Em tempos os portistas rejeitavam totalmente a existência do “sistema” que definiam como uma desculpa dos sportinguistas perdedores, no entanto à medida que se vão confirmando muitas das coisas que homens como José Roquete e Dias da Cunha foram dizendo ao longo destes anos, o discurso começa a mudar.
Anteontem no “Dia Seguinte” o trio Ferreira, Seara e Aguiar deu mais uma lição sobre o tal “sistema”. Estamos a falar de três homens que conhecem por dentro o nosso futebol, principalmente o portista que a determinada altura disse que tinha ouvido muita coisa no seu tempo de dirigente da Liga, só que na hora de provar ninguém avançava, mas apressou-se a dizer que NENHUM clube se podia pôr fora do prato.
Hoje o MST sai-se com esta que passo a citar:
Sobre isto, quero repetir o que já antes escrevi e que me parece absolutamente honesto: julgo que, de facto, o FC Porto terá proporcionado serviços, e não propriamente de fruta, ao referido árbitro e a pedido deste. Mas, reconhecido isto, restam por provar duas coisas: uma, que tal não é ou não era prática corrente em todos os clubes e em diversos jogos, incluindo os das competições europeias — onde os clubes da casa são supostos receber, instalar, oferecer as refeições e acompanhar os árbitros internacionais, satisfazendo-lhes as vontades e mordomias. Quem acha que tais coisas não sucedem em Lisboa, seguramente que imagina que em Lisboa também não existem respeitáveis estabelecimentos como o Calor da Noite. É preciso demonstrar, pois, que o tratamento dado pelo FC Porto a este árbitro foi a excepção e não a regra. Desconfio que há muita e insuspeita gente, entre a qual extremosos pais de família e dirigentes desportivos, a quem tal investigação não convirá por aí além.
Ou seja eles já admitem que estas coisas acontecem, mas agora generalizam, afinal o exclusivo não é do FCP, tiveram foi azar de serem apanhados. :shock:
Portanto o Roquete tinha toda a razão quando definiu o “sistema” como “um conjunto de maus hábitos que estavam enraizados no nosso futebol e do qual tinham de ser erradicados”
Depois vem aquilo que o mesmo MST chama de “nexo casualidade” ou seja o facto do pessoal do FCP arranjar umas putas para entreter os árbitros antes dos seus jogos, não demonstra que estes tenham beneficiado aquele clube. E em relação ao jogo que está em investigação agarram-se ao facto de até nem ter sido preciso a intervenção do Paixão e seus compinchas que terão feito nesse jogo um trabalho perfeitamente normal.
Já com o Calheiros foi a mesma coisa, o Porto pagou-lhe uma viagem ao Brasil mas isso não demonstrava que ele tenha cometido erros arbitrais intencionalmente, por causa da gentil oferta.
Entretanto o “velho” Marinho Neves regressa com o seu “Golpe de Estádio” e faz interessantes revelações no que diz respeito ao Sporting
Marinho Neves, ex-jornalista e autor do livro ‘Golpe de Estádio’, que versa sobre a temática da corrupção no futebol português, revelou ontem ter trabalhado secretamente durante seis anos para o Sporting, tendo sido contratado em 2000 pelo antigo presidente Dias da Cunha, para o manter informado sobre os jogos de bastidores da modalidade. O tal ‘sistema’ de que tanto falou. Durante a cerimónia de relançamento do livro (ver caixa), Marinho Neves explicou que a sua colaboração terminou quando Dias da Cunha se demitiu, “devido às guerras internas no clube, instigadas por pessoas que ainda lá estão”. Segundo fez saber, os relatórios confidenciais por si elaborados e destinados ao antigo presidente já estavam a chegar, em determinado momento, “a pessoas do Norte”.Sem mencionar nomes, explicou como as coisas se passavam: “Com duas semanas de antecedência, eu sabia quem eram os árbitros desig-nados para certos jogos. Sabia também quais os jogadores do Sporting que iriam ser enervados pelos árbitros, no sentido de reagirem e assim acabarem expulsos, para enfraquecer a equipa. Fazia relatórios e enviava-os a Dias da Cunha. Mas essas informações acabavam por não chegar ao técnico José Peseiro, que assim não podia avisar antecipadamente os jogadores no sentido de não reagirem às provocações”.
O jornalista disse ainda que Dias da Cunha, com base na informação recolhida por ele, Marinho Neves, tentou a regeneração do futebol através de uma aliança com Luís Filipe Vieira, “mas logo aí houve anticorpos dentro do clube, contrários a essa aproximação”.
Confrontado com o teor destas afirmações, Miguel Salema Garção, director de Comunicação do Sporting, confirmou ter existido uma colaboração entre Marinho Neves e o clube e deu a conhecer a posição dos actuais dirigentes: “O dr. Dias da Cunha sempre recebeu total solidariedade dos dirigentes que ainda estão no Sporting na sua luta pela regeneração do futebol português. O actual presidente entendeu cessar essa colaboração porque escolheu outras formas de lutar por essa regeneração, nomeadamente com uma participação activa na Direcção da Liga.”
Ora aqui está “mel” para a “sopa” dos amigos do Cáca. e diga-se de passagem que a serem verdadeiras as acusações deste Neves polivalente, o caso é gravissímo pelo que merece pelo menos alguma atenção da parte dos actuais responsáveis pelo Sporting.
De resto a actual estratégia do Sporting parece-me a mais adequada, porque finalmente parecem estar reunidas condições para a mudança e a limpeza que há tanto tempo reclamamos, isto em contraponto com as disparatadas alianças contranatura do DC, sim porque ao contrário do que este Marinho parece acreditar, o Vieira não é melhor do que o Costa