A Onda

Acredito que a velha questão da Ditadura seja mais uma questão cultural do que propriamente uma questão universal. Tu estás a descrever ditadura de uma perspectiva ocidental. Em outras culturas, como a asiática e a islâmica, a democracia é indesejável, pq é acreditam que é o resultado da desconfiança e desrespeito perante a autoridade, o governo e até da própria religião. A democracia resulta assim em degradamento moral causado pela ausência de uma autoridade superior que imponha valores morais e um ambiente politicamente livre cria excesso de individualidade.

Quanto a termos a palavra, penso que não seja assim. Acho que tu pensas que tens a palavra, quando na relidade não existe escolha, pq a democracia não passa da ilusão de escolha, sejamos honestos, votemos em quem votarmos, os partidos pertencem todos ao mesmo sistema. Já para não falar que a democracia não é mais do que a ditadura da maioria. A democracia deixou de existir com o advento do capitalismo e as empresas seguem um modelo fascista de organização, actualmente vivemos numa corporatocracia.

O PCP continua a defender o caminho para a revolução marxista, e no último congresso reafirmou o apoio a regimes como o a Coreia do Norte e Cuba. O Louçã, às vezes para enganar diz que não gosta da China, mas quando o BE no dia das eleições legislativas de 2005 andava na sua sede a distribuir panfletos com tralha dita pelo Trotsky não restam dúvidas. A diferença para o PCP está no método mais queque e intelectualóide. Mas dizer que são partidos democráticos é piada. Basta ver, como internamente eles elegem os seus órgãos. Dizer que são extrema-esquerda ou só esquerda, é pormenor de semântica que não altera o conteúdo de ambos os partidos.

Mas esse pormenor de semântica só existe mesmo para o PCP e o BE. Porque os rapazes que à semelhança do PCP e BE também abominam o capitalismo, os EUA, e ambicionam uma sociedade sem propriedade privada controlada por um Estado de partido único, mas que gostam de rapar o cabelo, aí não restam dúvidas que são de extrema, mas “extrema-direita” e não merecem complacência dos media nem da sociedade civil. Para mim são a mesma coisa. E que os segundos sejam levados enquanto ameaça quando constituem uma franja ridícula do eleitorado, mas os primeiros sejam encarados apenas como normalidade quando representam 20% do eleitorado português é que me faz confusão. Ou melhor, não faz confusão nenhuma: a nossa democracia (e o eleitorado) é imatura e acéfala, donde o nosso estado.

Ambos os extremos são nocivos e têm, obrigatoriamente, de ser erradicados pois são um atentado contra à democracia e contra a condição fundamental da raça humana: a liberdade. A extrema-direita, felizmente, apenas existe em nichos de ideologias radicais baseada em vídeos nostálgicos de ditadores do passado. A extrema-esquerda, por seu lado, existe e está representada no nosso parlamento. Não passam de uma cambada de lorpas preguiçosos com uma ideologia que, fruto da sua anterior tentativa de executabilidade, apenas criou mortes (aos milhões) e pobreza.

Querem exemplos práticos? Saímos do fascismo para, algum tempo depois, estarmos na ravina de entrar na ditadura do Cunhal/Comunismo, esse “lutador pela liberdade” que defendia regimes fantoche como os da Checoslováquia. Outro exemplo, recente, actual, é o facto do BE e do PCP não se poderem ver à frente. Querem o mesmo, ou seja, o poder, sempre em nome de uma ideologia radical, anti-libertária.

Infelizmente, não temos um partido liberal.

Compreendo perfeitamente o teu ponto de vista e partilho contigo o total repúdio pelas ideologias criminosas, e também partilho contigo o apego à causa liberal, mas não posso deixar de reparar na contradição da tua frase que assinalei a negrito: é que “erradicar” os grupos ideológicos extremistas seria por si só também “um atentado contra a democracia e contra a condição fundamental da raça humana: a liberdade”.

