Amiguinhos, recentemente vi uma peça jornalistica acerca das cada vez mais faladas “cidades fantasma” chinesas onde existem, segundo os números oficiais da ditadura chinesa, cerca de “64milhões de apartamentos vazios” com preços de compra totalmente desajustados dos rendimentos médios do comum chinês.
Falamos de autênticas cidades fantasma construidas de raiz, e fruto da politica de crescimento económico chinês. O que se está a passar não é muito diferente do que se passou nos EUA, e só assim a China consegue crescer 8, 7% ao ano, num ano em que tudo à sua volta está em recessão. A isto chama-se bolha, e uma bolha normalmente rebenta (como rebentou a do subprime nos EUA). Actualmente o governo chinês, que tem mantido o valor da sua moeda artificialmente baixo (potenciando ainda mais o poder exportador da economia chinesa) já começa a tomar medidas para tentar “esvaziar” a bolha, no entanto sem se saber se será possivel evitar o seu rebentamento. Em todo o caso, esta “contenção” de estragos levará inevitavelmente ao aumento do valor da moeda chinesa o que fará refrear muito a sua economia. Parece-me a mim, que não sou especialista em economia, que o regime chinês só tem duas hipóteses: ou cair numa crise de proporções inimagináveis (que fará parecer o a crise do subprime, uma brincadeir de crianças) ou sacrificar muito do seu crescimento actual.
A pergunta que gostaria de deixar no ar é: será que é boa ideia a cada vez maior exposição europeia à economia chinesa (nomeadamente a nivel de investimentos?!).
Os EUA também não estão melhor. A única forma que têm arranjado para escapar à recessão e mesmo assim mal, é imprimindo dolares. Acontece que o dólar qualquer dia não vale nada, para além da inflacção que induz numa economia que empobreceu bruscamente com a crise do subprime. A machadada final será quando o Irão e outros comecem (como parecem querer os primeiros) a querer transacionar petróleo noutra moeda que não esse mesmo dólar.
Assim de repente, a crise do Euro não parece tão grave…
Em baixo deixo um artigo de 2006, e outro de Dezembro de 2011, reflictam sobre as diferenças:
[b]A maior bolha econômica da história[/b]Febre imobiliária infla o patrimônio dos
americanos em 5 trilhões de dólares.
Mas essa festa pode ter um final tristeEm 1991, o valor somado dos imóveis do Japão atingiu 18 trilhões de dólares, quatro vezes o preço de todos os prédios e casas dos Estados Unidos na época. Apenas o terreno do Palácio Imperial, em Tóquio, valia mais que todas as casas e prédios da Califórnia juntos. Embora fosse o auge da ascensão econômica e financeira do Japão, o preço estava muito além de quaisquer bons fundamentos econômicos. A bolha estourou, e vários dos bancos que financiaram a especulação imobiliária quebraram. O Japão entrou num longo período de estagnação econômica e os imóveis agora custam a metade do que custavam naquela época. Passados quinze anos, são os Estados Unidos que experimentam o mesmo fenômeno – só que em dimensões e com riscos muito maiores.
