A mãe de todas as bolhas: o imobiliário chinês!

Amiguinhos, recentemente vi uma peça jornalistica acerca das cada vez mais faladas “cidades fantasma” chinesas onde existem, segundo os números oficiais da ditadura chinesa, cerca de “64milhões de apartamentos vazios” com preços de compra totalmente desajustados dos rendimentos médios do comum chinês.

Falamos de autênticas cidades fantasma construidas de raiz, e fruto da politica de crescimento económico chinês. O que se está a passar não é muito diferente do que se passou nos EUA, e só assim a China consegue crescer 8, 7% ao ano, num ano em que tudo à sua volta está em recessão. A isto chama-se bolha, e uma bolha normalmente rebenta (como rebentou a do subprime nos EUA). Actualmente o governo chinês, que tem mantido o valor da sua moeda artificialmente baixo (potenciando ainda mais o poder exportador da economia chinesa) já começa a tomar medidas para tentar “esvaziar” a bolha, no entanto sem se saber se será possivel evitar o seu rebentamento. Em todo o caso, esta “contenção” de estragos levará inevitavelmente ao aumento do valor da moeda chinesa o que fará refrear muito a sua economia. Parece-me a mim, que não sou especialista em economia, que o regime chinês só tem duas hipóteses: ou cair numa crise de proporções inimagináveis (que fará parecer o a crise do subprime, uma brincadeir de crianças) ou sacrificar muito do seu crescimento actual.

A pergunta que gostaria de deixar no ar é: será que é boa ideia a cada vez maior exposição europeia à economia chinesa (nomeadamente a nivel de investimentos?!).

Os EUA também não estão melhor. A única forma que têm arranjado para escapar à recessão e mesmo assim mal, é imprimindo dolares. Acontece que o dólar qualquer dia não vale nada, para além da inflacção que induz numa economia que empobreceu bruscamente com a crise do subprime. A machadada final será quando o Irão e outros comecem (como parecem querer os primeiros) a querer transacionar petróleo noutra moeda que não esse mesmo dólar.

Assim de repente, a crise do Euro não parece tão grave…

Em baixo deixo um artigo de 2006, e outro de Dezembro de 2011, reflictam sobre as diferenças:

[b]A maior bolha econômica da história[/b]

Febre imobiliária infla o patrimônio dos
americanos em 5 trilhões de dólares.
Mas essa festa pode ter um final triste

Em 1991, o valor somado dos imóveis do Japão atingiu 18 trilhões de dólares, quatro vezes o preço de todos os prédios e casas dos Estados Unidos na época. Apenas o terreno do Palácio Imperial, em Tóquio, valia mais que todas as casas e prédios da Califórnia juntos. Embora fosse o auge da ascensão econômica e financeira do Japão, o preço estava muito além de quaisquer bons fundamentos econômicos. A bolha estourou, e vários dos bancos que financiaram a especulação imobiliária quebraram. O Japão entrou num longo período de estagnação econômica e os imóveis agora custam a metade do que custavam naquela época. Passados quinze anos, são os Estados Unidos que experimentam o mesmo fenômeno – só que em dimensões e com riscos muito maiores.

Os dados são impressionantes: nos últimos dez anos, o preço médio das novas casas subiu 85%; metade dos empregos criados no setor privado americano desde 2001 relaciona-se ao setor imobiliário ou afins; em Manhattan, coração de Nova York, um apartamento de dois quartos custa em média 1,2 milhão de dólares. Diz-se que bolhas econômicas existem quando o preço de um determinado ativo sobe muito mais do que os conceitos econômicos conseguem explicar. É o que estaria ocorrendo hoje, segundo a maioria esmagadora dos economistas. Prova disso, dizem eles, é que a inflação, a renda e até os aluguéis nos EUA não acompanharam esses preços. Nos últimos dez anos, por exemplo, o valor do metro quadrado em Manhattan subiu 130%. No mesmo período, a inflação americana ficou em 25%. Se há uma bolha, como sustentam os economistas, ela um dia vai estourar, criando crises em cascata. Uma queda abrupta nos preços deixaria os americanos menos ricos e afetaria o crédito e o consumo – o que provavelmente afundaria o país numa recessão, com efeitos óbvios sobre toda a economia mundial. Na prática, se o preço dos imóveis despencar, os mutuários não conseguirão quitar os empréstimos que contraíram para comprá-los. A maioria dá o calote nos bancos, que, para ajustar seus balanços, cortam empréstimos às empresas. Daí à recessão é um pulo. Esse é o roteiro normal. Mas nesse caso existe uma agravante. Os consumidores e o ágil sistema financeiro americano descobriram uma maneira de ganhar ainda mais dinheiro com a própria bolha, usando suas casas como verdadeiros caixas eletrônicos. O mecanismo funciona da seguinte maneira: um imóvel comprado por 100.000 dólares há cinco anos pode valer hoje 150.000 dólares; o comprador vai até o banco, renegocia a hipoteca e faz um empréstimo dando como garantia essa valorização de 50.000 dólares. Se o preço dos imóveis desabar de uma hora para outra, o dono da casa terá dificuldades para quitar o empréstimo e fatalmente reduzirá os gastos de consumo. Como milhões de famílias americanas embarcaram na febre imobiliária, o estouro na bolha teria um grande efeito em cadeia em toda a economia do país, com possíveis abalos no sistema financeiro.

