A Grande Ilusão

Começa a época 2012/2013. Como em qualquer outra, afinam-se as lentes para perscrutar as equipas, os rivais, as nossas qualidades e os nossos defeitos. Na tabela classificativa todos têm zero pontos, abrindo-se um mundo de possibilidades, desejos e ambições. Contudo, no que diz respeito ao Sporting, parecem-me deslocadas da realidade concreta do clube, seja em termos da qualidade do plantel como da capacidade de quem o dirige. Na minha opinião, o Sporting tem hipóteses muito remotas de ser campeão e parte em clara desvantagem em relação aos rivais directos.

Em primeiro lugar, analisando a equipa de futebol em si, vemos que o nosso maior valor é claramente Rui Patrício. No entanto, se olharmos para o quarteto defensivo que em todos os jogos o acompanha, podemos percepcionar lacunas evidentes. Não existe um lateral-direito experiente ou alguém capaz de coordenar acções ofensivas com movimentos defensivos - como João Pereira fazia e bem. Os centrais são uma incógnita: Boulahrouz é capaz do melhor e do pior, é demasiadamente agressivo e não é (nunca foi) um grande jogador. Rojo tem talento mas terá que se adaptar ao futebol europeu como qualquer jogador oriundo da América do Sul. Xandão, Onyewu e Carriço são competentes mas não mais do que isso, dado terem alguma apetência para cometer erros. No lado esquerdo estamos, como todos os sportinguistas reconhecem, muito bem servidos.

No meio-campo as coisas também não se afiguram melhores. Temos duas óptimas opções para o lugar de pivot defensivo mas falta-nos um criativo, alguém que seja capaz de assumir o jogo ofensivo e “mexer” com a monotonia que se instala num meio-campo repleto de jogadores sem grande vocação construtiva. Para o lugar de médio “box-to-box”, existem duas opções: Schaars e Elias. O primeiro não é conhecido por imprimir velocidade ao jogo (é um jogador mais táctico) e o segundo poderá ser uma das chaves da época, mas ninguém sabe em que forma se irá apresentar. Se for idêntica à da época passada, continuamos sem um oito capaz de efectuar as transições de forma eficaz, ou seja, de transformar momentos defensivos em situações ofensivas (e vice-versa).

No ataque, falta claramente um desequilibrador. Capel é um bom jogador mas não é brilhante, Carrillo e Labyad ainda estão verdes bem como a nova contratação Valentin Viola. Wolsfwinkel garante 25 golos por época mas precisa, obrigatoriamente, de ser municiado dado ser um jogador mais posicional. Acreditar que jogadores de 20 anos, sem grande conhecimento acerca do modelo português, vão subitamente tornar-se craques e resolver jogos contra equipas manhosas, em campos enlameados onde os adversários se adensam no meio-campo defensivo, parece-me pouco realista.

Para atribuir ainda mais incerteza à performance do Sporting, temos um treinador que acaba por ser uma incógnita. Fez um trabalho razoável na época passada, mas não foi capaz de criar um modelo de jogo nem de corrigir os graves problemas na construção ofensiva que o Sporting apresenta há largos anos. E nesta pré-época a coisa não se afigura melhor: o Sporting continua sem fluidez no último terço do terreno e sem capacidade de penetrar defesas fechadas e bem orientadas.

A prestação de uma equipa, contudo, não depende apenas do treinador e dos jogadores. Há todo um elenco directivo que gravita à volta dos atletas e que potencia (ou prejudica) os seus atributos. Camões, há vários séculos atrás, colocou esta ideia de forma poética e bastante clara com o seguinte verso: “o fraco rei faz fraca a forte gente”. Um presidente (ou rei) terá que gerir os ataques feitos pela comunicação social, as más prestações dos senhores do apito - comuns quando o Sporting apresenta bom futebol - e, para além do mais, terá que ser um gestor de motivações e humores da equipa técnica. O problema é que olhando para o actual elenco directivo, não vemos ninguém capaz de executar esta função de forma satisfatória. O Sporting, na última época, foi alvo de calúnias, de más decisões por parte da arbitragem e teve, inclusive, questões internas várias. Tudo isto aconteceu sem que o presidente e as pessoas que estão imediatamente a seguir na linha de poder fossem capazes de responder da melhor forma.

