A uma só voz: Sporting

Começo este texto pelo fim, perdemos com o Porto, uma derrota que embora nos custe temos de a aceitar e a encarar como aquilo que ela realmente é: Uma derrota (não deixa de a ser…), 3 pontos a menos e um passo em frente na evolução de uma equipa extremamente jovem e ambiciosa. É esta a definição do resultado do Dragão, apenas e só.

No entanto esta derrota e à semelhança de outras que temos, infelizmente, sofrido no norte do país, tem contornos muito diferentes e interessantes.
Apesar de ter sido surpreendido agora a meio pelo comunicado do Sporting (já lá vamos), o que se passou no túnel do alterne só nos pode a nós, sportinguistas sócios e adeptos, engrandecer enquanto devotos de um ideal, quer nas incidências pré, durante e pós jogo.
Antes de começar a explanar as ideias do texto a sério quero deixar claro uma coisa… Este não é um texto de louvor ao Presidente do Sporting, não é um texto de bajulação à Direcção nem tão pouco tende a entrar por aí.

É um texto a falar do Sporting.

E começa-se a falar do Sporting começando a falar de Bruno de Carvalho. Não o presidente do Sporting mas sim o Bruno Miguel Azevedo Gaspar de Carvalho, sócio e adepto do maior clube deste planeta.
Foi ele, que na sua extrema vontade de recolocar o clube no lugar que lhe pertence por direito e o libertar das amarras do politicamente correcto, do debochismo e da cabrestanagem, com uma entrega sem igual conseguiu em tempo recorde mudar a mentalidade de milhões de adeptos espalhados pelo mundo, adeptos esses que se acostumaram, erradamente é certo, mas acostumaram a ver o Sporting como um clube subalterno, acapachado, sem capacidade de resposta quer dentro quer fora das quatro linhas.
Isso mudou radicalmente. Se mais provas fossem precisas de tal mudança positiva, ontem o clube que paga a árbitros para os favorecerem em campo confirmou-o de forma cabal e inequívoca. Fomos, tal como Bruno de Carvalho queria (e bem) recebidos de forma hostil, recebidos como rivais, como inimigos, como alguém que ambiciona ter (e que vai acabar por ter) aquilo que eles têm: a hegemonia do futebol português.

Foi com este sentimento que fomos lá acima, de peito feito, e atenção em não confundir peito feito com arrogância. Peito feito no sentido de que estamos aqui, somos o Sporting, um dos maiores clubes do mundo e queremos ganhar dentro e fora de campo, doa a quem doer.
Foi-nos devolvido a alegria de defender o Sporting, a adrenalina de o proteger na rua, em casa, nos cafés, no trabalho, em todo o lado onde haja um taberneiro lampião ou um corrupto tripeiro, foi-nos devolvido o sentimento de pertença a um clube, a uma instituição, a um ideal, algo a que estávamos alheados à muito tempo.

Pela primeira vez em muitos anos vi o clube das casas de prazer sexual tremer, quer cá fora quer lá dentro. Voltaram as pressões, os jogos psicológicos, os tratamentos abaixo de cão, voltou o respeito e a noção de que estão a defrontar um Grande de Portugal, grande na verdadeira ascenção da palavra desde à 107 anos a esta parte, um Grande que não altera datas de fundação para servir de betadine ao complexo de inferioridade que têm e sempre tiveram e sempre hão-de ter, porque e já dizia um treinador cá do burgo: Um vintém é um vintém, mas um cretino será sempre um cretino.

Fora de campo, uma vassoura verde e branca (e negra) varreu a alameda nortenha até ao túnel de vento, como sempre, ficam sempre alguns grãos de pó para trás mas no cômputo geral foi tudo bem varrido até às imagens que depois foram divulgadas pela comunicação social (escolhidas a dedo? Eu cá tenho a minha opinião…). Muitos insurgem-se contra «actos de violência gratuitos», pois eu cá digo que foi tudo menos violência gratuita. Quem andou anos e anos a levar com a violência física e verbal daqueles animais de estábulo, os famosos «ides sofrer como cães», as torturas que os Sportinguistas sofriam nas antigas Antas, o tratamento dos vergonhosos corpos policiais lá de cima sempre em conivência com os dirigentes portistas, os roubos de proporções incalculáveis de que fomos alvo durante mais de 30 anos a esta parte, tudo isto ficou pago, em parte, na tarde de ontem.
Podem vir-me dizer que quem acabou por pagar foram por ventura algumas pessoas inocentes, aceito, mas digo apenas que temos pena. É assim em todos os lugares do mundo, não será diferente em Portugal.
E convém não esquecer também, quem critica e quem acusa os Sportinguistas que varreram o Dragão de serem vândalos, criminosos, anti-desportistas e demais adjectivos, quando se deslocarem ao bacio azul e forem encurralados por meia dúzia de símios vão então lembrar-se que gostariam de ter ali, naquele momento, os vândalos e os anti-desportistas.
Honra seja feita a quem de direito! E daqui mando também o meu abraço e a minha saudação a quem defendeu o meu Sporting onde ele também deve ser defendido, na rua.