Os dados são impressionantes: nos últimos dez anos, o preço médio das novas casas subiu 85%; metade dos empregos criados no setor privado americano desde 2001 relaciona-se ao setor imobiliário ou afins; em Manhattan, coração de Nova York, um apartamento de dois quartos custa em média 1,2 milhão de dólares. Diz-se que bolhas econômicas existem quando o preço de um determinado ativo sobe muito mais do que os conceitos econômicos conseguem explicar. É o que estaria ocorrendo hoje, segundo a maioria esmagadora dos economistas. Prova disso, dizem eles, é que a inflação, a renda e até os aluguéis nos EUA não acompanharam esses preços. Nos últimos dez anos, por exemplo, o valor do metro quadrado em Manhattan subiu 130%. No mesmo período, a inflação americana ficou em 25%. Se há uma bolha, como sustentam os economistas, ela um dia vai estourar, criando crises em cascata. Uma queda abrupta nos preços deixaria os americanos menos ricos e afetaria o crédito e o consumo – o que provavelmente afundaria o país numa recessão, com efeitos óbvios sobre toda a economia mundial. Na prática, se o preço dos imóveis despencar, os mutuários não conseguirão quitar os empréstimos que contraíram para comprá-los. A maioria dá o calote nos bancos, que, para ajustar seus balanços, cortam empréstimos às empresas. Daí à recessão é um pulo. Esse é o roteiro normal. Mas nesse caso existe uma agravante. Os consumidores e o ágil sistema financeiro americano descobriram uma maneira de ganhar ainda mais dinheiro com a própria bolha, usando suas casas como verdadeiros caixas eletrônicos. O mecanismo funciona da seguinte maneira: um imóvel comprado por 100.000 dólares há cinco anos pode valer hoje 150.000 dólares; o comprador vai até o banco, renegocia a hipoteca e faz um empréstimo dando como garantia essa valorização de 50.000 dólares. Se o preço dos imóveis desabar de uma hora para outra, o dono da casa terá dificuldades para quitar o empréstimo e fatalmente reduzirá os gastos de consumo. Como milhões de famílias americanas embarcaram na febre imobiliária, o estouro na bolha teria um grande efeito em cadeia em toda a economia do país, com possíveis abalos no sistema financeiro.
Essa bolha, inflada pelas baixas taxas de juro, é atualmente o principal propulsor do crescimento da economia americana. A valorização anormal no preço das moradias tornou os americanos 5 trilhões de dólares mais ricos em dez anos, já descontada a inflação. Parte dessa montanha de dinheiro transformou-se em gastos, o que sustentou os elevados níveis de consumo no país nos últimos anos e mais que atenuou a alta do petróleo. O problema é que nenhum economista acredita que essa febre imobiliária se sustente, e, de fato, já existem sinais de arrefecimento no mercado imobiliário americano. O estouro dessa bolha é apontado pelos principais economistas do planeta como um dos maiores riscos para a economia mundial. A grande incógnita é saber até quando essa bolha durará – e qual será o tamanho do tombo quando o ajuste nos preços fatalmente ocorrer. Segundo cálculos do economista Dean Baker, do Center for Economic and Policy Research, o fim da bolha poderia significar uma queda entre 3,6 e 4,5 pontos porcentuais na taxa de crescimento do PIB. Ou seja, deixaria o país à beira de uma recessão. Isso ocorreria por dois motivos: um direto, que é a queda na atividade imobiliária; outro indireto, que é a freada no consumo que resultaria da eliminação do efeito riqueza. Outros economistas não acreditam em cenários catastrofistas. “O ajuste será feito com gradualismo, não haverá mudanças abruptas que prejudiquem mutuários ou que façam a maior economia do mundo perder o equilíbrio”, diz Mauro Miranda, especialista em investimento imobiliário da Fundação Getulio Vargas. E o que aconteceria com o Brasil se a bolha estourasse? Teoricamente, a redução no consumo americano afetaria as exportações brasileiras, mas não se sabe em que proporção. Riscos como esse fazem lembrar que a atual fase de crescimento da economia mundial não será eterna. E exigem de países como o Brasil pressa nas reformas que geralmente ficam na gaveta em tempos de bonança.
fonte: http://veja.abril.com.br/180106/p_062.html
[b]A bolha imobiliária da China começa a murchar [/b]Um dos principais ramos de negócios no qual se baseou o plano de investimentos do governo chinês para evitar o aprofundamento da crise de 2007/2008 e permitir a manutenção do ritmo de crescimento foi o imobiliário.
Em 2008/2009, foram jogados na economia US$ 586 bilhões pelo governo, além de US$ US$ 1,5 trilhão através de empréstimos pelos bancos estatais. O objetivo mais imediato era manter a economia aquecida e evitar que cerca de 30 milhões de trabalhadores fossem demitidos definitivamente, causando o risco de rebeliões operárias em todo o país. O objetivo de longo prazo era “descolar” da crise dos principais países imperialistas e permitir que a China passasse incólume por uma crise que se dizia ser exclusivamente financeira e que o pior iria passar em alguns anos. O modelo era a crise dos “Tigres Asiáticos” do início dos anos 1990, cuja política de investimentos permitiu à China mudar de patamar em seu crescimento e se transformar na “fábrica do mundo” de produtos baratos de exportação.