Em suma, no que diz respeito ao futebol, falta-nos um grande central, um lateral direito, e dois jogadores ofensivos capazes de abanar verdadeiramente com o jogo. O actual treinador é jovem e uma incógnita. E as pessoas que estão na direcção já demonstraram a sua dificuldade em manter um clima de paz interno e de responder a agressões oriundas do exterior. Por tudo isto considero que acreditar na conquista do título nacional é uma grande ilusão. Uma ilusão natural, dada a condição de adepto ser feita essencialmente de sonho e não de objectividade. Mas não deixa de ser uma ilusão. E compreender as ilusões é defender o coração para o embate com a realidade. E palpita-me que a realidade, nesta época vindoura, terá punhos de aço orientados para a nossa própria face.

@Winston Smith 2012

Não teria escrito melhor! :clap:

À excepção de um ou outro ponto, em que tenho algumas dúvidas decorrentes do momento da época, subscrevo, Winston.

Quanto a essas dúvidas, passam pela posição de lateral direito, por reconhecer que o futebol de Cedric agrada-me profundamente e penso/desejo/acredito que estará à altura do que se pretende.

Pelos centrais. Também não vejo nessa posição um que me dê, à partida, totais garantias, mas falta ver o grau de complementariedade entre Boulahrouz e Rojo ( concordem ou não, são estas as primeiras opções do treinador ) e os laterais. A coisa pode funcionar, o holandês parece-me ter qualidade suficiente para se impor numa liga como a nossa e o argentino parece -me um valor seguro, ainda que jovem e com necessidade de readquirir rotinas numa posição que já não era a sua.

Admito certa dose de wishful thinking, mas acredito que não será pela defesa que ficaremos longe dos nossos objectivos.

No meio campo começam as minhas maiores preocupações… a incapacidade gritante dos nossos médios centro do ano passado, em posse, foi por demais evidente para que fique descansado para esta época, somando a isto o que se viu nos jogos amigáveis. A falta de ideias e criatividade, a incapacidade de definir nos momentos de maior adrenalina, a dependência de 2 jogadores muitas vezes indisponiveis e que transformavam positivivamente o nosso jogo, como Matias e Izmailov, quando em campo, não me parecem resolvidas, dentro do plantel. Labyad pode ser uma chave para isto, Adrien um paliativo, mas um é muito novo e o outro tem mais caracteristicas de médio de ligação do que o motor do futebol ofensivo de uma equipa como o Sporting. Demasiadas interrogaçoes para que tenha grandes expectativas, embora não as elimine definitivamente.

Nas alas, concordo. Gente com qualidade no papel, mas de rendimento (consistente) duvidoso. Capel é o único que me dá garantias, apesar dos seus defeitos, depois é malta com potencial, com muito para crescer ou para se reencontrar com o valor que dizemos que têm.

No centro de ataque. Wolf. Bom avançado, com algumas limitações, ainda com muito a crescer. Mais ninguém.

Além do plantel, um treinador que é ainda uma incógnita e uma estrutura requentada que nos deu no passado, os resultados que sabemos.

Tenho o gosto de sempre, a adrenalina a bombar e o desejo de voltar a ver o meu Sporting. Espero leões em campo e exigência máxima, sem desculpas, justificações, bodes expiatórios e teorias da conspiração. Deem o melhor que podem e sabem e terão o meu apoio.

Este texto reflecte bem as preocupações do universo sportinguista!
O Sporting não é naturalmente um favorito ao título… Longe disso!
E as razões estão, em boa parte, bem expressas no texto do Winston.
Mas não se resumem a estes factores…
É preciso, sensatamente, reconhecer que o trilho descendente nas possibilidades e capacidades do nosso clube para atingir o sucesso há muito que tem vindo a ser percorrido e a ascensão é ainda muito duvidosa e bastante íngreme, tal foi o buraco em que nos metemos…!
Tive, a propósito disso, ainda há pouco a recordar alguns momentos vividos bem recentemente no nosso clube protagonizados por altos responsáveis, particularmente, pelo anterior presidente do clube - o episódio da venda de Moutinho, a conferencia de imprensa sobre cretinos e anormais ou ainda a festa das maracas (…!!!) são alguns tristes momentos da nossa história recente!
Por essa altura o clube afundou tanto como no tempo do “bigodes” e a capacidade de se conseguir uma equipa minimamente competitiva esfumou-se…
Já nos vimos livres da maioria dos protagonistas de tão triste passagem no nosso clube e rezo para nunca mais os ver, a nenhum, nem pelas imediações do estádio de Alvalade, mas o precurso ascendente é moroso e muito difícil e nunca será isento de erros.

