[center]André Villas Boas
04-04-1977 (32 anos)
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Corria o ano de 1994 quando Sir Bobby Robson contratou um miúdo desconhecido para os quadros do FCP. Não, não era mais um jogador para os juniores. Era antes o mais novo olheiro que o clube vira nascer.
André Vilas Boas era vizinho de Robson. Por felicidade, ambos cruzavam-se diariamente no mesmo café. Sir Bobby olhou, dia após dia, estupefacto, para um jovem mergulhado em jornais desportivos, com o seu bloco de notas, a tirar apontamentos. Perguntava-se de que se tratava. Até que um dia, guiado pela curiosidade, não resistiu e perguntou. O jovem respondeu que seguia com atenção o nosso campeonato e que gostava de ter uma base de dados actualizada com o perfil de todos os jogadores da Liga e fê-lo num inglês suficientemente perceptível para conseguir cativar Robson. Naturalmente, após a revelação, Sir Bobby ofereceu uma oportunidade a este jovem de mostrar serviço no FCP. Desde aí, a vida de Vilas Boas nunca mais foi a mesma…
Começou por trabalhar nos iniciados do FCP, tendo chegado, mais tarde, a segundo treinador dos juvenis. Foi neste período que conheceu e travou amizade com José Mourinho.
Vilas Boas tinha feito o 12º ano na perspectiva de integrar uma universidade de Letras, porém, após este volte-face na sua vida, pretendia seguir o curso de Educação Física. Todavia, esta opção obrigaria o jovem a recuar novamente para o 10º ano. Assim, Vilas Boas decidiu dedicar-se somente ao futebol, tendo feito vários cursos de treinadores, entre os quais o da UEFA, ministrado na Escócia (aconselhado por Mourinho), e outro curso em Inglaterra (este, aconselhado por Robson).
Entretanto, teve uma passagem fugaz pelas Ilhas Virgens, tenho sido o responsável máximo pelo futebol das camadas jovens. Regressou no fim do contrato ao FCP e tem seguido Mourinho para onde quer que ele vá, pois o Special One não confia em mais ninguém para fazer as observações dos seus próximos adversários. Jovem, inteligente, culto e de um profissionalismo sem conceder, são estes os principais atributos que lhe costumam ser apontados.
Esperamos ansiosamente para saber se Vilas Boas dará um bom mister…com os ensinamentos de Mourinho e Bobby Robson a coisa promete…
Agora, vem a prova de fogo. Villas Boas chegou a Coimbra com o rótulo de “special” e pronto a cumprir o sonho de se afirmar como treinador principal. Na apresentação na Briosa, optou pela demarcação do técnico do Inter - “temos personalidades diferentes”.
Mas demonstrou a mesma confiança e ambição - e iguais prioridades: rigor e organização. “Sinto-me forte e preparado. Tenho plena consciência das minhas capacidades” disse o treinador, que os mais próximos elogiam pela capacidade de comunicação e atenção aos detalhes. André Villas Boas já não é um fiel escudeiro de Mourinho: “Agora construo eu o meu futuro.”
Apenas um mês depois de se apresentar como treinador principal na “Briosa”, e depois de um estranho processo negocial adiado por um “apagão”, Villas Boas dá um passo de gigante e passa a comandar o Sporting Clube de Portugal.