o modelo inglês dos “watchdogs” independentes, com estatuto de observadores nas reuniões de direcção e acesso a toda à informação financeira da SAD - de certa forma, aquilo que o Leão de Verdade se propunha fazer. Mas pode haver outras soluções: é uma discussão que vale a pena fazer.

Entendam esta mensagem como um triplo quote ao Petrovich… exactamente o que penso uma vez mais, sem tirar nem pôr :arrow: :arrow: :arrow:

Qdo as accoes estiverem no mercado ninguem pode escolher quem quer ser dono do Sporting ou nao. Se a Olivedesportos quiser compra o Sporting e ninguem pode fazer nada contra isso.

Só não faço citação das intervenções do Petrovich para colocar setinhas à frente, porque os textos são muito grandes. Mas o Petrovich parece de facto uma pequenina voz de sensatez neste oceano de vozearia que é o fórum. :clap: :clap:

Isso não me perturba o espírito por aí além, preocupa-me mais o facto do Sporting enquanto Clube poder vir a ficar mais pequeno em dimensão do que a própria SAD, tornando-se o SCP Clube um mero accionista da mesma, tal como a Olivedesportos ou a NovaExpressão.

Aliás, é o que já está a suceder com a passagem da Academia para a SAD e a intencão futura em passar os direitos de TV, e com o passar do tempo o Sporting Clube ficará reduzido aos sócios e às modalidades e a sua real expressão será resumida a uma percentagem de accões no meio dos outros accionistas que o gigante SAD irá constituir… e a sua sobrevivência dependerá disso. Cumprir-se-á então o sonho:

«Quero um clube só de futebol, sem sócios mas com adeptos que não se intrometam na gestão nem tenham voto nas eleições dos corpos sociais»

Poderá haver uma altura em que sucede algo semelhante ao que aconteceu com o Estoril: o Presidente do Clube em colisão aberta com a SAD, e os conflictos que daí surgem. Bastará que no futuro venha a ser eleito um presidente que não se reveja nesta política.

Sim, isso é bem possível.

Relembro que a perda de maioria do Sporting na SAD vai ocorrer, tudo aponta para isso, quer os Sportinguistas queiram quer não (e até se hão-de arranjar todas as desculpas e mais algumas dos milhões que se libertam para a equipa de futebol e mais-não-sei-quê).

E depois é um “jogo de cintura” entre accionistas - o SCP enquanto accionista irá defender os seus interesses e os outros accionistas os seus interesses… o SCP terá sempre o poder de veto no que respeita às decisões major (fusão, cisão, transformação ou dissolução da sociedade e alteração dos seus estatutos, o aumento e a redução do capital social e a mudança da localização da sede).

Eu pessoalmente acho que o projecto do novo estádio foi uma aventura mal pensada que nos pôs à beira da ruína.

Eu de todo não me revejo na teorias da conspiração que campeiam aqui no Forum, os edifícios era tão valiosos como quaisquer outros na zona do Campo Grande, caramba não estamos a falar de poços de petróleo!
O que esta direcção fez foi assumir a sua incompetência para fazer negócios imobiliários, para gerir espaços comerciais, assumiu que o negócio do Sporting é futebol e tudo o resto deve ser secundário. Eu não podia estar mais de acordo, se não temos pessoas na direcção que percebam destes negócios então o melhor é não nos metermos nisso. E sinceramente eu prefiro ter na direcção pessoas que percebam de futebol, do que de especulação imobiliária (como o Benfica).

Aquilo que tu chamas aquisição, valorização e rentabilização de património imobiliário, deverias chamar oferta por câmara/governo de um terreno para actividade desportiva, reconversão do terreno em espaço de construção, e revenda.
De facto esse foi durante décadas o negócio mais lucrativo para os clubes em Portugal (e em Espanha também), mas esses tempos acabaram :pray:
Contabilizando o dinheiro investido, e os juros pagos, o património imobiliário não foi de modo nenhum a maior fonte de receitas do Sporting nos últimos anos. A maior fonte de receitas do Sporting nos últimos dez anos foi indiscutivelmente a venda de passes de jogadores formados no clube:

Simão Sabrosa 15 milhões de Euros
Hugo Viana 12 milhões de Euros
Ricardo Quaresma 12 milhões + 1/2 Rochemback ao todo cerca de 14 milhões de Euros
Cristiano Ronaldo 15 milhões de Euros
Nani 25 milhões de Euros
Carlos Martins 3 milhões