O Sporting vive dificuldades enormes criadas pelos muitos erros do passado e demorará muito a conseguir restabelecer-se!
Para isso precisa do esforço e devoção dos seus dirigentes e a equipa técnica juntamente com os seus jogadores…
Quanto aos adeptos resta-nos apoiar incondicionalmente o nosso clube confiando no trabalho, mesmo com todas as suas limitações, da equipa e de todos os que a dirijam!
É hora de pôr as desavenças e ódios de estimação para trás das costas…l

Eu acho que não será pela defesa que não seremos campeões.
Mas, de resto, texto 5 estrelas :clap: :clap:

Sporting, NESTE MOMENTO, é uma equipa que se encontra vocacionada para posse de bola… passando-a para o lado… e para ser uma equipa de contra-ataque, com dificuldades em ter um caudal ofensivo de qualidade e constante.

Tem lacunas graves a nivel de médio-criativo e que controle os tempos de jogo, de jogadores que não acusem a pressão dos momentos decisivos e a depositar demasiada fé em muitos “ses” (…s se este ou aquele está apto fisicamente ou não) e em muitos miúdos ainda muito jovens.

Eu temo que esta choradice em redor da ausência de “médio criativo” se torne o bode expiatório da época sempre que o Sporting não ganhar…!
Em boa verdade, e porque é da falta de Matias Fernandez a que a maioria se referirá, foi precisamente com a sua presença que nós fizemos 3 sofríveis épocas do piorzinho que se tem visto por cá nos últimos 10… 20… 30… anos?!
Claro que a culpa de tão notada prestação não é da exclusiva responsabilidade de Matias mas existem muitos mais problemas do que isso e nem a sua presença o conseguiu esconder!
O Sporting perde Matias mas parece ter, em geral, uma equipa mais equilibrada e completa!
Quanto ao lugar dele, esse estará por certo assegurado e o meio campo será, sem margem para dúvidas o ultimo sector que nos preocupará…

Preocupa-me bem mais não termos avançados… sobretudo fiáveis!!

o que nós precisamos é de golos e para os golos apareçer precisamos de bons jogadores ofensivos. Vamos ver no meio campo o que o adrien e labyad podem trazer a equipa, e vamos ver o que o carrillo este ano vai fazer. o nosso ponta de lança só encosta. ainda nao lhe vi a fazer um golo como os do liedson ( assim por alto aquele ao pinhalnovense, o golo em alvalade contra a roma e os golos todos que marcou os lamps)… mas vamos acreditar…

pepeu:

Eu temo que esta choradice em redor da ausência de “médio criativo” se torne o bode expiatório da época sempre que o Sporting não ganhar…!
Em boa verdade, e porque é da falta de Matias Fernandez a que a maioria se referirá, foi precisamente com a sua presença que nós fizemos 3 sofríveis épocas do piorzinho que se tem visto por cá nos últimos 10… 20… 30… anos?!
Claro que a culpa de tão notada prestação não é da exclusiva responsabilidade de Matias mas existem muitos mais problemas do que isso e nem a sua presença o conseguiu esconder!
O Sporting perde Matias mas parece ter, em geral, uma equipa mais equilibrada e completa!
Quanto ao lugar dele, esse estará por certo assegurado e o meio campo será, sem margem para dúvidas o ultimo sector que nos preocupará…

Não adianta personalizares as questões, que não tem a ver com Matias, por si ( atirares parte da responsabilidade destes 3 anos para as costas do chileno, não lembraria a quase ninguém, excepto a meia dúzia de sportinguistas… e tu serias um deles, não há surpresa… :mrgreen: ).

A ausência de Matias( principalmente em conjunto com Izma ), fez-se sentir… ou, por outra, a presença de ambos fez-se sentir, mas além de problemas de dinâmica e “mecânica”, a equipa já no ano passado teve problemas graves no meio campo, onde tem jogadores de qualidade, mas redundantes. E as alas são compostas por jogadores que não compensam a falta de verticalidade do meio, potenciam quase zero de ligação entre sectores, com médios que ocupam bem os espaços e que sabem o que fazer, mas longe da área. Vimos isto no ano passado, vimos isto nestes jogos amigáveis, não vejo como é que não pode haver preocupações com este sector. Eu estou preocupado. Como estou com os extremos e com a alternativa ao PL.

