A Arte da Guerra
Está instalada uma grave crise, transversal a todo o contexto Leonino.
Face à escassez de resultados positivos, foi posto a descoberto o descontentamento e exigências de dois grupos de adeptos: Os que desejam uma nova Estratégia; E os que pretendem um novo General.
“Na guerra, as forças regulares servem para combater. As extraordinárias servem para alcançar a vitória.”
Apesar de recém-eleito para a condução das operações, o General foi forçado a rever imediatamente o vínculo dos mentores técnicos, dos estrategas desportivos e dos planos de gestão financeira, demonstrando interesse em inverter o insucesso das operações e provando que apesar de enfraquecido, tem forças para liderar a Nação verde-e-branca à Glória.
No entanto a convalescença é sempre um período difícil e, como tal, nem todos conseguem respeitar o cessar-fogo e cumprir com a suspensão das hostilidades. A guerra faz-se, internamente, por rebeldes que não aceitam menos do que a cabeça do líder numa bandeja.
A oposição é inequívoca. Independentemente da estratégia e dos recursos bélicos utilizados, apoiar este General é ladeá-lo rumo ao abismo. A pressão dos rebeldes sobre os aliados é intensa e arrogante: Quem ignora o vaticínio está dormente e deve ser apedrejado!
O problema, é que a acção rebelde nem ao de leve atinge a sua finalidade. Ao invés, vai perseguindo e hostilizando, fazendo baixas entre os civis.
Há que saber quando parar e bater em retirada!
“Obter uma vitória rápida é o objectivo principal da guerra. Se a vitória tarda em chegar, as armas desgastam-se e o ânimo decai. Porque uma guerra prolongada nunca beneficiou um país. Assim, quem não compreende os males provenientes da utilização de tropas também não compreende as possíveis vantagens de uma operação bélica.(…) Em suma, o mais importante na guerra é a vitória, não a acção prolongada.”
O organigrama está bem definido no seu topo. A nomeação do dirigente, aprovada em massa, deveria merecer respeito. Ao desrespeitar-se uma eleição, ao abandalharem-se vidas privadas, ou ao escarnecerem-se as livres intenções de voto, está-se a coagir para uma solução sem respeitar as regras do jogo.
É que muitos dos que poderiam pensar em juntar-se ao gang, mas têm ainda algum respeito pelo livre arbítrio, recusam-se a compactuar com tamanha atrocidade.
“Em geral, o melhor procedimento na guerra é conquistar um país intacto, em vez de causar a sua ruína. Capturar todo o exército do inimigo é melhor do que a sua destruição. Tomar intacto um regimento, uma companhia ou uma esquadra é melhor do que o seu aniquilamento. Porque alcançar uma centena de vitórias numa centena de batalhas não é a excelência suprema. A excelência suprema é submeter o inimigo sem combater.”
O líder pode estar moribundo, mas não foi destituído nem está morto para poder servir de alimento aos abutres.
No dia em que deixar de existir respeito pela Nação verde-e-branca, deixar de haver respeito pelos estatutos e valores do Clube, será preferível que o Sporting acabe! O Sporting ainda é dos sócios e, enquanto assim for, para o bem ou para o mal, deverá ser sempre a vontade de uma maioria a imperar com uma minoria a honrá-la.
Citações a bold: Sun Tzu, em “A Arte da Guerra”.
© Gabriel Alves 2010