[size=12pt][b]Empresa privada realizou obras na vedação dos paióis[/b][/size]
Oposição quer saber se houve quebras de segurança na atribuição a uma empresa civil de obras numa área tão sensível
Uma empresa privada esteve a trabalhar até ao mês passado na vedação em torno dos paióis de Tancos donde há dias foi roubado material de guerra. Esta situação vai ser mesmo uma das que o CDS-PP vai colocar ao ministro da Defesa e ao comandante do Exército nas audições parlamentares requeridas com caráter de urgência.
O Exército confirmou ontem ao DN, sem precisar qual a empresa em causa, que a obra para instalar a vedação na zona oeste em torno dos 20 paióis de Tancos “acabou no mês passado”.
As obras estiveram a cargo da empresa de construção civil Corifa (de Ribeira do Fárrio, Ourém), num concurso público por ajuste direto com prazo de execução de 30 dias e cuja data do contrato é de 30 de novembro de 2016. O valor inicial do contrato era de 112 316, 42 euros e concorreram ainda duas outras empresas: a Ecoedifica e a Construções Rodrigues & Filho - sabe o DN.
O contrato foi publicado a 15 de dezembro do ano passado e visava a “reconstrução da vedação periférica exterior no perímetro poente dos paióis nacionais de Tancos”, uma área com cerca de 38 hectares e um perímetro na casa dos três mil metros de extensão.
João Rebelo, coordenador da bancada do CDS-PP na Comissão Parlamentar de Defesa, garantiu ontem ao DN que o partido vai fazer perguntas sobre essa matéria nas audiências ao ministro da tutela e ao comandante do Exército - que serão aprovadas na terça-feira e, em princípio, para se realizarem ainda na próxima semana.
Outra fonte política, ouvida sob anonimato por estar a falar sobre um assunto sensível e sob investigação, adiantou ao DN que a entrega daquelas obras a uma empresa privada foi vista dentro do Exército como “uma quebra de segurança”.
Embora o nível de segurança “alfa” em vigor no Exército seja o mais baixo da escala, ele implica um conjunto de regras escritas - ficando por saber se foram cumpridas. Outro ponto a inquirir é o da avaliação de segurança a que foram sujeitos a empresa e os trabalhadores civis envolvidos nas obras da vedação.
Outro aspeto a saber é o de quem eram os militares que tinham a cargo a segurança dos paióis, que aparentemente não eram da Polícia Militar e cuja responsabilidade no local estava a cargo de um sargento.
Esta é uma questão de natureza operacional e era realizada por uma secção - composta por uma dezena de praças sob comando de um sargento - oriunda das unidades militares existentes na zona, a qual reportava a outro sargento colocado na área dos paióis.
Ontem, na RTP (ver texto principal), o chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) disse que o ramo considerava “suficiente a equipa que fazia seguranças periódicas” ao local. O general Rovisco Duarte afirmou ainda não saber quando (e presume-se que por quem) foram retirados os postos de vigia existentes. Mas antes, na SIC, também fez questão de dizer que quem roubou o material tinha “conhecimento do conteúdo dos paióis” e que “para haver algo deste género tem de haver informação interna”.
O deputado Pedro Roque, coordenador do PSD na comissão de Defesa, frisou ontem ao DN a importância de as audições ao ministro da tutela e ao CEME serem realizadas na próxima semana e adiantou algumas questões a colocar pelo principal partido da oposição: qual a segurança das instalações e por que não houve aumento do patrulhamento face à inexistência de sistemas complementares de vigilância.
[url=http://www.dn.pt/portugal/interior/empresa-privada-realizou-obras-na-vedacao-dos-paiois-8607016.html]http://www.dn.pt/portugal/interior/empresa-privada-realizou-obras-na-vedacao-dos-paiois-8607016.html[/url]
Se em Tancos há uma unidade de engenharia , para quê chamar uma empresa privada ?
Infelizmente já nem as forças armadas escapam ao clientelismo e à corrupção , este país está a saque em todos os níveis , por isso situações como estas de Pedrogão e do paiol de Tancos só têm tendencia para suceder mais no futuro.