25 de Abril - 40 anos

Faz hoje 40 anos que Portugal alegadamente descobriu a liberdade.

Passados 40 anos da revolução o que achas que melhorou e o que piorou?

Estarão os objetivos de Abril cumpridos?

Pessoalmente o 25 de Abril foi para mim um golpe de estado preparado por corporativistas descontentes com a sua situação militar.

Prefiro celebrar o 25 de Novembro.

“Alegadamente”?

Eu prefiro juntar alguém à lista de ignorados… :shifty:

«Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo»

Melhor dia da nossa história. Dava tudo para o ter vivido.

O 25 de abril foi um dia de grandes ilusoes,para o povo portugues , mas pouco mais do que isso !!
A unica coisa positiva foi a liberdade de expressao, de resto portugal esta como antes do 25 de abril ou pior!!

Hoje as desigualdades sao bem mais notorias !!

Fascismo, repressão, exploração, desigualdade, ignorância, censura, perseguição, guerra, fome, miséria, analfabetismo, opressão, deus-pátria-famíla, etc, etc.

Estávamos muito bem, de facto. Aos saudosos desse tempo, estão a fazer um bom trabalho. Os sucessivos governos de direita estão a trabalhar bem para lá voltarem.

Eu acho alguma piada aos 17 anos saber-se o que foi viver no tempo do fascismo e poder compará-lo com os dias de hoje.

:clap: :clap:

Eu falo daquilo que hoje representa o 25 de abril.

Associar o conceito de liberdade ao 25 de Abril…lol. É a coisa mais hipócrita de sempre.
Vocês associam a escola pública ao 5 de Outubro?

O 25 de Abril é hoje em dia um feriado anacrónico, ninguém quer saber disso, senão a velhada comunóide de sempre.

COMO É ÓBVIO seria impensável hoje viver sem ser livre. Viver num regime que não a democracia. Não poder dar a minha opinião. ESTAMOS NO SÉC. XXI!

Ando farto de ver estes carolas comunóides arrogantes na TV com a mania que são os donos da liberdade. Já ninguém quer saber disso. Já toda a gente lê e sabe quais as verdadeiras intenções de Otelos e afins.

Em breve o 25 de Abril será tão comemorado como o 5 de Outubro. E ainda bem.

Mas não é tarde para se ajustar contas com quem merece. Nomeadamente esse Sr. Soares, que já devia estar no banco dos réus há muito pelo crime que cometeu em África

Boa coerência.

Tenho muito orgulho na Revolução. Uma tristeza termos sido o último país europeu a abolir o fascismo e a abdicar de brincar aos reis em África.

Viva o 25 de Abril, Viva a liberdade.

Esse argumento faz-me lembrar aquelas entrevistas de rua sobre um qualquer acontecimento passado, em que muitas pessoas acabam quase sempre por responder “Não sei, ainda não era nascido…”

Hoje em dia há muita informação disponível sobre quase todos os assuntos para se poder formar minimamente uma opinião, seja ela qual for, concorde-se ou não, com ela. E eu, claro, não concordo com a opinião dele.

Tem piada um feriado para festejar um golpe militar para ganhar o poder, isto tudo ,
alegadamente, para providenciar liberdade.

A liberdade de confiscar e delapidar o património de um país para alimentar
a nobreza criada depois de 25A74…

Cada vez que esta classe política e os próprios militares festejam este dia é mais
uma facada no pouco de bom que resta deste dias histórico.

O ultimo país a ter sido abolido o fascismo foi a Espanha.

E por falar em Fascismo o Estado Novo deixou de o ser em 1945.

Orgulho-me de termos tido uma revolução, seguida de PREC e de um não menos importante mas sempre esquecido 25 de Novembro, que consumou a liberdade, praticamente sem baixas a lamentar. Foi de uma elevação tremenda.

Acho no entanto que Portugal desperdiçou a hipótese de ser um país livre. Hoje continuamos entregues a uma elite. Elite essa que é composta pelos mesmos de sempre, que não nos ouve, não quer saber de nós e nos reprime. Mesmo havendo eleições livres, eles nunca de lá saem. Podem ter um hiato mas acabam sempre por voltar, nem que seja para um lugar de comentador, inclusive na televisão pública, pago a peso de ouro com dinheiro dos contribuintes. O que mudou é que essa elite é uma elite de incompetentes e de corruptos. Mas o povo pelos vistos gosta e elege-os.

