A alteração do sistema de pontuação

Já há muito tempo que defendo que o Futebol necessita de mudanças a vários níveis, sendo a mais relevante de todas a introdução do video-árbitro, que Bruno de Carvalho assumiu e muito bem, como uma bandeira na sua luta pela transparência do jogo.

No entanto há mais coisas que se podem fazer para melhorar o Futebol e uma delas é a alteração do sistema de pontuação, uma questão que faz sentido redobrado em Portugal, onde se criou uma escola de jogo defensivo extremamente disciplinado e bem organizado, de tal forma que ontem Jorge Jesus referindo-se ao Belenenses, disse que defender bem também é uma arte.

Semana após semana vemos as equipas que se deslocam ao campo dos grandes montando verdadeiros acampamentos à frente das suas balizas, na defesa de um zero a zero que já dá um pontinho e à espera de um contra ataque ou de uma bola parada para conseguirem o milagre da vitória, que lá de vez em quando caí do céu.

Será que faz sentido que uma equipa entre em campo com esse pontinho mesmo sem nada ter feito para o conquistar? Pois a mim parece-me que não, e bastava atribuir zero pontos aos empates sem golos, para acabar com este tipo de jogo negativo, em que a maior parte das equipas portuguesas se especializou.

Ontem o Belenenses não fez um remate digno desse nome à baliza de Rui Patrício, tendo em Luís Leal o único que se atreveu a pelo menos tentar fazer alguma coisa, graças à sua velocidade, mas nem perigo criou. Pior do que isto só o petit Boavista que até ganhou o tal pontinho ao Sporting.

A minha pergunta é: Será que estas equipas merecem esse pontinho só porque defendem até à morte? Uma coisa é marcarem um golo e defenderem a vantagem que conquistaram, outra é começarem a defender logo de início e muitas vezes recorrendo ao anti jogo sistemático, como se viu ontem com Ventura a fazer cera logo na 1ª parte.

Infelizmente essa é uma questão que nunca vi ser discutida nas inúmeras zonas mediáticas que se debruçam sobre o Futebol, e é pena, pois esta seria uma alteração que teria sinificativos efeitos pela positiva, melhorando e muito o jogo a nível do espetáculo.

Sabendo-se da chico espertice que grassa no futebol e aqui nao falo so de Portugal, em breve assistirias ao obrigatorio desempate por pontapes da marca de grande penalidade, onde entao verias as equipas pequenas a treinar penalties ate a exaustao e a aprender a defender ainda mais…
Nao podes dar ao empate sem golos os mesmos pontos que uma derrota, pois seria injusto para as duas equipas que nao perderam ficarem ao nivel daquelas que foram derrotadas…
Como resolver isso?

Incy, na minha opinião não há injustiça nisso desde que as regras sejam claras e não falei de desempates por penaltis que seriam uma emenda ainda pior do que o soneto. O jogo começava a zero em golos e em pontos, portanto o empate a zero equivalia a uma derrota, mas para os dois. Acabavam-se os ferrolhos de 90 minutos e não podia haver melhor incentivo ao futebol de ataque.

Uma coisa é fazer o que o slb fez ontem, marcou e defendeu a vantagem, outra é entrar logo a pensar em segurar um ponto sem nada ter feito para o justificar como fez o Belenenses. Pode não ser perfeito, mas é uma boa solução para beneficiar o espectáculo.

Completamente de acordo, já comento isso com os amigos há muitos anos.

O objectivo do jogo de futebol é um: marcar golos, mais do que o adversário para se ganhar a partida.

Quem não marca golos não deve ter direito a pontos, pois não cumpriu a finalidade do jogo… se o empate é a zero, não há pontos para nenhum dos dois.

Ainda ontem comentava este mesmo problema com o meu pai e concordo com o [member=34]to-mane

Estou a ver os lamps a pagarem aos pastéis para circularem a bola frente ao Sporting só para ser derrota para os dois.

Relativamente ao que fizeram ontem, qual é a diferença?

Se o Sporting não marcasse, em vez de 1 ponto tinha zero.

É tudo muito dúbio e cada um jogo com as armas que tem

No andebol e hoquei ainda se pode assinalar jogo passivo quando usam a posse só para queimar tempo.

Mas no futebol em que são os adversários que abdicam da posse não há nada a fazer

A vitória passou de 2 para 3 pontos para combater exatamente o que é referido neste post

Em muitos jogos que acabam zero a zero ambas as equipas jogaram para ganhar e até são bons espetáculos

Discordo claramente da ideia que originou este tópico.

O objetivo principal digamos assim, é cumprido, de fato as equipas que jogam para 0-0 são prejudicadas. Até aqui tudo bem.

A parte negativa vem a seguir.

A equipa que faz o que está ao seu alcance para ganhar o jogo e é anulada pelo anti jogo adversário vê-lhe ser retirada 1 ponto, logo além de não ganhar o jogo ainda o “perde” (fica com 0 pontos).

Continuando, o meu parágrafo anterior somente referia situações de jogo entre uma equipa que pretende e faz tudo para ganhar e outra que quer fazer precisamente o inverso.