É que a democracia e a liberdade também implicam que se respeite quem é contra a própria democracia e a liberdade (desde que não pratique crimes). Por isso evidentemente eu não quero que se erradique nem a extrema-esquerda nem a extrema-direita, e se felizmente as pessoas de extrema-esquerda são livres de pensar assim e são respeitadas, o mesmo não acontece com a extrema-direita (que pensa igualzinho à extrema-esquerda, excepto na ênfase na parte da “raça”) que é proibida e reprimida um pouco por todos os países da Europa. Oponho-me contra isso, tal como me oponho a que um dia possam fazer o mesmo à extrema-esquerda.

É isto que é a liberdade: cada um tem o direito de pensar o que quiser (por muito mau que seja), e como tal, tanto skins como comunas devem ter direito à parvoíce, seja ela o revisionismo do Holocausto ou o fascínio por Mao Zhe Dong (desde que a coisa não resvale para violência ou qualquer outro crime).

Eu tenho de admitir que esperava uma resposta à minha escolha de palavras. Não era a minha intenção utilizar o “erradicar” no sentido de matar, mas sim pela via da razão, pelo entendimento das teorias que os extremistas defendem, rebatendo-as. Admito que a escolha de palavras foi infeliz.

Em relação aos skinheads ou aos comunistas, parece-me impossível, até por razões históricas, que os mesmos defendam as suas ideologias sem utilizarem a violência como arma política. Eu pergunto-me: a noção da liberdade de expressão, por exemplo, não merece ser defendida daqueles que a utilizam para dizer barbaridades? Ou teremos nós, os moderados, de ouvir pseudo-argumentos vindos de pessoas que defendem ideologias que chacinaram milhões? Complicado…

Mais respeito e tolerância acho que ficava bem por aqui.

Um puto de 20 anos aqui a dizer que é anti-comunista , mas sabes lá o que é o comunismo , podes saber algumas coisas teoricas e os falhanços de alguns regimes que curiosamente falharam devido , pasme-se à corrupção que está na ordem do dia.
Para ser anti qualquer coisa é preciso ter alguma experiência e tu com essa idade não tens , enquanto existir luta de classes neste país haverá partidos que espelham o descontentamento e sejam anti-sistema.

Não se pode comparar a estrema esquerda com a estrema direita , enquanto a 1ª sempre teve por base pessoal que sempre deu no duro a outra nunca passou de capachos ao serviço de interesses terceiros , daí o desastre que esta deu já que o monstro foje sempre ao criador.

Ilegalizar esses partidos que vocês chamam de estrema esquerda era um absurdo , era lançar 20% da população portuguesa que representam para a clandestinidade e aí sim criar um conflito sério na sociedade portuguesa , pode-se não concordar mas há que saber aceitar a diferença.

Aliás nem são eles a ameaça aos partidos do centro , estes partidos pouca representatividade têm na realidade , cada vez menos têm como todos , a verdadeira ameaça é franjas da sociedade virarem-se para outras soluções não representativas e aí o anarquismo está na ordem do dia com tudo o lhe é inerente como se viu na Grécia , ou me engane muito vocês aqui ainda vão ter muitas saudades dos comunistas que não faziam mal a uma mosca como são os nacionais.

Eu não sou apologista dessa ideologia mas respeito quem seja e muitos o são porque antes do 25 de Abril era o unico a fazer frente às corporações , aí como no Barreiro quem sofria no dia a dia , não podia ser outra coisa senão comunista , actualmente a história é outra.

Continuo curioso por ouvir a resposta à pergunta que te fiz no outro tópico: se defender uma ditadura é ofensivo para todos os portugueses que foram vítimas do Salazarismo, então defender um regime democrático que espoliou outros tantos em nome da redistribuição da riqueza, da igualdade social e de uma descolonização fácil e rápida, será ofensivo para alguém?