Essa bolha, inflada pelas baixas taxas de juro, é atualmente o principal propulsor do crescimento da economia americana. A valorização anormal no preço das moradias tornou os americanos 5 trilhões de dólares mais ricos em dez anos, já descontada a inflação. Parte dessa montanha de dinheiro transformou-se em gastos, o que sustentou os elevados níveis de consumo no país nos últimos anos e mais que atenuou a alta do petróleo. O problema é que nenhum economista acredita que essa febre imobiliária se sustente, e, de fato, já existem sinais de arrefecimento no mercado imobiliário americano. O estouro dessa bolha é apontado pelos principais economistas do planeta como um dos maiores riscos para a economia mundial. A grande incógnita é saber até quando essa bolha durará – e qual será o tamanho do tombo quando o ajuste nos preços fatalmente ocorrer. Segundo cálculos do economista Dean Baker, do Center for Economic and Policy Research, o fim da bolha poderia significar uma queda entre 3,6 e 4,5 pontos porcentuais na taxa de crescimento do PIB. Ou seja, deixaria o país à beira de uma recessão. Isso ocorreria por dois motivos: um direto, que é a queda na atividade imobiliária; outro indireto, que é a freada no consumo que resultaria da eliminação do efeito riqueza. Outros economistas não acreditam em cenários catastrofistas. “O ajuste será feito com gradualismo, não haverá mudanças abruptas que prejudiquem mutuários ou que façam a maior economia do mundo perder o equilíbrio”, diz Mauro Miranda, especialista em investimento imobiliário da Fundação Getulio Vargas. E o que aconteceria com o Brasil se a bolha estourasse? Teoricamente, a redução no consumo americano afetaria as exportações brasileiras, mas não se sabe em que proporção. Riscos como esse fazem lembrar que a atual fase de crescimento da economia mundial não será eterna. E exigem de países como o Brasil pressa nas reformas que geralmente ficam na gaveta em tempos de bonança.


fonte: http://veja.abril.com.br/180106/p_062.html

[b]A bolha imobiliária da China começa a murchar [/b]

Um dos principais ramos de negócios no qual se baseou o plano de investimentos do governo chinês para evitar o aprofundamento da crise de 2007/2008 e permitir a manutenção do ritmo de crescimento foi o imobiliário.


Em 2008/2009, foram jogados na economia US$ 586 bilhões pelo governo, além de US$ US$ 1,5 trilhão através de empréstimos pelos bancos estatais. O objetivo mais imediato era manter a economia aquecida e evitar que cerca de 30 milhões de trabalhadores fossem demitidos definitivamente, causando o risco de rebeliões operárias em todo o país. O objetivo de longo prazo era “descolar” da crise dos principais países imperialistas e permitir que a China passasse incólume por uma crise que se dizia ser exclusivamente financeira e que o pior iria passar em alguns anos. O modelo era a crise dos “Tigres Asiáticos” do início dos anos 1990, cuja política de investimentos permitiu à China mudar de patamar em seu crescimento e se transformar na “fábrica do mundo” de produtos baratos de exportação.

Para isso, a partir de 2008, o Estado investiu pesadamente em obras de infraestrutura, como estradas e ferrovias, apontando para um desenvolvimento rumo ao interior do país, extremamente pobre. Por outro lado, os bancos passaram a emprestar dinheiro a juros baixíssimos para empresas imobiliárias, governos locais e consumidores.