No futebol, nem sempre (arrisco dizer que na maior parte dos jogos) se verifica uma tamanha distribuição da atitude perante o jogo entre 2 equipas. Por outras palavras, o resultado 0-0 nem sempre é decorrente de um jogo baseado na retranca, anti jogo, etc. Logo estaríamos também a penalizar equipas que jogando para ganhar, acabam por ter jogos a nulo.

Sendo off-topic, na minha visão das coisas, não vejo leis que possam “obrigar” uma equipa a não usar um “autocarro”. O que pode mais facilmente ser feito é cortar com o anti jogo e queima de tempo sistemáticos. Aumentar o tempo útil de jogo, através da paragem do cronómetro aquando de qualquer interrupção do encontro, tal como é feito em diversas modalidades.

Na minha opinião a melhor mudança que poderia e deveria ser feita era a alteração do tempo de jogo para tempo cronometrado. O que mais me irrita é o anti jogo.

Quanto ao sistema de pontuação, concordo com o vigente. Mas estudaria uma alteração: a possibilidade da atribuição de pontos extra por patamares, dada a quantidade de golos marcados. Por exemplo, ganhares pontos extra por cada série de 10 golos. Acho que era uma medida que iria trazer mais futebol de ataque.

De facto os jogos passarem a ser de tempo parado, talvez 30+30 seria uma forma de impedir o queimar tempo com lesões e reposições de bola em jogo.

Em relação ao jogar para o 0-0 a única coisa que podiam fazer era dar 2 pontos por empates com golos, ou dar um ponto a todas as equipas que marcam um golo. Assim podíamos ter derrotas a valer 1 ponto, o mesmo que um empate sem golos.

O resultado é que iríamos ter 2 campeonatos, na parte debaixo da tabela é melhor ficarem os dois a zero do que arriscarem a que o adversário marque golo.

Porque o primeiro que marcar fecha-se em copas.

Se bem entendi, havendo um golo regressam os paradigmas vigentes.

A sugestão é excelente: duas equipas que procuram forçosamente o golo enquanto o resultado estiver nulo.
A parte negativa, como já foi referido, é penalizar duas equipas que tentam ganhar mas que as circunstâncias do jogo dão em nulo. E acontece muitas vezes.
Num campeonato longo talvez não tenha importância, mas em torneios curtos, tipo champions ou copas do mundo, poderá ter algum impacto em termos de ‘justiças’.

Tempo cronometrado podia ser uma boa opção. Devia-se implementar desde já uma fase intermédia em que a reposição da bola tivesse de ser efectuada até 5 segundos, dando origem a livre para a equipa adversária.
Pontos por golo também podia ser uma medida interessante.

O futebol nos EUA acabou em meados dos anos porque a FIFA estava a impedir a NASL de organizar jogos cronometrados (2x30) e a introduzir inovações e os americanos decidiram abandonar o desporto. A perda deste mercado foi significativo para a FIFA que assim trouxe os EUA de volta para o futebol atribuindo-lhes o mundial de 94 mas com a condição de não tentarem de novo introduzir inovações.

O lobby pelo futebol medieval e corrupto é gigantesco e suportado por uma legião de países em desenvolvimento que não querem abdicar de todo o espaço de manobra para o anti-jogo e corrupção possíveis no jogo actual.

Achas que o treinador do Burkina Faso quer jogos cronometrados e vídeo-árbitro? E achas que as equipas portuguesas querem abdicar de perder tempo a repor a bola em jogo ou a rebolar no chão? Então e o cesto da fruta serviria de quê com decisões colegiais?

Não vejo forma da alteração da pontuação ser benéfica nesta fase. Quando passamos dos 2 pontos para 3 por vitória já foi um bom avanço tentando beneficiar que joga para ganhar.

Concordo com a alteração do tempo de jogo cronometrado por uma “mesa de jogo” como se faz em outras modalidades. Julgo que isto seria pacifico.

Os jogos cá no burgo dificilmente passam dos 60m de tempo útil de jogo. No jogo contra o Belém o Ventura demorou sempre cerca de 20s a repor a bola no pontapé de baliza. Isto deve ter acontecido pelo menos umas 20 vezes. Só nisto vamos em cerca de 7minutos sem haver jogo. Depois substituições, demora nos lançamentos, lesões simuladas, paragens para dar cartões etc…

Outras coisas poderiam ser estudadas como por exemplo:

  • a atribuição de uma grande penalidade por agressão de um jogador adversário ou por 20 faltas de equipa na linha do que se faz no hóquei.
  • Substituições sem limite ao intervalo. Qual é o problema de ao intervalo o treinador mudar meia equipa? Isso atrapalha o quê?
  • Mais jogadores convocados. Qual é o problema de se levar 22 jogadores para um jogo? Quantas vezes já vimos jogadores adaptados por não haver jogadores no banco que façam a posição de origem. Se nas competições de selecções o fazem porque não fazê-lo no resto dos jogos?

Uma sugestão meio parva:

Beneficiar as equipas ofensivas. Premiado as equipas que marquem no mínimo 3 golos com um ponto extra.