Puto? Os meus 20 anos, felizmente e porque tive maturidade suficiente para aprender, serão, provavelmente, os teus 30. Não me venhas com palhaçadas de idade porque, se fores inteligente, sabes muito bem que mais de 50% desses 20% de que falas são votos de protesto, ou seja, as pessoas votam nesses partidos porque não acreditam naqueles que, neste momento, compõem o “bloco central”.
No dia em que se começar a valorizar o trabalhador honesto, o patrão (sim, o patrão) que remunera os seus trabalhador consoante a qualidade do seu trabalho, que se comece a valorizar a iniciativa pessoal, que se comece a valorizar o trabalho legítimo, isso sim, é uma ideologia decente, uma sociedade baseada no mérito. Não conheço o comunismo? De facto, nunca vivi sobre a égide de um governo comunista, mas leio, inclusivamente, o famoso “Manifesto Comunista”, ou seja, a bíblia dos comunistas, a cassete!! Não posso rebater o comunismo utilizando as mesmas premissas que o compõem? Terei de citar aqui as premissas fundamentais do comunismo que, numa breve leitura, apelam à supressão de liberdades?
Essa tua deixa da idade é fascinante. Deves pensar que todos os que têm menos anos de vida do que tu são ignorantes.

[b]Continuo curioso por ouvir a resposta à pergunta que te fiz no outro tópico: se defender uma ditadura é ofensivo para todos os portugueses que foram vítimas do Salazarismo, então defender um regime democrático que espoliou outros tantos em nome da redistribuição da riqueza, da igualdade social e de uma descolonização fácil e rápida, será ofensivo para alguém?[/b]

Deixa-me, na medida do possível, porque, sinceramente, não estou a acreditar na pergunta que me estás a fazer, responder. Estás a pedir-me uma resposta a uma pergunta que compare as injustiças de uma ditadura com as injustiças de um sistema democrático? Deves ser comediante!

Eu tambem com 20 anos pensava que sabia tudo mas não sabia , uma coisa é a teoria e outra a prática , com 20 anos tem-se a teoria toda e prática nenhuma , não é ignorância , mas sim falta de experiência.

Quanto a livros há para todos os gostos , aliás um dos erros apontados e uma das razões do falhanço das experiências do leste europeu nomeadamente a russa foi eles terem levado esses livros que tu andas a ler à letra , o que se poderá nuns casos aplicar a uma coisa não pode e não deve se aplicar a tudo.
O mesmo para todos os regimes , há que saber interpretar cada momento da história , o que pode ser bom numa época , não é bom noutra e vice-versa , as sociedades é que ditam as leis e o caminho a seguir.

Eddie, dizeres que foi um regime democrático que espoliou outros é claramente ignorar o que se passou.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prec
Lê bem esse texto, especialmente o verão quente…

Digam o que disserem, a REALIDADE é que o COMUNISMO É UMA UTOPIA!!! É, possivelmente, a forma mais justa de governo, um verdadeiro governo do povo, para o povo, mas é utópico, porque é completamente impossível de conseguir enquanto houver um sistema monetário em vigor. Enquanto o foco principal da humanidade for a obtenção de riqueza material, quer para simples sobrevivência, quer para dar uma melhor vida aos nosso filhos do que a que tivemos, quer para simples prazer e/ou poder, é impossível implementar um sistema político com igualdade para todos.

Claro que, por mais areia que atirem para os olhos das pessoas, o que nós temos também não é democracia… O que temos é 2 grupos de chulos que se vão intercalando a chular o zé povinho enquanto põem as culpas dos problemas do país nos gajos que lá estiveram antes. Daí eu querer um governo de minoria. Obriguem PS ou PSD a governar em coligações, e talvez se faça qualquer coisa. Até lá, e enquanto continuarem em casa em dia de eleições, porque tá frio, ou o raio que os parta, então depois também fiquem calados quando subirem os IVAS, e baixarem as reformas, e tudo o resto, porque se não se importaram com quem lá puseram, não têm legitimidade para se queixarem deles.

Estou. E o facto de não conseguires fazer esse exercício comparativo revela incoerência da tua parte.

Desculpa, mas isso é treta… então quem se abstem de votar é que tem culpa? Ou é quem vota nesses partidos que têm governado Portugal? Eu admito, a primeira vez que votei, fiz voto de protesto, votei intencionalmente em partidos com pouco representação, mas acho que este ano nem sequer vou perder o meu tempo com isso. Não interessa se tens uma maioria, um minoria, ou se até podes votar em 10 partidos diferentes, o sistema será sp o msm. As politicas serão sp as msms. Estas eleições mereciam uma abstenção total, mas ainda há quem ande a dormir.