Hoje, como disse em cima, fui surpreendido com o comunicado da Direcção do Sporting sobre o que ninguém tem coragem de expor.
Já o tinha dito entre colegas de trabalho, os cartazes para o Rui Patrício são vergonhosos e foram devidamente permitidos, como não poderia deixar de ser, pelos seguranças do estádio e pelos orgãos sociais do clube da fruta. Não apareceram ali por acaso, logo naquele local.
O Sporting como é sua obrigação (devia ser SEMPRE) expôs e denunciou todos os casos em que se sentiu lesado nesta deslocação e deveria incitar a TODOS os clubes fazerem o mesmo, através de comunicados públicos, para se tentar parar esta pouca vergonha de mesquinhez regional e de uma maneira de estar no desporto absolutamente vergonhosa e anti-desportiva.

Hoje estamos diferentes, hoje somos o Sporting.
Hoje podemos dizer que graças à acção de um homem, graças ao Bruno da curva, ao Bruno dos pavilhões, ao Bruno dos ringues, temos toda uma nação Sportinguista a pensar diferente e a remar para o mesmo lado.

Hoje temos uma massa adepta enérgica, pró-activa, protectora, que sabe entender o momento do clube e sabe estar ao seu lado indefectívelmente. São uma autêntica locomotiva verde-e-branca que atravessa o país de norte a sul no apoio à equipa. Voltámos a ter aquela vontade de percorrer quilómetros com amigos, com o pai, o tio ou o sogro atrás do Sporting e isso não tem preço.
Num país a caminhar a passos largos para o abismo, ter um Sporting pujante e com um futuro risonho à sua frente, protegido por adeptos destes, é uma lufada de ar fresco e mais que motivo para um sorriso todos os dias.

É tempo de enchermos Alvalade, fiquemos em 1º, 2º ou 3º, dizer a todos que o Sporting somos nós e que ninguém nos passa por cima! Viver e disfrutar do clube e das coisas boas que ele nos pode dar, sem esquecer de fazer a nossa parte, de nos tornarmos sócios, de irmos fazendo o sacrifício de quando for possível acompanhar a equipa numa qualquer deslocação, de apoiar as modalidades, de torcer pelas modalidades, de promover o Sporting em todo o lado e de sermos todos e cada um de nós uma própria expansão do clube em cada cidade, terra ou aldeia.

Hoje mais do que nunca, a vontade de gritar SPORTING a plenos pulmões num José de Alvalade a rebentar pelas costuras, é um desejo sem igual.

Orgulho, Honra e Fidelidade.

Assenzaforzata

Concordo com o texto.

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Excelente!! :great:

Sou por principio contra a violência, seja em que forma for e principalmente se inocentes ( famílias, crianças, idosos ) sofrem as consequências. Não posso, portanto, comungar dos elogios ao que aconteceu no Domingo.

Ainda assim, Assenza e se percebi bem, o sentido do teu post passa por outra questão e aí completamente de acordo.

Deparamo-nos com um país futebolístico em que o grito de revolta dos Sportinguistas, a ambição e a coragem mostradas antes de um desafio de grande dificuldade, são vistos como gabarolice, euforia e falta de senso e desta forma agora são tratados, após a derrota.

Tudo o que não passe pelo baixar da cabeça relativamente ao sistema instalado, aos patriarcas do sistema podre que dominam o futebol português, soa, a estes senhores, a desfaçatez e desrespeito.

Se o Sporting afirma a sua vontade e desejo de ganhar e que fará tudo pela vitória, tal é visto como uma afronta e não falta quem diga que o Sporting tem que pagar por querer ter o seu próprio espaço e conquistar o seu lugar.

No Domingo vi e não gostei de tudo, como disse no primeiro parágrafo, claros sinais de independência, comunhão de esforços e um de um clube unido. Era isto que eu queria.

li e gostei. de todas as palavras. de todos os parágrafos. os nossos comportamentos tem que se adequar aos indivíduos com os quais estamos a lidar. e só não entende isso quem não quer. serei sempre correcto e educado com quem mo merecer. mas o contrário também será sempre verdade. tenho pouca tendência para ser papalvo. e a idade tem-me trazido cada vez menos paciência para gente estúpida.

Pelo que se vê na televisão, se não fosse a polícia, os adeptos do Sporting tinham levado uma enorme carga de porrada dos porcos.

Até porque quando houve a tentativa de entrada na porta 21 penso eu, os policias estenderam a passadeira e tudo :wall: :wall: :wall: encaminhando depois prá 25 que ali a vista pró campo era melhor.