Para isso, a partir de 2008, o Estado investiu pesadamente em obras de infraestrutura, como estradas e ferrovias, apontando para um desenvolvimento rumo ao interior do país, extremamente pobre. Por outro lado, os bancos passaram a emprestar dinheiro a juros baixíssimos para empresas imobiliárias, governos locais e consumidores.
Os primeiros jogaram-se na construção de empreendimentos imobiliários de luxo para a classe média, os governos – em associação com as empresas – dedicaram-se à desapropriação de áreas rurais na periferia das grandes cidades e os consumidores hipotecaram seus bens e seus futuros imóveis para financiar a casa própria.
O negócio, devido ao crédito fácil, prosperou e criou uma enorme bolha especulativa no ramo imobiliário. Os preços subiam sem parar. Em 2010, acampamentos eram formados em frente às corretoras para não perder as oportunidades de comprar apartamentos ainda na planta e assim garantir um preço mais baixo.
Em Sania, uma cidade tropical e paraíso turístico ao sul da China, os preços aumentaram mais de dez vezes entre 2004 e 2010, com o preço do metro quadrado chegando a US$ 3.000! Num país em que o salário dos trabalhadores é de US$ 200. Em Xangai, os preços dos imóveis cresceram 150% entre 2003 e 2010. Na média nacional, os preços triplicaram entre 2005 e 2009.
A alta dos preços teve, como consequência inevitável, uma corrida de capital ao setor, causando uma superprodução de imóveis sem precedentes. As modernas cidades fantasmas na China – recém-construídas e sem compradores – já são conhecidas e uma série enorme de vídeos na Internet ilustra esta realidade. Estima-se em 64 milhões o número de apartamentos vagos, sem contar empreendimentos comerciais como shopping centers. Em Tianjin, por exemplo, existe mais espaço para escritórios do que pode ser absorvido em 25 anos, à taxa atual de ocupação.
Existem vários indicadores que demonstram o inchaço desta “bolha”, isto é, a superprodução no setor. Um dos mais utilizados é o índice Price-to-Income ratio, a relação entre o preço médio dos imóveis e a receita anual média obtida com o aluguel dos imóveis numa região. Segundo o Banco Mundial, este índice mostra o grau em que os preços são suportáveis para a população e a existência de distorções no “mercado”. Admite-se que um índice acima de 3 é considerado insuportável para a compra e aluguel de imóveis pela população. No entanto, este índice é de 27 para a China, se for considerada a renda de um casal!
Os investimentos no mercado imobiliário chinês atraíram não só o capital imobiliário tradicional. Empresas siderúrgicas, químicas, têxteis e de calçados abriram departamentos para construção e financiamento de imóveis, com expectativa de retorno maior que seus negócios principais. A participação do ramo imobiliário no PIB do país passou de 2% em 2000 para 6% em 2011, similar ao investimento nos EUA quando estourou a bolha imobiliária.
A superprodução ameaça o início de uma recessão no setor
Depois do boom da construção, os negócios sofreram um congelamento proporcional no segundo semestre deste ano. Segundo o índice China Real Estate Index System, o número de negócios caiu mais de 50% em seis das 35 cidades pesquisadas na primeira semana de novembro, e em 28 delas o índice foi inferior em relação ao ano anterior. A média de 100 pessoas por dia nas imobiliárias caiu para três a quatro. “E nenhuma vem para comprar”, desabafa David Zhang, o diretor de vendas da companhia de investimentos Honor-Link.A descrição do jornal New York Times dá uma boa imagem do ocorrido: “(…) faixas de 6m nos balcões [das imobiliárias] com os telefones de especuladores desesperados para vender. Anúncios na Internet oferecendo apartamentos em prédios inacabados com descontos de até 28% em relação ao preço de poucos meses atrás (…) os negócios diminuíram tanto que nas duas últimas semanas [i.e., início de novembro] as corretoras demitiram milhares de empregados e fecharam centenas de escritórios”.
Uma empresa de Pequim – a Geland Real Estate Company –, por exemplo, fechou 20% de seus 250 escritórios, e a Centaline Property Agency, com sede em Hong Kong, fechou 60 de seus 385 escritórios na cidade de Shenzhen e demitiu mil de seus 8 mil empregados.
Quem paga, como sempre, é a população. Os compradores mais antigos estão vendo o valor de seus imóveis desabar, em alguns casos sem ainda estarem terminados, enquanto pagam o financiamento baseado nos preços inflados. Para agravar ainda mais, o governo aumentou os juros, refletindo-se no aumento das parcelas.
As manifestações contra a desvalorização dos imóveis têm sido cada vez mais comuns. Os manifestantes ocupam as imobiliárias e destroem as maquetes dos edifícios à venda com preços reduzidos. Através de telefonemas, os órgãos de repressão do PC chinês já começam a ameaçar os manifestantes, exigindo o fim dos protestos.
Explosão ou esvaziamento?
Para evitar uma explosão do setor ao estilo norte-americano, a ditadura chinesa tomou uma série de medidas. Em primeiro lugar, aumentou a taxa de juros três vezes neste ano, tornando os empréstimos mais difíceis e aumentando a carga tributária daqueles que fizeram empréstimos. Novos impostos de propriedade foram instituídos, descontos para compradores de sua primeira casa própria foram eliminados e foram tomadas medidas para impedir o financiamento para moradores de cidades diferentes daquelas onde o imóvel está localizado e para a compra do segundo imóvel. Além disso, aumentou o sinal das hipotecas em até 40% para proteger o sistema bancário de perdas por falta de pagamento.O governo afirma que quer impedir o avanço da especulação. Segundo o primeiro-ministro Wen Jiabao, o governo deixa claro que “não há possibilidade de afrouxar as políticas do mercado imobiliário. Nosso alvo é forçar a queda dos preços a níveis razoáveis”.
O governo tenta dar uma demonstração de força e controle da situação, mas, na verdade, está tentando implantar medidas após a queda dos negócios no setor para evitar a quebra de bancos de financiamento da casa própria. Isto é, para evitar a quebra do sistema bancário estatal, que é a fonte dos empréstimos no setor. Já foi divulgado que 20% dos empréstimos feitos são irrecuperáveis, uma quebra nada insignificante.
No entanto, há indícios de que este é só o começo de uma recessão setorial. Como disse David Zhang, “nós estamos no pico do inverno, e não sabemos quem vai sobreviver e quem não vai”.
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fonte:http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=22328:a-bolha-imobiliaria-da-china-comeca-a-murchar&catid=89:laboraleconomia&Itemid=99
Ficam aqui mais uma achegas:
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1032
http://www.dinheirovivo.pt/Mercados/Artigo/CIECO026621.html?page=0
http://rcesar.net/2012/01/mercado-imobiliario-chines-caminhando-para-um-hard-landing/
O neo-liberalismo levou-nos ao estado actual, não deixa de ser irónico que sejam os “commies” wannabes neo-liberais chineses a dar o toque de requinte à coisa:
http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,2096345,00.html
Aceitam-se apostas, o que vai acontecer primeiro entre o inicio de 2012 e o fim de 2013?!
- Mega crash bolsista na Ásia após rebentamento da bolha imobiliária chinesa.
- Colapso do euro.
- Invasão do Irão.
Pelo que tenho lido, acho que esta questão da China será mesmo a primeira!
Será que estamos mesmo perante o declinio da Europa?! É que assim de repente acordei para uma realidade que desconhecia, e que penso que muitos por aqui, tão entretidos que estamos com os nossos problemas ainda não tinhamos pensado!
Já se aperceberam que se a China sofrer um problema destes, esqueçam lá investimento em ouro e outras matérias primas, bem como em indices e fundos bolsistas asiáticos!!
Vou comprar pipocas, que isto está um belo filme de terror.