A Suécia e a Noruega, principalmente, são demonstrações vivas de como o sistema democrático pode funcionar. São países extremamente evoluídos e, entre outras medidas, sempre incentivaram ao seguinte: ao investimento na educação, e ao incentivo à actividade empresarial, com impostos baixos para todos os agentes económicos. São paraísos de vida, em comparação com o resto do mundo que funciona no modelo ocidental.

Na Austrália, por exemplo, é obrigatório ir votar. Para mim, deveria acontecer o mesmo, porque obrigaria a escumalha política a analisar todas as classes da sociedade (com isto não quero dizer que os pobres são os principais alvos dessa "abertura). A malta está conformada e, em resultado desse conformismo, os nossos políticos continuam a passear por aí. E, numa opinião mais pessoal, não acredito no voto de protesto porque, simplesmente, não serve para nada.

Em relação a quem não vota, não fico aborrecido, mas penso que fica inibido de qualquer manifestação de desagrado. Penso o mesmo em relação ao nosso clube. Nós, sócios, é que temos a palavra. Os adeptos/simpatizantes, embora extremamente importantes para a vida do clube, deveriam falar menos porque não participam na face, digamos assim, dos bastidores (Assembleias, um conhecimento mais profundo da estrutura toda do clube, etc).

Portanto, a ÚNICA forma real de decisão que tu tens como cidadão, não a usas, e a culpa é dos que o fazem? com que direito podes tu fazer uma greve, ou uma manifestação contra a política do governo se nem sequer te importaste quem para lá ia?? Mentaliza-te duma coisa, tem-se o governo que se merece. Disse e repito, se não se preocupam com quem lá metem, porque é que hão de esperar que eles se preocupem com vocês??

Eu acho que só votei 1 ou 2 vezes na minha vida, uma delas para para votar no PC lá da terra. Não voto por protesto, acho que a “democracia” que temos é uma treta, o meu voto não altera nada e sonho com o momento em que os votantes não serão mais que 5 ou 10%. Pode ser que nessa altura alguém se aperceba que as coisas estão mal e mudem as coisas. Vou esperar sentado de qualquer forma.

Além disso, os partidos ganham diheiro por cada voto consquistado. Não lhes dou esse prazer.

É melhor ires ver melhor as doutrinas que falas e verificares que o Trótski era rival de Stalin e foi morto a mando deste. O Trótskismo é uma corrente do marxismo que nada tem a ver com estalinismo! E o que Trótski criou foi o exército vermelho e não aquilo que te referes!

Continuo dizendo e não vejo muita gente aqui ter a tua opinião, o BE e o PC são partidos de esquerda, que defendem os direitos dos trabalhadores, como mais nenhum partido da assembleia faz. O PS governa o país de uma forma que nada tem a ver com a esquerda, a semelhança aos governos de PSD é evidente. Se o PSD é de direita…

Agora achas que não deve haver na AR nenhum partido que defenda os direitos dos trabalhadores e das classes sociais mais desfavorecidas, no mínimo estranho! Quando tinha 16 anos também achava o PSD o máximo, tinha um hino muito lindo e uma cor gira!

Judas, Trotsky era rival de Estaline, porque depois da morte de Lenine ambos queriam o lugar para si. Ganhou o que tinha mais poder. Trotsky era o estratega militar de Lenine, e a seu mando foram fuziladas milhares de famílias russas. O Trotskismo enquanto ideologia política não era mais do que o clássico marxismo, a “ditadura do proletariado”, mas com nuances e ambições expansionistas da URSS.

O problema não está nesses partidos defenderem os trabalhadores. O problema está no facto de esses partidos terem como referências oficiais alguns dos maiores criminosos da história mundial, e defenderem oficialmente nos seus programas partidários sistemas políticos não democráticos que mataram milhões de pessoas no século passado. Isto representa 20% do eleitorado português. É único na Europa, e em qualquer democracia liberal ocidental.

