Arbitragem - Meios Tecnológicos - Como vai ser?

Estou muito preocupado com este tema.
Está provadíssimo que o futebol é um sistema corrupto.
E quando temos um sistema corrupto, a história prova que quando se tenta introduzir uma alteração para tentar trazer mais justiça ao jogo, a tendência é para o sistema corrupto se adaptar e procurar novas oportunidades para retirar benefícios.

Ainda não sei qual será a forma de implementar este apoio através de meios tecnológicos aos árbitros.
O que é facto é que a forma como esta mudança for implementada fará TODA a diferença.

Qual será o paradigma?
Quem poderá pedir a revisão de um lance?

É que se esta possibilidade for exclusiva da equipa de arbitragem, continuará a existir grande margem de manobra para atividades muito obscuras. Se uma equipa de arbitragem for para dentro de campo com o objetivo de prejudicar ou favorecer alguém, os clubes continuarão completamente indefesos.

Na minha opinião, há aqui 2 grandes questões:

  1. Ajudar os árbitros a fazer melhores trabalhos.
  2. Garantir que os jogos e que o resultado de cada clube depende o mínimo possível de uma 3ªparte que é o árbitro.

Não é apenas o ponto 1 que interessa. É também o ponto 2.
Aliás, considero o ponto 2 absolutamente essencial.
E para este ponto ser cumprido, os clubes têm que ter capacidade de se defenderem de tentativas de os prejudicar.

Não pode ficar apenas ao critério de um árbitro (que vai para dentro de campo sabe-se lá com que intenção ou com que instruções) a capacidade de pedir revisão de um lance. Isto não pode ser.
E se o árbitro não viu o lance sequer? Ou se viu e fingiu que não viu para não pedir revisão porque não convém?
Ou se só quer rever lances que favoreçam um lado e não o outro?

Meus amigos…
Vamos passar a discutir coisas como:
“Porque é que o árbitro do SLB-Marítimo só quis rever os lances que acabaram por beneficiar o SLB e não o Marítimo?”

Corremos o risco de até ficarmos piores do que estamos agora.

Na minha opinião, o sistema a implementar tem que ser parecido com o do ténis.
Só assim os clubes têm defesa de arbitragens tendenciosas.
Não agir desta forma será mais uma prova de que a FIFA só quer fingir que quer transparência quando, na verdade, procura sempre soluções que permitam manter sob algum controlo o que se passa dentro de campo.

Cada clube devia ter o direito a pedir revisão de, no máximo, 2 lances (sem razão) por jogo.
Só assim um clube se pode defender de uma arbitragem mal intencionada.

Se isto não for feito desta forma e a equipa de arbitragem continuar a poder agir totalmente à vontade sem poder ser questionada de forma positiva e regulamentada como um árbitro do ténis também o é, os clubes continuarão desprotegidos.

Admira-me que não haja ainda debate aceso sobre este tema.
Repito:
A forma como este apoio for implementando, fará TODA a diferença.

O que está previsto, e nem outra coisa seria expectável (tendo em conta que falamos da International Football Association Board), é só os árbitros poderem recorrer às câmeras. As equipas não poderão pedir aos árbitros para as consultarem. E mesmo os árbitros só irão consultar as câmeras em lances capitais, golos e talvez expulsões.

De qualquer maneira será sempre positivo, na minha opinião.
Ponto número um, o erro humano vai diminuir, pois quem não quiser deliberadamente falsear a verdade do jogo terá meios adicionais e fiáveis para o ajudar.
Ponto número dois, qualquer árbitro que esteja em campo ao serviço de alguém, ou com alguma missão, saberá que tendo essa possibilidade e não a consultando em lances capitais terá a opinião pública ainda mais em cima dele. Basicamente, será tudo ainda mais escandaloso.

Claro que isto não vai resolver os problemas do futebol, nem vai trazer a verdade desportiva na sua totalidade. Mas estou bastante optimista, no sentido em que é um passo em frente. Deus queira que se concretize.
É engraçado como os nossos media passaram completamente ao lado desta notícia.

Mas repara que os árbitros poderão sempre alegar que não tiveram dúvidas ou que não viram determinado lance para alegarem ter achado que não havia nada de importante para rever.
E pior…
Quem for para dentro de campo para beneficiar determinado clube, pode usar estes meios para rever lances duvidosos a favor da equipa que querem beneficiar e omitir os outros lances que poderiam ser a favor da outra equipa.

O sistema devia ser semelhante ao do ténis.

