A vingança é um prato que se serve frio!

30 anos após morte da filha, pai rapta assassino, leva-o para França e fá-lo condenar

É ao mesmo tempo uma história de amor a um filho, de amor à justiça, de persistência invulgar – mais do que invulgar: raríssima - e também de coragem.

André Bamberski, um contabilista francês, tinha uma mulher e uma filha. Em 1975, a mulher trocou-o por um médico alemão chamado Dieter Krombach, homem elegante e vaidoso.

A filha de Bamberski, Kalinka, uma bela jovem de 14 anos, foi um dia passar férias a casa do padrasto, em Lindau, junto ao lago Constança. E já não regressou.

Apareceu misteriosamente morta na sua cama. A autópsia foi inconclusiva, embora o dr. Krombach admitisse tê-la injectado com Kobalt-Ferrlecit, um medicamento perigoso. Disse que o fizera para ajudar Kalinka a ficar bronzeada mais depressa.


André Bamberski (esq.) e Dieter Krombach (dir.)


Indícios deliberadamente ignorados

O dr. Krombach era (e é) um homem proeminente na sua terra. Ao que parece, beneficiou da proteção empenhada dos seus pares, e terá mesmo estado presente na autópsia, segundo o relatório oficial.

Talvez isso ajude a perceber por que as marcas evidentes de violência na vagina de Kalinka, e o líquido esbranquiçado lá encontrado, não foram tidos em conta.

Também a injeção de sucessivos produtos pelo dr. Krombach no corpo da rapariga quando ela já estava morta foram ignorados. O ministério público alemão arquivou o caso.

Coube ao francês reabri-lo. E uma segunda autópsia revelou um facto extraordinário: o aparelho genital de Kalinka havia sido integralmente retirado.


Um médico sem escrúpulos

Se o pai já suspeitava de malfeitoria, a partir daí teve a certeza. E ao longo dos anos foi incansável a exigir justiça.

A investigação francesa determinou uma acusação, mas as autoridades alemãs recusaram extraditar o médico. Julgado à revelia, em 1995 foi condenado a 15 anos de cadeia. A sentença seria mais tarde anulada por motivos puramente processuais: ao não permitir o recurso em julgamentos à revelia, a lei francesa ofendia a convenção europeia dos direitos do homem. Deste então, e em consequência desse caso, a lei foi alterada.

A salvo na sua terra, o dr. Krombach não permaneceu calmo. Em 1997, foi condenado - com pena suspensa… – por violar uma doente de dezasseis anos, no seu escritório, após a drogar. Outras mulheres o acusaram do mesmo, mas as autoridades disseram que faltavam provas.

Em 2006, nova condenação, por fraude e exercício ilegal de medicina, já que Krombach se encontrava inibido de praticar. Desta vez, como não estava em causa a mera morte de uma adolescente e sim as prerrogativas de uma importante classe profissional, o médico cumpriu dois anos de cadeia.

O rapto e a conclusão

Faltava fazer justiça. Perante a crescente evidência de pressões de bastidores a favor de Krombach, Andrei Bamberski tomou o assunto nas suas mãos.

Já várias vezes tinha ido ter com o médico para o informar de que jamais teria paz. Em 2009, foi mais longe: mandou raptá-lo. O preço terá sido vinte mil euros. Krombach apareceu amarrado, amordaçado e ferido à porta do ministério público na cidade francesa de Mulhouse. Identificado, recebeu assistência médica e ficou preso.

A Alemanha tentou levá-lo para casa, mas desta vez foi a França a mostrar-se intransigente. E há dias Krombach, agora presencialmente, foi condenado a 15 anos por homicídio involuntário.

Antes da sentença, entrevistado pelos media, Bamberski afirmava a sua convicção sobre a culpa do médico: “Não ‘suspeito’, não ‘imagino’. Tenho a certeza”

Enfrentando ele próprio um julgamento criminal por rapto, mostra-se tranquilo: “A minha vida teria sido muito mais fácil se eu tivesse tido a cobardia de dizer, ‘Bem, está morta’, e seguido em frente”.

In Expresso http://aeiou.expresso.pt/30-anos-apos-morte-da-filha-pai-rapta-assassino-leva-o-para-franca-e-fa-lo-condenar=f682981

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Va la vai :shifty:

Justiça!

Gostei particularmente desta parte “Krombach apareceu amarrado, amordaçado e ferido à porta do ministério público (…)”

mais hollywoodesco impossível!

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Eu acho que fazia a mesma coisa, nem que levasse toda a minha vida. Assim me ajudassem a saúde e os recursos financeiros pois para levar a cabo uma cruzada destas é preciso ter bastantes recursos.

Mas não ia descansar enquanto não o levasse à justiça, um bandido desses.

Não tarda aparece algum estúdio a querer comprar os direitos da história.

Grande Homem. :clap:

Sou pai e sei que não conseguiria estar na presença do assassino de um filho meu e apenas lhe dizer que nunca teria descanso.
Pode parecer primitivo mas sei que a justiça seria feita e não demoraria 30 anos.

Eu tenho a certeza que faria o mesmo.
A minha dúvida era se o levaria à justiça…

Hmm… não me parece lá grande justiça um gajo desses apanhar uns míseros 15 anos de prisão.

Eu digo antes: menos mal.

:o :o :o :o :clap:

Grande historia, Grande homem :clap:

Eu faria o mesmo mas, Deus me perdoe, não o levaria à Justiça.

Nojento, espero bem que recebas o tratamento que costumam dar aos violadores nas cadeias e neste momento o bloco 3 já te tenha demonstrado todo o seu afecto!

Também desconfio que lhe limpava o sarampo!
Mesmo assim, já foi bom ter acabado com a impunidade de que gozava aquele facínora. :great:

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[admin]Compreendo que o assunto suscite emoções fortes, mas tenham atenção à linguagem e incitamento à violência.[/admin]

Para ser honesto não acredito que teria a presença de espírito para manter o verme vivo e entregá-lo à polícia!

Cumps

Isto é der um grande, um grande ser humano que hoje em dia é o mais difícil de encontrar neste planeta :clap:

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Enorme atitude, mas também não sei se aguentaria. Infelizmente.