Falam dos Homens de Abril (esses comunoides :lol:) como se tivessem tomado o país, tivessem criado grandes fortunas e vivessem que nem uns reis…

Utilizam palavras como “alegadamente” para tentar passar uma imagem de que nada melhorou, que o país não ganhou nada com a revolução dos cravos e que a liberdade surgiu porque sim (sinceramente perdeu-se muito ao não tirem limpado o cebo a alguns fascistas!).

Bem tentam denegrir este dia mas para mal dos vossos pecados terão que o “aturar” durante muitos anos. Foi giro, hoje, ver mais de metade da assembleia da república cheia de sapos, a fingir que dão valor ao 25 de Abril.

Tens razão, o País ganhou uma dívida monstruosa :slight_smile:

E no meio disto tudo quem ganhou menos até foram os Comunistas, que foram utilizados para
derrubar o poder que caiu de podre e depois descartados.

O Otelo, rei do bas-fond lisboeta pré 25A, não queria ir para a guerra como foram
obrigados milhares de Portugueses da flor da idade, e arranjou maneira de se safar e depois
fazer tudo aquilo que “alegadamente” combateu: prender e troturar quem não estava com ele ,
como inclusive praticou crimes e assassinatos com as FP.

Os comentários do Roderick von Hammer não deixam de ser interessantes para aferir aquele que é o sentimento pelo 25 de Abril nos dias de hoje.

Há uns dias atrás ouvi discursar um Professor catedrático (que patrulhou as ruas de Lisboa de arma na mão no pós 25 de Abril e que no dia 25 de Abril de 74 estava às portas da AR) que apregoava, e com alguma razão, a abolição do feriado por diversas razões.

O 25 de Abril foi uma revolução de uma geração, geração essa que encarnava determinados valores que hoje já não vingam. É natural que o 25 de Abril diga cada vez menos à população portuguesa, porque são cada vez menos aqueles que presenciaram a revolução e o clima anterior à revolução. Mais natural se torna o sentimento pelo 25 de Abril, quando aqueles que viveram no período anterior ao 25 de Abril dizem, à boca cheia, que faz cá falta do Salazar.

Ora, se por um lado, temos uma parte da população a quem o 25 de Abril nada diz porque não o viveu, porque os valores foram ultrapassados e que não são mais do que um resquício histórico e se, por outro lado, parte da população que o viveu afirma descontraidamente que naquela altura é que se vivia bem, não vejo o porquê de comentários como os do Roderick von Hammer causarem tanto celeuma.

Prender e torturar? Estás a falar da PIDE?!

Tenham vergonha!