Os primeiros jogaram-se na construção de empreendimentos imobiliários de luxo para a classe média, os governos – em associação com as empresas – dedicaram-se à desapropriação de áreas rurais na periferia das grandes cidades e os consumidores hipotecaram seus bens e seus futuros imóveis para financiar a casa própria.

O negócio, devido ao crédito fácil, prosperou e criou uma enorme bolha especulativa no ramo imobiliário. Os preços subiam sem parar. Em 2010, acampamentos eram formados em frente às corretoras para não perder as oportunidades de comprar apartamentos ainda na planta e assim garantir um preço mais baixo.

Em Sania, uma cidade tropical e paraíso turístico ao sul da China, os preços aumentaram mais de dez vezes entre 2004 e 2010, com o preço do metro quadrado chegando a US$ 3.000! Num país em que o salário dos trabalhadores é de US$ 200. Em Xangai, os preços dos imóveis cresceram 150% entre 2003 e 2010. Na média nacional, os preços triplicaram entre 2005 e 2009.

A alta dos preços teve, como consequência inevitável, uma corrida de capital ao setor, causando uma superprodução de imóveis sem precedentes. As modernas cidades fantasmas na China – recém-construídas e sem compradores – já são conhecidas e uma série enorme de vídeos na Internet ilustra esta realidade. Estima-se em 64 milhões o número de apartamentos vagos, sem contar empreendimentos comerciais como shopping centers. Em Tianjin, por exemplo, existe mais espaço para escritórios do que pode ser absorvido em 25 anos, à taxa atual de ocupação.

Existem vários indicadores que demonstram o inchaço desta “bolha”, isto é, a superprodução no setor. Um dos mais utilizados é o índice Price-to-Income ratio, a relação entre o preço médio dos imóveis e a receita anual média obtida com o aluguel dos imóveis numa região. Segundo o Banco Mundial, este índice mostra o grau em que os preços são suportáveis para a população e a existência de distorções no “mercado”. Admite-se que um índice acima de 3 é considerado insuportável para a compra e aluguel de imóveis pela população. No entanto, este índice é de 27 para a China, se for considerada a renda de um casal!

Os investimentos no mercado imobiliário chinês atraíram não só o capital imobiliário tradicional. Empresas siderúrgicas, químicas, têxteis e de calçados abriram departamentos para construção e financiamento de imóveis, com expectativa de retorno maior que seus negócios principais. A participação do ramo imobiliário no PIB do país passou de 2% em 2000 para 6% em 2011, similar ao investimento nos EUA quando estourou a bolha imobiliária.

A superprodução ameaça o início de uma recessão no setor
Depois do boom da construção, os negócios sofreram um congelamento proporcional no segundo semestre deste ano. Segundo o índice China Real Estate Index System, o número de negócios caiu mais de 50% em seis das 35 cidades pesquisadas na primeira semana de novembro, e em 28 delas o índice foi inferior em relação ao ano anterior. A média de 100 pessoas por dia nas imobiliárias caiu para três a quatro. “E nenhuma vem para comprar”, desabafa David Zhang, o diretor de vendas da companhia de investimentos Honor-Link.

A descrição do jornal New York Times dá uma boa imagem do ocorrido: “(…) faixas de 6m nos balcões [das imobiliárias] com os telefones de especuladores desesperados para vender. Anúncios na Internet oferecendo apartamentos em prédios inacabados com descontos de até 28% em relação ao preço de poucos meses atrás (…) os negócios diminuíram tanto que nas duas últimas semanas [i.e., início de novembro] as corretoras demitiram milhares de empregados e fecharam centenas de escritórios”.

Uma empresa de Pequim – a Geland Real Estate Company –, por exemplo, fechou 20% de seus 250 escritórios, e a Centaline Property Agency, com sede em Hong Kong, fechou 60 de seus 385 escritórios na cidade de Shenzhen e demitiu mil de seus 8 mil empregados.

Quem paga, como sempre, é a população. Os compradores mais antigos estão vendo o valor de seus imóveis desabar, em alguns casos sem ainda estarem terminados, enquanto pagam o financiamento baseado nos preços inflados. Para agravar ainda mais, o governo aumentou os juros, refletindo-se no aumento das parcelas.

As manifestações contra a desvalorização dos imóveis têm sido cada vez mais comuns. Os manifestantes ocupam as imobiliárias e destroem as maquetes dos edifícios à venda com preços reduzidos. Através de telefonemas, os órgãos de repressão do PC chinês já começam a ameaçar os manifestantes, exigindo o fim dos protestos.