Sim, mas nesse caso vão ficar ainda mais expostos à crítica. Eu sei que o descaramento não tem limites neste país, nem no futebol em geral, mas acredito que piorar não vai piorar. Isso é o que eles já fazem…
Lances duvidosos é sempre para o mesmo lado, e às vezes lances óbvios vão para o mesmo lado (se tiver mesmo que ser, dadas as circunstâncias do jogo).

Ou seja, piorar não piora, e o meu optimismo faz-me acreditar numa ligeira melhoria até. Quanto aos que não estão de má fé, que também os há, a esses vai ajudar. Também há casos de árbitros que não estão de má fé, mas que não têm coragem de assinalar penalties ao Benfica, muito menos no estádio deles (também é válido para o FCP, mas nos dias que correm isto é muito mais evidente com os vermelhos), nesses casos quem esteja de boa fé vai recorrer às novas tecnologias.

O problema maior das arbitragens ainda é a maneira como eles são promovido, os observadores, delegados, etc. Os árbitros são o produto de toda a m**** que vem atrás. Os que chegam aos nossos jogos já passaram por muitos filtros comprometedores. Essa devia ser a nossa maior luta, mas entretanto acredito que isto vai ajudar, e pelo menos tenho a certeza que é um passo na direcção certa :beer:

Já agora deixo aqui um exemplo do sistema perverso que está por trás de tudo: http://misterdocafe.blogspot.pt/2016/01/escandalo-como-se-fazem-apitadores-em_12.html

PS. Quanto a um sistema semelhante ao ténis, é para esquecer… Esta abertura já me deixou bastante surpreendido, mas as equipas poderem pedir para analisar uma jogada vai completamente contra os “princípios” da IFAB. Nunca vai acontecer.

Então vai ser uma oportunidade perdida.
A melhoria, a existir, vai ser pequena.

Mas estou mais otimista que tu.
Um dia as equipas vão mesmo poder fazer como no ténis e pedir revisão de determinados lances dentro de certos limites.
Mas é provável que isso ainda esteja num futuro muito distante…

Nota que com o sistema que estou a preconizar (2 challenges por equipa por jogo), efetivamente as equipas teriam uma defesa muito mais eficaz e que dependeria muito mais da competência delas e muito menos da subjetividade do critério e da vontade dos árbitros durante os jogos.

PS:
E atenção a um dado importante:
Foi o próprio corrupto Blatter que um dia falou nesta hipótese que estou a referir…

Têm de ser retirados os elementos que possibilitam a corrupção do jogo.

O jogo tem de ser cronometrado, 2 partes de 30 ou 35 minutos. Cada vez que a bola sair, o relógio pára e só reinicia quando a bola for tocada por alguém, ponto final. Chega de anti-jogo.

Mais substituições. Uma para o GK e 2 substituições extra em caso de prolongamento.

Cartão azul para expulsões temporárias.

Jogadas de golo devem prosseguir em caso de fora-de-jogo, quando acabarem verifica-se no vídeo.

Equipas devem ter direito a challenge como no ténis.

Teatro e falsas lesões devem dar direito a multas pesadas e suspensão.

Isto é bom debate.

Para quem segue a NBA e a NFL já tem uma ideia de como são utilizados os meios tecnológicos para tentar evitar ao máximos os erros nos jogos.

Acho que o futebol já podia ter implementado a muito tempo a tecnologia de linha nas laterais e de fundo.

O problema do futebol é a sua natureza de jogo corrido e a constante posse de bola, seria impossivel verificar todos os lances.

Uma boa discussão seria a malta mostrar lances e dizerem porque naquele caso a tecnologia iria ajudar a dissipar as duvidas

Vou começar com um exemplo bem recente, este penalty do braga, o arbitro marcava a falta mas dava livre e depois iria recorrer a tecnologia para confimar, e repara que a bola esta sobre a linha mas não tem 100% de certeza para afinal ser falta dentro da area e consequente penalty, nesse caso teria de manter o livre.

É assim mais ou menos que funciona nos desportos americanos

[b]Major League Soccer to trial video referees, plans to implement in 2016[/b]

Major League Soccer have confirmed they will start trialling the use of a video referee in friendly matches with the view to design a system that can be operable across football worldwide within 12 months.

FIFA, faced with mounting pressure to catch up with other professional sports who have adopted the use of video-officiating, earlier this year rejected an application from the Dutch FA (KNVB) to run their own trial.

MLS, however, plans to circumnavigate FIFA’s block on trials by staging them in 10 to 15 non-competitive fixtures at the end of October. Officials in the U.S. have said that the trial will focus on reviewing decisions in three areas; penalty kicks, red cards and the awarding of a goal.

[b]“In all those cases, there is a natural stoppage,” Jeff Agoos, MLS vice-president of competition, told The Times.