Total= 84 milhões de euros

A estratégia desta direcção passa por nos concentrarmos neste património que, ao contrário do outro património, é um recurso renovável. Olhem para a equipa do Sporting e vejam a quantidade de jogadores das escolas. Vejam o potencial que ali está!
Por é que acham que chegamos a esta altura da época e ainda temos o Miguel Veloso e o João Moutinho?
Acham que os teríamos se não tivesse sido feita a venda de património?
Antes desta operação financeira o Sporting era obrigado a vender os seus jogadores em saldo, isso está a mudar.
Nenhum património imobiliário no dará tanto como o património humano que sai da academia. O que se pretende é segurar, valorizar e rentabilizar este património . E isso só se consegue se a situação financeira for suficientemente estável para que se possa recusar uma propostas de 20 milhões de euros, como o Porto tem feito nos últimos anos, e isso que nós começamos agora a fazer.

O Sporting vai participar pela terceira vez consecutiva na prova mais importante da UEFA, facto muito importante para um clube que antes nunca tinha feita duas participações consecutivas. Se como todos esperamos este ano formos campeões, juntaremos ao título a quarta participação consecutiva na Liga dos Campeões, algo que o Benfica nunca conseguiu na sua história incluindo taça dos campeões. Por isso não percebo quando se diz que o Sporting falhou o seu encontro com a história, quando em meu entender nunca estivemos tão próximos de cumprir o sonho do nosso fundador o de sermos tão grandes como os maiores da Europa.

Parto do pressuposto que tens os números das rendas das diferentes estruturas para suportar essa afirmacão. E se eu te disser, por exemplo, que as rendas do edifício Visconde de Alvalade cobriam o empréstimo da sua construcão e ainda davam uns pozinhos de lucro? Fico no entanto à espera desses números.

Sim, absolutamente. Se olhares para o R&C de 2006/07 verás que o resultado líquido da SAD foi de lucro de 14,5M€, o que possibilitou certamente melhorar os contratos destes 2 jogadores (cuja melhoria não deve ultrapassar sequer o preco de um Purovic).

Essa nem o Dias da Cunha alguma vez disse. Não vi os números e (já o disse aqui) gostava de ter visto na Assembleia Geral em que a venda do património foi votada. Eu contrário de algumas pessoas não tenho uma visão conspirativa da gestão do Sporting. Tenho noção que gerir um clube como o Sporting é complicado, e aceito que as pessoas possam errar.
É muito fácil ver de fora os problemas, e apontar soluções que nunca vamos ter que implementar e descobrir que afinal não eram assim tão boas.

Se o Sporting continuasse a ter que entregar a 16 milhões/ano aos bancos (como tinha antes da venda do património) teria necessariamente que vender um jogador. E por acaso 15 milhões era o que o Everton queria dar pelo Moutinho!

Não estás a falar a sério, pois não? Este assunto deve ser o que mais feridas criou nos adeptos Sportinguistas desde que me lembro na minha curta vida. Quantas e quantas vezes aqui no fórum foi explicado que a venda do património não ia resolver coisa nenhuma, apenas aligeirar o problema mas coartando o potencial do clube, e lembro-me bem de aparecerem aqui os números dessas rendas que dizes que nem o DC contou.

É o Clube Sporting (a SPM e outras empresas) que têm de entregar 14M€ / ano aos bancos. O passivo bancário da SAD está nos 33 M€, ou seja, a SAD só tem de entregar em média 2,3M€ (tal como está demonstrado no tópico das contas da SAD). Tudo junto dá os tais 16,5M€.

E acrescento o seguinte: até à época que passou o BES deu um período de carência à SAD, uma vez que esta devia pagar 5M€ anualmente à SPM pela utilizacão do estádio de Alvalade. Esse período de carência acabou e essa é uma despesa da SAD que passa de 0 para 5M€ e olha que o património até já foi vendido e tudo.

Portanto, não misturar o que não deve ser misturado. A SAD sempre teve possibilidades de manter Moutinho e Veloso, com ou sem venda de património. Já o Clube vai-se afundando aos poucos com receitas mínimas, com muitas dívidas e agora sem o activo Academia (e renda que recebia da SAD pela sua utilizacão) e futuramente eventualmente sem direitos de TV.