Explosão ou esvaziamento?
Para evitar uma explosão do setor ao estilo norte-americano, a ditadura chinesa tomou uma série de medidas. Em primeiro lugar, aumentou a taxa de juros três vezes neste ano, tornando os empréstimos mais difíceis e aumentando a carga tributária daqueles que fizeram empréstimos. Novos impostos de propriedade foram instituídos, descontos para compradores de sua primeira casa própria foram eliminados e foram tomadas medidas para impedir o financiamento para moradores de cidades diferentes daquelas onde o imóvel está localizado e para a compra do segundo imóvel. Além disso, aumentou o sinal das hipotecas em até 40% para proteger o sistema bancário de perdas por falta de pagamento.

O governo afirma que quer impedir o avanço da especulação. Segundo o primeiro-ministro Wen Jiabao, o governo deixa claro que “não há possibilidade de afrouxar as políticas do mercado imobiliário. Nosso alvo é forçar a queda dos preços a níveis razoáveis”.

O governo tenta dar uma demonstração de força e controle da situação, mas, na verdade, está tentando implantar medidas após a queda dos negócios no setor para evitar a quebra de bancos de financiamento da casa própria. Isto é, para evitar a quebra do sistema bancário estatal, que é a fonte dos empréstimos no setor. Já foi divulgado que 20% dos empréstimos feitos são irrecuperáveis, uma quebra nada insignificante.

No entanto, há indícios de que este é só o começo de uma recessão setorial. Como disse David Zhang, “nós estamos no pico do inverno, e não sabemos quem vai sobreviver e quem não vai”.

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fonte:http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=22328:a-bolha-imobiliaria-da-china-comeca-a-murchar&catid=89:laboraleconomia&Itemid=99

Ficam aqui mais uma achegas:

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1032

http://www.dinheirovivo.pt/Mercados/Artigo/CIECO026621.html?page=0

http://rcesar.net/2012/01/mercado-imobiliario-chines-caminhando-para-um-hard-landing/

O neo-liberalismo levou-nos ao estado actual, não deixa de ser irónico que sejam os “commies” wannabes neo-liberais chineses a dar o toque de requinte à coisa:

http://www.foreignaffairs.com/articles/136963/patrick-chovanec/chinas-real-estate-bubble-may-have-just-popped

http://www.chinalawblog.com/2011/12/china_real_estate_the_bubble_has_already_brust_but_has_anyone_noticed.html

http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,2096345,00.html
Aceitam-se apostas, o que vai acontecer primeiro entre o inicio de 2012 e o fim de 2013?!

  • Mega crash bolsista na Ásia após rebentamento da bolha imobiliária chinesa.
  • Colapso do euro.
  • Invasão do Irão.

Pelo que tenho lido, acho que esta questão da China será mesmo a primeira!
Será que estamos mesmo perante o declinio da Europa?! É que assim de repente acordei para uma realidade que desconhecia, e que penso que muitos por aqui, tão entretidos que estamos com os nossos problemas ainda não tinhamos pensado!

Já se aperceberam que se a China sofrer um problema destes, esqueçam lá investimento em ouro e outras matérias primas, bem como em indices e fundos bolsistas asiáticos!!

Vou comprar pipocas, que isto está um belo filme de terror.

Isto vai tudo ao fundo, mas é que vai mesmo tudo ao fundo.

E quando fôr, quero ver o que é que os governantes dos US of A, da Europa, da China e do resto do mundo vão fazer para conter os estragos.

Tempos muito difíceis se avizinham.

Eu cheguei à conclusão que não podia viver desta maneira. Ligar a tv às 8 da noite para ver desastres, para aumentar a tensão com o stress e nervosismo, pensar no futuro, etc. Acho que o melhor é ser “pobre em espírito”, viver o dia a dia, ganhe pouco ou muito e aceitar as coisas como elas são. Morremos antes do tempo só de pensar nas coisas. Ter a mentalidade de um pastor.

Para comprovar as sabias palavras do 1984, aqui está um vídeo sobre este mesmo assunto e com imagens chocantes de desperdício inigualável de recursos humanos e matérias primas.

Realmente não há nada como o capitalismo…Estão a ver como o mercado super bem informado consegue impedir todas estas desigualdades? Enquanto há quem tenha que repartir um quarto com duas famílias, há cidades inteiras completamente desertas…Vivó Capitalismo-de-Estado do “Camarada” Mao!