Preocupação que não é pela ausência de médios criativos ( veremos como se integra Labyad ), é por gente inteligente e capaz nos momentos de definição… no penúltimo e último passe e finalização, momentos de jogo onde temos deficiências graves. Sem Matias e Izmailov, mais se farão notar.

Veremos. Até lá, chamem-lhe alguns o que quiserem.

O problema é que alguns não percebem que não só o problema não está no individual como também não percebem que uma boa equipa é a soma de váriias partes.

Enquanto houve Matias, mesmo ele longe de ser perfeito, não havia o resto (incluindo Izmailov).

E agora que há o resto, já não há Matias… e em risco de não haver Izmailov.

Mas quem diz Matias e Izmailov fala-se em jogadores de qualidade de posse de bola + criatividade acima da média. Jogadores que não se escondem nem acusem a pressão nos momentos de aperto. Alguns insistem em não perceber e só poderão perceber tarde demais do que se fala…

Ninguém está a dizer que o que há agora sem Matias é mau. Mas não é o o melhor para o Clube com as obrigações do Sporting. A obrigação do Sporting na maioria do seu Campeonato não é jogar na expectativa e em contra-ataque (para isso há os jogos europeus ou contra equipas de igual ou maior valia… e assim se brilhou na época passada). A obrigação do Sporting é dominar e ter capacidade para além de quase sempre lateralizar o jogo, meter a bola nos seus extremos para irem à linha cruzar para o desamparado Wolfswinkel… Que é isso que temos visto, na onda do jogo previsivel que temos.

O Matías era o nosso médio criativo, mas quantas vezes desempenhou ele bem essa função? Não mais de 10, talvez até menos. O Matías foi muito poucas vezes apropriadamente utilizado pelos treinadores do Sporting. Andou sempre em posições que não aquela que deslumbrou muito Sportinguista, dada a ideia de a posição 10 poder vir a ser ocupada por um jogador com as características do Matías, sendo eu um deles, quando foi confirmada a sua contratação.

Choro muito mais por aquilo que ele não produziu, e sempre culpei de tal facto os treinadores todos que o treinaram no SCP, do que por ter sido vendido por um valor reduzido.

Sinceramente, só devo ter visto o Matías a fazer de 10, um 10 genuíno e não um 10 que só é dez na cabeça dos mais criativos, umas 5 vezes. Nem isso, provavelmente.

Exceptuando uma ou outra pontual discordância, assino por baixo.
Belo texto Winston. Muito claro sobre todo o nevoeiro que paira neste momento sobre a equipa de futebol do Sporting.

O Wolfs NÃO É o Liedson.
Não é aquele jogador que é capaz de fintar 2 e marcar, ou sacar um golo do nada(daí o “Liedson Resolve” tão proferido pelos Sportinguistas), é um jogador que tem de ser servido com qualidade, mas se for, garante-nos um porradão de golos, não por ser matador(apesar de finalizar bem, não é um Jardel, longe disso), mas por ser inteligentíssimo, e ser dos melhores avançados do mundo(leram bem, DO MUNDO) a movimentar-se, e a desmarcar-se do adversário, ele basicamente tem a escola toda.
Um jogador com as suas caraterísticas, tem de ser aproveitado, jogando com extremos cerebrais, e inteligentes no último passe, e com um médio perto dele(daí aquele período com Matías e Izma a carburar ter resultado num aumento de rendimento do jogador.
Também não acho que ele seja “fixo”, apesar de não ser muito rápido, combina muito bem com os extremos e com o 10(aspecto claramente a aproveitar, para causar desiquilibrios, sendo que os extremos têm de procurar mais movimentos interiores, e não tanto o jogo aéreo).
Para o perfil de extremo cerebral, encaixam 3 jogadores(na minha opinião), Izmailov, Pranjic, e Labyad.
O 1º, deve saír neste mercado, portanto, em jogos em que necessitemos de inteligência para penetrar os adversários, Labyad na esquerda e Pranjic na direita, combinando com o Wolfs, e procurando cortar para dentro, parece-me bem.
Mas, tendo em conta que Labyad poderá ganhar o lugar a 10, recuando Adrien(Rinaudo/Adrien ou Elias ou AM28/Labyad), utilizaria um extremo mais explosivo, mais forte no 1vs1, apesar de mais fraco no último passe e mais inconsequente, mas que me parece(com jogos nas pernas e bem orientado) que poderá combinar bem com os médios e Wolfswinkel.