Excelente texto assenza

" Podem vir-me dizer que quem acabou por pagar foram por ventura algumas pessoas inocentes, aceito, mas digo apenas que temos pena "

Quando leio um texto que quando fala de violência gratuita sem qualquer fundamento e o autor tem uma frase destas está tudo dito …aqui sim é de ter pena de quem tem este tipo de pensamento e se algum dia o autor do texto tiver o azar de no meio desses inocentes que são apanhados por animais estiver um familiar seu , e sofrer na pele gravemente o que esses animais infligem ás pessoas com a violência que exercem então ai é que é de valor vir para aqui dizer que inocentes apanhados no meio de guerras de bandos de criminosos "temos pena

E a mim não me interessa se eram verdes, pretos, azuis ou vermelhos, quem faz aquilo, os que respondem aquilo , os outros que se preparam para se vingar numa próxima, etc, são apenas animais e criminosos que deviam estar no sitio indicado para os mesmos, numa cela…

:cartao: :cartao: :cartao: :cartao: :cartao:

“Foi-nos devolvido a alegria de defender o Sporting, a adrenalina de o proteger na rua, em casa, nos cafés, no trabalho, em todo o lado onde haja um taberneiro lampião ou um corrupto tripeiro, foi-nos devolvido o sentimento de pertença a um clube, a uma instituição, a um ideal, algo a que estávamos alheados à muito tempo.”

É isto Assenza. Parabéns!

Antes de mais excelente texto parabéns!! :great: :great:

Não era bem que quando passamos por eles a primeira vez praticamente ninguém fez, só quando a policia fez questão de entrar em acção é que eles vieram.

O Assenza de certeza que é claqueiro para dizer estas coisas horríveis!!! e veste-se de preto, frequenta restaurantes e tem 2 olhos.

Eu também sou contra a violência …mas como se costuma dizer "tantas vezes o cantairinho vai à fonte que acaba por partir "

O que quero dizer com isto é que por vezes as pessoas estão tão fartas e cansadas , que se revoltam

Acho que não preciso dizer mais nada certo ? :great:

Este gajo está um l@mbuç@s autêntico! :twisted:

Um dos melhores textos que já li… Em que me revejo em todas as linhas escritas!!

Excelente!!

Não sou adepto da violência, mas só espero que esses tripeiros ainda sofram o dobro na vinda ao José de Alvalade!!!

A uma só voz: SPORTING!!

Mais importante que aplaudir o texto, todos ao Estádio!

Lampiões e tripeiros é para correr tudo a pontapé e chapada, sem piedade.
Quem já se deslocou a qualquer um destes antros percebe porquê…sem tréguas.

Siga. :arrow: :arrow:

Este tópico de um GRANDE sportinguista a mostrar o que é ser do SPORTING. Sem medo, directo e sem falsos moralismos. Duro!

Grande abraço!

Começo pelo que não concordo e já foi dito por outros, não posso aplaudir que inocentes sejam apanhados em lutas que não são chamados nem pediram para participar. Acho que isso é o limite e deveria ser levado em linha de conta, defender o Clube sim, até posso nem entrar na questão se é correcto existerem estas lutas entre claques, mas se vão defender como dizem quem nos atacou, limitem-se a esses e não incluam vitimas colaterais.

O Presidente é justamente elogiado no texto e é o mesmo homem que defende um futebol português diferente, pelo que não acredito que defenda violência contra quem não nos fez mal nenhum.

Posto isto, será o único detalhe, ainda que muito importante do texto que não me revejo.

Defendo o papel aglutinador e incentivador do Bruno de Carvalho, nosso Presidente, bem como a sua importância na viragem de 180º que o Clube sofre em somente 7 meses. Como o Assenza diz e muito bem a meu ver, não se trata de arrogâncias nossas ou sermos anti o quer que seja, trata-se de proteger e defender, sentir e viver o Sporting Clube de Portugal na sua total plenitude. Foi isto que o Presidente nos trouxe de mais importante e é devido a isto que temos um Sporting unido, a uma só voz e fortíssimo, sendo que acredito que esta derrota foi uma vitória. Sim perdemos 3 pontos mas ganhámos no carácter, na raça, na união e temos hoje o respeito de novo dos nossos adversários.

O Sporting mudou, está em mudança para melhor e compete-nos agora ser a força que impulsiona o Clube a um patamar estratosférico como é seu lugar.

Como disse o @one_o_six todos ao estádio, vamos mostrar quem somos e a nossa força.

Texto prazeroso de ser lido.

:mais:

Já não nos vêm da mesma forma tipo “coitadinhos”… agora é agarrar o touro pelos cornos!

É esse o espírito de apoio!!!

É continuar a Onda e encher já contra o Marítimo!

SL