O 26-03-2011 foi uma machadada, não sei se final, em qualquer pretensão de um clube unido, capaz de aglutinar as divisões que gradualmente se aprofundavam ao ponto de se tornarem insanáveis. Para mim é evidente a diferença na forma como os Sportinguistas olham para o seu clube e o vivem, para lá do que é comum no simples adepto de futebol. Tem-se falado em partidarização do clube mas para mim tal não serve para descrever a nossa realidade.
O sentimento anti continuidade tornou-se algo intrínseco em muitos e com ele traz um desejo de vingança e responsabilização por danos causados ao Sporting que não será facilmente satisfeito. Este sentimento impede, também, qualquer laivo de confiança em direcções deste cariz e porventura impedirá também uma análise totalmente objectiva e racional sobre os seus actos de gestão. Uma boa medida poderá ser olhada de lado e atribuindo -lhe intenções que não as de defesa dos interesses do clube… não nego que perco o meu o tempo, por qualquer acto de gestão destes senhores, a pensar no que estará por detrás do mesmo… desconfiança, é algo que não posso evitar.
Por outro lado, este gestores financeiros, delfins do roquettismo, com ligações inegáveis entre todas as diferentes direcções que estiveram no poder, conseguiram carimbar em muitos Sportinguistas uma imagem de salvadores do clube, que por uma qualquer obra do destino, estava escrito que se iria afundar e uma e outra vez, por engenharias financeiras e contabilísticas que não mais que fizeram que esconder a incompetência na gestão desportiva e económica destes dirigentes, adiaram um problema, esvaziando o património do Sporting e aprofundando o seu apequenamento. Estes senhores são vistos por muitos, como os únicos capazes de lidar com a complexidade de fusões, dissoluções, (re)engenharias, operações harmónio, etc…, que por vezes se parecem com um fim em si mesmo e como tal são aplaudidos como se por tal ganhássemos campeonatos. É verdade que nem todos pensam assim.
Nem todos se revêem nestas 2 “facções”. Uns não querem saber do clube a não ser nos 90 minutos em que a bola rola e dizem mal da sua vida quando a bola não entra, mas tal acaba com o apito final. Outros conseguirão ter algum distanciamento e ter uma análise menos apaixonada, mais ou menos informada…. há poucos anos, talvez eu fosse destes últimos, mas e sinceramente, perdi qualquer força para o mínimo de moderação e de dar tempo a quem o não sabe usar. Não o merecem. Não quando tentam enganar os Sportinguistas uma e outra vez, procurando mantê-los na ignorância. Não quando se mostram incapazes de defender o Sporting quando este é atacado por terceiros, mesmo que estes tenham a força equivalente a um décimo da nossa.
Não consigo ser moderado e/ou racional quando vejo uma liderança fraca, pouco transparente e incompetente.