Se, por um lado, o golpe assinou - para alegria de todos, pois só mesmo uns quantos dinossauros queriam a perpetuação daquele regime tal e qual ele estava quando o golpe aconteceu - o fim de um regime decomposto que não soube reinventar-se devidamente após a morte do seu fundador, e que já manifestava sinais de decadência evidentes após a revisão constitucional de 1971, na qual Caetano não conseguiu satisfazer os “liberais” do regime; por outro lado, desprendeu um dos processos mais obscenos da história de um país com tantos e tantos anos de vida, a descolonização (não pela ideia em si, mas pela condução do processo, que hoje sabemos ter sido sabotada invariavelmente pelo MFA), e quase impingiu ao país um modelo económico – comunista - que faria o Estado Novo/Estado Social parecer um paraíso. Caetano precisava de mais tempo - precisava que o fóssil Américo Thomaz saísse de cena, em primeiro lugar - e não faria mal algum se tivesse substituído Salazar 5 anos mais cedo, pelo menos.
O 25 de Abril que hoje é celebrado não corresponde ao 25 de Abril que Portugal viveu – fim da ditadura e sua substituição pela anarquia económica e política – e que só findou, de facto, quando Cavaco Silva consegue a maioria absoluta em 1987, pois até esse ano Portugal viveu amarrado a um sistema económico baseado num Estado todo poderoso que todos os rendimentos capturava e num sistema de amizades empresariais – bancos e empresas públicas - que têm o coitado do contribuinte e a iniciativa privada como suas primordiais escravas, realidade em que hoje nos encontramos novamente. O 25 de Abril, na realidade, é muito mais do que o “dia em que conseguimos a liberdade”, pois pouco faltou para que pudesse ter representado o começo de um período garantidamente mais autoritário que o anterior.
Essa visão – 25 de Abril lindo, todos em sintonia, nada de confusões – é falsa, mentirosa, e já só vive na mente de uns quantos.
25 de Abril real não foi nem a manifestação romântica que a Esquerda portuguesa afirma ter sido, nem a sinistra, encapotada traição que a Direita mais idosa e radical afirma. Foi um golpe militar – iniciado por insatisfações de uma certa classe militar, propiciadas pela desatenção do regime anterior – que rápido degenerou, à boleia das várias contradições que viviam no seu seio, numa maluquice que demorou anos a estabilizar e a corrigir.
Aliás, os espanhóis, quando chegou a sua vez, olharam para o nosso país e aprenderam rapidamente como não tentar a mesma palhaçada. E foi esse admirável acordo, essa capacidade de unir, a bem da pátria, gente de certa tendência com gente de outra tendência oposta, que nos fugiu: uma transição liderada tanto pelos elementos do regime, para impedir reacções de violência, como pela oposição democrática, para impedir o resvalar para um sistema à Europa do Leste ou à Grécia da ditadura militar. Salientar dois termos: oposição e democrática. Aqueles que mais gritavam “MFA” eram muita coisa, mas não era democráticos.
Um agente económico conseguiu perfurar intacto a Revolução: o Estado despótico e preponderante. Se durante a ditadura o Estado praticamente controlava toda e qualquer iniciativa económica de alguma envergadura (mas não tocando na pequena iniciativa privada), depois da Revolução o Estado passou a corporizar essa iniciativa económica, quando tudo de dimensão importante foi nacionalizado – e, quando o dinheiro que se encontrava na banca nacionalizada findou, destruído, dando azo a casos de manifesta miséria social como aquela que flagelou a Margem Sul, particularmente Setúbal.
Pudemos conhecer heróis como o Salgueiro Maia, mas pudemos conhecer também vilões da pior espécie como o Almirante Vermelho, e este último simbolizou muito mais o pós-25 de Abril que o primeiro, que se afastou de cena após cumprir a sua missão – derrubar a ditadura.

O MFA que faz a revolução não é o mesmo MFA que conduz a revolução. E assim se explica o 25 de Abril e o que aconteceu posteriormente.

O fascismo disse muito aos meus avós. O 25 de Abril aos meus pais. A mim, não passa de História de Portugal. Não vivi em nenhuma destas épocas, é natural não sentir, nem comemorar, com o mesmo entusiasmo / tristeza que as pessoas que viveram nesses períodos. Agora, se vou celebrar o 25 de Abril, também vou celebrar o 25 de Novembro, vou celebrar o Dia da Implementação da República. São datas importantes da História de Portugal, umas recentes, outra mais antiga. Não celebro qualquer desses dias, usufruo apenas do ferido do 25 de Abril como outro feriado qualquer.

Agradeço a liberdade que usufruo hoje, que não é ainda uma liberdade plena, nem nunca será. Também agradeço a democracia que se implementou, que está longe de ser uma democracia justa e igualitária. É apenas um sistema que foi implementado para que o poder político consiga ir governando um país que é um país do favores, um país dos ricos e pobres, um país desigual, um país corrupto, um país com uma justiça para ricos e para pobres. Enquanto não se mudar mentalidades, mudar esta pseudo democracia, não vamos passar da cepa tora. Há apenas rotação de nomes, as políticas são sempre as mesmas. Tanto do lado de quem governa, como do lado de quem faz oposição.

Ter que escolher entre várias listas de nomes que os partidos políticos nos impõem, é patético. Um dia gostava de ter a liberdade de escolher os nomes que gostava que governasses, seja de partido A, B ou C. Gostava de ter o direito de usufruir a livre escolha dos políticos, não votar em listas que são impostas. O 25 de Abril, que trouxe liberdade, não nos trouxe tudo. Trouxe uma liberdade algo disfarçada, uma meia-liberdade apenas e só.

Sempre !

[youtube=640,360]Zeca Afonso - Grândola, Vila Morena
[/youtube]

É uma tristeza ver o cinismo que se instalou na sociedade portuguesa sobre algumas das verdades e valores universais que o 25 de Abril representa. Isto para não falar da ignorância pura e dura.

Portanto, mais uma vez, 25 de Abril sempre!