“Our findings show there is ample time to give information to the referee. Depending on the incident, there can be from 40 seconds to well over a minute, plenty of time to review a decision.”[/b]

The Dutch trial proposed a 15-second timespan for the video official to intervene in such decisions but Agoos insists that no mandated period should be set to help the flow of the game.

“We are huge proponents of using technology to improve the game without disrupting the flow,” Agoos said. "It’s about marrying those two things.

"Ultimately, we believe the referee should have as much, if not more, information than the fan who goes to the game. At the moment the fan has more on his smartphone. We don’t think that makes sense.

“The discussion in football, ‘That it’s always been that way,’ doesn’t hold water with us. We are not looking for perfection. It doesn’t exist. There will always be the human element but the game is so fast now that it’s impossible for the officials to keep track.”

Agoos confirmed that MLS club owners have backed the trials and if they prove successful plan to wheel out the video referee system ahead of the 2016 season. That is, if FIFA are convinced to allow it.

“The MLS would be very happy to take the lead for the rest of the game,” Agoos said.

“Football’s culture is to be conservative but for us, the technology is natural. It’s in our sports, the norm here. It’s going to be implemented in football. Once the door is open, it’s just a question of how wide.”

[hr]

[b]Video trials to assist referees may take place in next season’s FA Cup[/b]

Video replays for referees could be given a trial in the FA Cup from next season after the game’s law-making body decided to recommend large-scale live experiments.

Proposals to introduce video assistance for referees has gained rapid traction since the then Fifa president Sepp Blatter performed a U-turn and endorsed the idea in 2014, two years after the introduction of goalline technology.

The English Football Association has been a big supporter of the idea and following a meeting of the International FA Boards in London, the chief executive, Martin Glenn, said trials could begin as soon as next season if the idea was rubber-stamped at the Ifab AGM in March.

“I’m very happy for things within my direct control – the English FA’s direct control – to be part of that,” said Glenn. “We are big supporters of the use of technology. So, what do we control? We control the FA Cup.”

The Scottish FA will also hold talks about experimenting with the technology in next season’s Scottish Cup. If the live trials go ahead next season and are deemed successful, video assistance could be introduced worldwide in time for the 2018-19 season.

In terms of the Scottish Cup, the Scottish FA chief executive, Stewart Regan, said: “It’s one that we would certainly discuss as a board. As a personal preference, it’s something I’d like to see push forward.”

Big questions remain about the extent to which it might affect the flow of the game and the practicalities of ensuring that every ground was kitted out with cameras. The FA, however, is keen to be in the vanguard of testing the technology. The trials would be limited to decisions on goals, red cards, penalties and cases of mistaken identity.

[b]They would involve different kinds of experiments, such as video only being used when the referee asks for assistance or, alternatively, where the video assistant would be allowed to flag up errors.

So-called “coach challenges” – which could result in each dugout being allowed to challenge a set number of decisions in every match – are not likely to be part of the first wave of trials.[/b]

Video decisions would be time limited and, unlike rugby, contentious decisions would not be replayed on big screens for the crowd to see but information relayed to the referee via an earpiece.

If introduced in the FA Cup, the idea would be to experiment in every match in which it was possible to do so – essentially those grounds equipped for television broadcasts. Ifab wants the tests to be as competition-wide as possible, ideally an entire season of a league or cup competition.

Jonathan Ford, chief executive of the Football Association of Wales, said that use of the technology would be limited to “very important, game-changing moments”.

He added: “The decision is to put a very strong recommendation to the AGM that this is accepted, that experimentation does happen.”

Ford said that they remained a long way from finalising how any future video refereeing system could work.

“The fluidity of the game is all important as is the ultimate authority of the referee,” he said. “Whatever system is finally adopted, assuming it eventually is, must reflect both of those principles.”

In February, Ifab ruled that it would delay trials of video technology for at least 12 months. The Dutch FA was keen to give a trial to the concept in Cup matches but Fifa said the decision should be put off for the time being. There is believed to be a stronger chance that at its AGM in Cardiff in March Ifab will decide to press ahead with the trials.

The board consists of four representatives – one from each of England, Scotland, Wales and Northern Ireland – and four from Fifa, each of which has equal voting rights.

David Elleray, the former Premier League referee who sits on Ifab’s technical subcommittee, said: “The main objective is to try to eliminate clear errors by the referee. You will never eliminate all errors from the game but this is a major step forward in reducing those errors.”

Ifab approved the use of goalline technology in 2012 and since then there have been an increasing number of calls from players and managers to use video technology in other aspects of the game.