Falta-nos uma solução ao Wolfswinkel, sim.
Acho que o perfil deveria recaír, idealmente, num “Toivonen”, um jogador muito móvel, mas com grande jogo aéreo e potência física, complementaria o Wolfs na perfeição(vi noutro tópico falarem no Wilfried, e não desgostaria também).
Não quer dizer que sejam eles, mas jogadores com aquelas caraterísticas, seriam bem vindos.

Quantos aos comentários sobre o Matías, concordo com os comentários dos users @Lion73, @Gustavo e @Chev Chelios

Eu acredito que esta epoca pode vir a ser muito boa.
Apesar de ser um acerrimo critico de Carlos Freitas acredito que temos potencial para fazer umas gracinhas…

Primeiro que tudo Sa pinto tera que se afirmar como treinador.
reconheco-lhe um grande Sportinguismo mas ainda nao percebi os criterios para esta escolha.
Nao tenho duvidas que com um treinador a serio este plantel, apesar de muito inexperiente, tem capacidade para ser competitivo ate ao fim… mas precisa de ser bem trabalhado!

A estrutura que gere o futebol tem que estar presente.
O nosso clube tem sofrido ataques de todos os lados, todos nos reagimos a essas afrontas, mas os nossos dirigentes invariavelmente passam ao lado destas questoes.
Se nao houver capacidade de blindar esta equipa de futebol e motivar todos que a rodeiam, nem vale a pena pensar que algo pode mudar no plano desportivo.

Chegou a hora da verdade, ja nao ha desculpas de pre epocas, agora so quem tiver unhas e que toca guitarra. As estrelas tem que estar alinhadas mas nao tenho duvidas que e possivel ganhar o campeonato!!!

Saudacoes Leoninas

Admito que nos faça falta um criativo de qualidade para definir o jogo ofensivo da equipa, mas, para ser franco, nem sei se isso resolveria grande coisa.
Acho que os jogadores que o Sporting tem no meio campo e ataque têm qualidade técnica e criatividade suficientes para desenvolver um jogo ofensivo muito mais consistente do que têm demonstrado.
Acho que falta ali qualquer coisa, não sei, talvez outro tipo de esquema tático ou mais treino a nível das movimentações dos jogadores quando em situação de ataque.

Por outro lado preocupa-me – e muito – a falta de concorrência a sério para o Wolfswinkel.
Ouviram o que disse o villas-boas? Que uma equipa da PL não pode ter no plantel apenas dois avançados?
Pois é, acontece que nós iniciamos a época com um ponta de lança a sério.
E se houver uma lesão? E se o Wolfs tiver uma crise prolongada de forma?
Ou as coisas correm muito bem, ou vamos passar o resto da época a pedir mais alternativas lá na frente.

Temos pois estes 2 problemas para resolver e, apesar de se poder melhorar todos os setores, o sarilho está na atrapalhação que a equipa mostra quando lhe cabe organizar jogo ofensivo.

Transformas-me assim em definitivo num “hater” de Matias…! :mrgreen:
No entanto, não podias estar mais enganado… >:(

Reconheço a importância de Matias nos últimos 3 planteis e ninguem lhe nega a qualidade.
Pena foi que a sua condição física nem sempre acompanhasse a sua capacidade técnica.
O mesmo se passa com Izmailov, a quem eu espero que não me dês igualmente o rotulo de “hater”, pois acho-o simplesmente o melhor jogador do Sporting as ultimas muitas épocas, excepção feita a Moutinho e Nani!
Na verdade, se Izmailov saísse provocaria-me alguma consternação mas também compreensão…
O fundamental problema é mais a desvalorização de Matias no acto da venda, o que choca por aqui muitos, inclusivé a mim, mas veremos ainda se não terá sido uma boa venda mais à frente…!

Adiante…
O plantel sofreu algumas profundas alterações e terá que se readaptar.
Começa agora a época oficial com um meio campo constituído de novos jogadores e alguns outros que assumem agora a sua condição de titulares.
Quer-se por isso alguma paciência para se poder ver resultados.
E há ali, ainda assim, muita qualidade!!