Ai que meteste o pé no país onde estou. ;D

Rapaz, anda viver uns tempos na Suécia para construíres uma nova imagem deste país… ou melhor, vai viver uns tempos para longe de Portugal, seja qual for o país, para te descobrires como Português. Não estou a dizer que a Suécia seja má, estou sim a dizer que não é o ‘paraíso de vida’ que referes, nem Portugal o ‘inferno’ com coartacão da liberdade de expressão, partidarismos ridículos e terceiro-mundistas e desenvolvimento educativo, social e económico cheio de deficiências e que não acontecem em mais parte nenhuma do Mundo.

Infelizmente, ainda há muita gente que acredita que Trotsky era uma versão não violenta de Stalin. Nada mais falso! Trotsky foi o chefe da polícia e do exército que, por iniciativa própria e por consonância com a ideologia que se tentava implementar, chacinou milhares de russos inocentes. Trotsky não era nada mais do que um sanguinário assassino que perdeu a batalha pelo poder. Ideologicamente, Trotsky era mais marxista do que Stalin, só que o último cresceu politicamente ao defender o Leninismo e ao implementar a Grande Purga que, simplesmente, eliminou qualquer rival. Era a altura dos “Contra-revolucionários”.

Isto representa 20% do eleitorado português

Sinceramente, quero acreditar, para o bem do país e da democracia, que metade desses votos são votos de protesto. Conheço esse tipo de conceito porque acontece o mesmo no Reino Unido, com o BNP (uma versão gigantesca do PNR).

O problema está no facto de esses partidos terem como referências oficiais alguns dos maiores criminosos da história mundial, e defenderem oficialmente nos seus programas partidários sistemas políticos não democráticos que mataram milhões de pessoas no século passado.

E nem se dão ao trabalho de o negar. Rejeitam condenar regimes extremamente ditatoriais e até convidam grupos terroristas. Inclusivamente, lembro-me de um dirigente do PCP descrever as FARC como “um grupo que luta pela liberdade”. Excelente!

As três principais caras do bolshevismo eram Lenin, Trotsky, Georgy e, embora menos preponderante, Bogdanov.

Paracelsus, vem tu para cá viver, para veres como isto está. :mrgreen: Eu já passei férias na Suécia e gostei muito. Claro que isso não quer dizer nada. Se calhar se fosse para aí viver não gostava nada. Mas os escandinavos têm um nível de vida muito bom. A “sorte” deles é terem um clima péssimo, porque senão não faltaria gente a querer emigrar para aí.

Relativamente ao grau de tolerância dos portugueses, acho que o sistema os tem bem adormecidos. O partido do regime da III República com maioria absoluta não brinca em serviço. Já conseguiu inclusivé reduzir o Cavaco quase a “pó”. O Alberto João Jardim quando fala sobre o Continente é o único a dizer as verdades, para além de Medina Carreira, claro. Pena é que na Madeira faça o mesmo que critica aos socialistas cá. Mas pela sua boca desbocada vão-se ouvindo umas coisas, para bom entendedor. Dizia há dias que o PS já controla directa e indirectamente 60% da economia portuguesa, e é verdade. Basta pensar nas empresas do Estado e nos “privados” que dependem do Estado. Nunca um governo teve tanto poder desde o 25 de Abril. Mais até que os governos de Cavaco, porque nessa altura a comunicação social era crítica para com o poder. Hoje os media estão quase todos alinhados pelo governo PS. Uns por convicção, outros por conveniência, outros por necessidade. Neste panorama, não é possível haver uma oposição com peso. Não tem financiamento, nem quadros. Os empresários não financiam o PSD e os quadros estão a tratar da sua vidinha, encostados ao Estado.

O que nasce torto não se endireita. Estamos a pagar os equívocos de uma Democracia condicionada. Um sistema que teve de manter uma Constituição própria para um regime que esteve quase a ser de extrema-esquerda. Um país onde quase 20% de portugueses tem intenção de votar em partidos anti-democráticos. Sintomas de um endémico atraso económico e social, claro. E como se não bastasse, aprova-se um estatuto para uma região autónoma que é inconstitucional (já nem a sua Constituição os partidos respeitam!) abrindo-se o debate sobre o federalismo num estado quase exíguo! Se isto não é arranjarmos sarna para nos coçarmos, é o quê?? :wall: :cartao: