[b]Leões estão sufocados em dívidas Passivo galopante[/b]Em 1995, os activos imobiliários cobriam em mais do dobro o passivo do Sporting. Era este o balanço das contas antes de o clube de Alvalade entrar na era dos gestores profissionais, que mais não têm conseguido do que fazer disparar de forma galopante o passivo do clube – são quase 300 milhões de euros.
Tomás Aires, engenheiro de profissão e vice-presidente dos leões em 1995, lembrou o tempo em que as contas do clube ainda eram saudáveis, herança que ajudou a deixar. “Em 1995, o Sporting tinha um passivo de seis milhões de contos (30 milhões de euros), mas só em activos imobiliários (terrenos) tinha cerca de 70 milhões de euros."
“Visto que os activos imobiliários eram propriedade do Sporting Clube de Portugal, qual foi a assembleia geral e em que data é que permitiu a alienação da totalidade do património que existia em 1995?”, questionou Tomás Aires, vice-presidente do Sporting entre 1989 e 1995.
A construção do novo Estádio José Alvalade foi a primeira razão para que o passivo do Sporting começasse a disparar. O estádio custou cerca de 110 milhões de euros, estava inicialmente adjudicado à Somague, de Vaz Guedes, que depois acabou por ser indemnizado pelo cancelamento da adjudicação - Godinho Lopes era o vice-presidente do Sporting que fazia a gestão do projecto do novo estádio. A construção do Alvalade XXI acabou por derrapar. Inicialmente, José Roquette previu que o estádio custaria 15 milhões de contos (75 milhões de euros), mas o recinto dos leões custou para cima dos 100 milhões.
Também a Academia teve um custo acima das previsões de Roquette (o presidente estimava que custasse cinco milhões de euros e custou cerca de 15). As duas infra-estruturas – estádio e Academia – custaram cerca de 125 milhões de euros e o passivo não anda longe do dobro. Ou seja, o Sporting fez uma obra mas agora deve duas. Terá agora um acordo com a Câmara de Lisboa que lhe vai permitir receber 18 milhões de euros (parte em imóveis). Um balão de oxigénio.
‘NAMING’ PARA ESTÁDIO
O Sporting está a estudar a possibilidade de ter uma empresa a dar o nome ao estádio, tal como acontece com o Emirates, onde joga o Arsenal. Chama-se a isto ‘naming’.
Com a reestruturação financeira operada, o passivo do Sporting irá baixar 55 milhões de euros.
O actual estádio dá receitas de 45 milhões de euros por ano, duplicando as receitas do anterior recinto.
http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentid=031CEF68-DB93-4636-A6E8-91DD94265244&channelid=00000012-0000-0000-0000-000000000012&h=4