Já na frente, entrarmos na época com um único avançado de raiz parece-me um verdadeiro lirismo…
Compreendo as dificuldades financeiras do clube e só assim entendo que não haja mais alguém para acompanhar Wolfswinkel.
Por isso, penso que esse imprescindivel jogador apenas surgirá se o Sporting tiver a capacidade de alienar mais alguém a fim de realizar o capital necessário para o contratar!
Na calha estão vários inúteis que acompanharam Matias nestes últimos anos…
Quem me dera que eles valessem uma unha do pé de Matias, pois isso seria a possibilidade de fazer-mos mais algum dinheiro que eu duvido que façamos, seja um tostão sequer…

Aí podes-me catalogar de “hater” desta nobre lista desde o primeiríssimo dia destas figuras no nosso clube:
Pongolle
Bojinov
Jeffren
Ribas (este coitadito… Nem B)

Não é que eu realmente possa odiar alguém, sobretudo do Sporting, mas a questão é que odeio o dia em que tomaram a decisão de os pôr a jogar no clube em detrimento de muitos outros bons jogadores que agora podiam fazer parte do nosso plantel!

Quanto a esta questão do criativo, relembro aqui o plantel de um nosso adversário de sucesso, o Porto , que nos últimos 8 anos não tem nenhum “criativo” de raiz…

Desde a saída de Deco teve o mais perto de criativo em Diego que nem aqueceu, tal foi a sua fraquíssima influencia na equipa e depois teve Lucho Gonzalez, que nem teve estas épocas todas na equipa.
No entanto , considerar Lucho um “10” criativo é um exercício de alguma fantasia.
Nem vou aqui considerar, pois estarem ou não estarem é precisamente a mesma coisa, Bolatti e agora Bellushi…!
Para além de Lucho, e bem mais influente, o que mais se aproxima de 10 é apenas 8 e chama-se…Moutinho!
É o principal jogador e o mais imprescindível do plantel portista, pois é apenas insubstituível…

A questão da importância de Moutinho, ou de Lucho, é que ambos, sobretudo o primeiro, são verdadeiros dínamos da equipa e é sobre eles que se concentra toda a energia e capacidade física da equipa…
É essa a chave do sucesso do Porto!
Em comparação, Matias ou Izmailov não são nem uma pilha de volt e meio…
De Izmailov nem vale a pena falar…
De Matias lembro-me bem da sua enorme influencia na equipa e o quanto isso nos beneficiou em vários jogos mas também me lembro de vê-lo abandonar o jogo aos 50-60 minutos por já não poder com uma gata pelo rabo… e o quanto isso se fazia notar no rendimento da equipa!

Oh Lion!!
Este já podes inscrever na tua equipa…
Servir-te-á com fidelidade eterna! :mrgreen:

Ele até acha o Wolfswinkel o melhor avançado do mundo ou lá o que é…!
:wink:

Oh Gustavo!
Agora já nos entendemos melhor… :wink:
Claro que corroboro de todas as tuas preocupações… e também da necessidade de substituir BEM Matias nesta equipa!
Mas acho que o meio campo tem muitas opções e resta-nos apenas perceber se o sistema utilizado será o melhor para as características da equipa…
Mantenho a minha ideia!
Se o sector defensivo sai reforçado neste defeso, já o sector ofensivo parece-me manter os mesmos defeitos do passado que não funcionava nem mesmo com Matias em campo!
O nosso único avançado dificilmente terá capacidade para jogar num sistema de 2 extremos se não tiver um apoio de um “10” efectivo que lhe preencha o apoio necessário na area do avançado.
Nao temos verdadeiramente um puro “10” e nem temos simplesmente um avançado que jogue nessas características.
Wolfswinkel provém de um futebol em que o 4-4-2 é a sua escola desde os primeiros toques de bola e tranformá-lo agora num jogador de 4-3-3 (ou 4-2-3-1) é um trabalho que se pode tornar pífio…!
Além disso, temos apenas um jogador nas alas que assume correctamente o seu papel de extremo - Capel!
Todos os outros ou não contam ou são adaptados…
Por tudo isto é difícil criarmos perigo na área e mesmo quando a bola lá chega as dificuldades dos executantes são óbvias!
Veremos quais as capacidades de Viola e Labyad… mas se juntarmos a estes Carrillo, veria com bons olhos elevar um deles a companheiro de Wolfswinkel num esquema 4-4-2!