A elite da ditadura chinesa está a brincar com o fogo. Tanto eles como os alemães terão que ter uma moeda mais forte, porque de outra maneira é impossivel competir em termos de empregos e exportações.

Ontem vi um vídeo de um canal de televisão mainstream britânico onde um importante banqueiro alemão, dentro da tranquila bolsa de Frankfurt, dizia com todas as palavras que, tanto Grécia como Portugal vão sair do euro.

Ter em conta que, aqui para nós, é capaz de ser bom para todos que a bolha imobiliária chinesa rebente. Pode ser que assim comecemos a ser mais auto-suficientes e a comprar menos bugigangas chinesas, pois a nossa nova moeda (Luso, Escudo ou lá o que seja) não vai valer um peido. Portanto, é começar a produzir e exportar…

China’s Ghost Cities

Sem dúvida olho para essa possivel crise resultante de uma eventual explosão da bolha com optimismo, pois meus caros, crescer 10% ao ano como a China faz é totalmente insustentável. Aliás, existe uma falácia repetida vezes sem conta como se fosse o el dourado da economia: crescimento! O crescimento ad eternum, especialmente às taxas actuais é impossivel! E começa por ser impossivel pois a pressão sobre os recursos e o ambiente é brutal, não dá!!!

Eu pessoalmente vivo bem com uma casa confortável, carro tenho o da empresa, umas bugigancas para me divertir, beber uns copos e mamar uns petiscos com os amigos, namorar, flirtar, surfar e viajar (mesmo que low cost). Não preciso de mais e sou feliz assim, não preciso de ter mais do que aquilo que preciso. Não compreendo esta fúria de crescimento. Para quê?

Simples: os picos de crescimento económico são alturas onde uma minoria ganha muitos milhões em pouquissimo tempo, em que a maioria ganha pouco ou o que ganha de forma ilusória (pelo aumento insustentado do acesso ao crédito) e que, quando o ciclo económico se inverte são a tal maioria que pouco ou nada ganhou com o crescimento, tem de pagar os desvarios dos capitalistas e especuladores, sendo que esses já colocaram todos os milhões que ganharam em algum paraíso fiscal. Estamos a falar de um mecanismo predatório e de destruição selvagem de recursos (naturais, financeiros e humanos)!

Mas pronto: It’s Capitalism, baby!

Enfim…nada de novo.

É o toca a construir desenfreadamente, e depois os prédios acabam vazios claro. Algum dia terá de rebentar.

Ainda por cima, no caso Chinês nem falta propriamente procura, os preços é que estão simplesmente desajustados.

Neste caso “o” proprietário e’ o próprio Governo Chinês, o que pode mitigar bastante o efeito de bolha. Pelo que ja’ li em alguns locais acerca deste assunto especifico, o Governo Central tem uma determinada meta de crescimento que quer que seja atingida e obriga as várias regiões a cumprir com o tal crescimento, ora a forma mais rápida de crescer e’ obviamente através deste género de construções rápidas, o problema e’ que aparentemente ha’ pouco interesse entre os governantes chineses em distribuir os 64 milhoes de apartamentos, sim leram bem, 64 milhoes, entre a população, vai daí e colocam preços exorbitantes, exemplo:

Um apartamento custa, suponhamos, 100 mil euros, ora o Governo Chinês exige 50% de valor à cabeça e os outros 50% em 3 anos… da’ para ver o porquê de haver tanto apartamento abandonado… :great:

Isso apenas significa que enquanto nós achamos que estamos mal agora, quando esta bolha rebentar até vamos achar que nem era tão mau assim… Nem vamos ter tempo de estabilizar, aliás o mais provável é que quando se pense que agora a Grécia acalma (sendo optimista) tenhamos a sorte de estes se lembrarem que têm mais apartamentos livres que Portugal de população e se gere algo incomparavelmente pior do que agora temos ou até dos tão falados anos 30 do século passado.

O maior dos problemas a meu ver é que isto é perfeitamente natural, pois o sistema está tão errado, as pessoas estão na esmagadora maioria tão programadas para viver aceitando esta realidade que nada mais se poderia explicar. Os políticos estão mal e têm errado, mas a verdade é que muitos de nós, mesmo não tendo a possibilidade de ditar leis ou vetá-las ajudamos para esta festa. Fazemos do politicos bode-expiatório (afinal não são também o espelho da sociedade que temos?) porque também é mais fácil e conveniente que pensar que nós podemos mudar, que não temos que ser umas ovelhas a repetir o que os outros fazem.

O sistema tem que mudar sem dúvida, mas não haverá sistema que se salve enquanto as pessoas não mudarem as suas consciências. Até o conhecido teórico das conspirações dos illuminati, David Icke, defende que a mudança começa por nós e que culpar os politicos é dar-lhes um poder que não têm, é dizer que podem decidir por nós. Gandhi disse: sê a mudança que queres ver no mundo. Quantos de nós podemos dizer que gostavamos de ver o mundo como nós somos? Osho (autor nem sempre muito pacífico devido às opiniões e ideiais que tinha, quem sabe não foi mesmo morto pelos EUA…) Dizia que só queria ser politico quem tive-se complexos de inferioridade e deseja-se mostrar ao mundo que era grande e que nós não deveríamos ser assim e deveríamos sermos senhores de nós.

Não estou chocado, se não se mudar, mas mudar mesmo, não é pôr uma maquilhagem e dizer que é diferente ou como o Godinho que diz não ser da continuidade, vamos sempre ter este destino, pelo menos enquanto o planeta nos conseguir aturar e sustentar…

A economia chinesa é praticamente economia de mercado. É certo isso que dizes de o governo chinês apontar para uma meta de crescimento e “obrigar” a que se construa, no entanto o processo especulativo é privado pois são investidores que compram as casas na esperança de que estas valorizem 30 ou 40% para posteriormente venderem.

Em todo o caso, o investimento também não é feito directamente pelo Estado. O que acontece é que os vários governos provinciais vendem os terrenos públicos ou expropriados a empresas de construção para que construam, e o Estado promove a obtenção de crédito para investimento em construção e investimento. Claro está que este crédito é concedido por bancos estatais (mas acho que não só) e depois há uma nuance importante: a liquidez de todo o sistema é garantido pela impressão de moeda (assim como nos EUA) com a diferença que na China esse papel é investido na economia real, sendo o valor da moeda, apesar de artificialmente baixo, indexado a uma referêmncia e nos EUA, é apenas papel para pagar dívida sem qualquer indexação na economia real o que faz com que hoje em dia ninguém saiba muito bem qual o real valor do dólar!

Por falar em dólar, essa é outra bolha que ninguém sabe quando vai rebentar!

Quem dera que a China aumente tudo, fique com uma moeda forte, que comece a pagar em condições aos empregados.

Neste momento são eles que dão cabo da economia mundial os gajos têm de tudo.

Nao, quem deu cabo da economia mundial foram as corporações que se mudaram para a China e os especuladores de Wall Street e City of London que causaram o crash de 2008.

E “quem paga aos empregados”, em muitos casos, são companhias ocidentais.

Mas olha que se essas companhias não fossem para lá eles falsificam tudo por isso estar lá e não estar é a mesma coisa, agora concordo contigo que muita gente foi para lá ensinar a fazer esses mesmos artigos e tudo atrás da mão-de-obra barata para obter mais lucros, agora muitos deles além de perderem rios de dinheiro com as cópias que os chinocas fazem vão acabar por falir e é bem feita.

É provável que tenhas razão, aliás nem me custa acreditar que tenha acontecido já, embora não tenha conhecimento de nenhum caso.

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‘Pentagon knows China will be America’s greatest enemy starting in 2017’

[i][size=8pt]The World Bank has a sobering forecast for the future of China's economy. It's produced a report saying without reform, the globe's second biggest economy will suffer a major slowdown over the next 20 years. With major consequences for the whole world. Let's get more on this from author and international consultant Adrian Salbucci, who joins RT from Buenos Aires in Argentina.[/size][/i]
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O titulo do vídeo é um pouco atirar para o alarmista, mas vale realmente ouvir o senor Salbucci.

Engraçado que este expert argentino é da opinião que as “cidades fantasma” chinesas foram feitas como um investimento para o futuro, e embora eu esteja ao corrente da tendência atribuída aos chineses no que diz respeito a execução de planos de longo prazo, não sei se construir cidades com vinte anos de antecipação é realmente viável ou não. Ou será que os custos de manutenção destas enormes cidades abandonadas são menores que o custo de construir a mesma cidade daqui a vinte ou trinta anos?

@Yazalde70

Não tens conhecimento dos chineses fazerem falsificações é isso??