«Fui obrigado a sair do Sporting», recorda Douala

digo mesmo mais, se o futebol fosse correr o Quénia era campeão do mundo...!

PS: Bem vindo! :smiley:


Obrigado;)

caros amigos

O Sporting sempre foi um clube de grandes extremos

Futre, Mário Jorge, Simão (m*rda lampiónica), Cristiano Ronaldo e Figo…, Barbosa (para alguns)

Douala era dos poucos jogadores no Sporting que no 1 para 1 desiquilibrava

caros amigos

O Sporting sempre foi um clube de grandes extremos

Futre, Mário Jorge, Simão (m*rda lampiónica), Cristiano Ronaldo e Figo…, Barbosa (para alguns)

Douala era dos poucos jogadores no Sporting que no 1 para 1 desiquilibrava

Falta aí o Quaresma… Ou o Boa Morte…

Mas neste sistema táctico não acho que possam existir extremos, só se adoptassem outra forma de jogar.

Eu não abdicava desta nossa forma actual de jogar.

Nem eu. apesar de achar que o Douala só começou a jogar mal pelo Sporting porque queria sair de qualquer forma e que agora como já quer voltar eventualmente poderia fazer uma boa época.

Reconheço utilidade no Douala na época que nos levou á Final da Taça Uefa, mas em termos técnicos era um autentico desastre.

Os crentes afirmam que o problema foi nunca ter jogado na sua real posição, isto é, extremo.Jogou sempre a ponta de lança (companheiro de Liedson) e nunca se impos.

No entante, o défice de qualidade era gradativo, e parecia que quanto mais tempo passava, pior ele jogava.

Em suma, não tem nem nunca teve qualidade para o Sporting.

Ps - Mais uma vez fomos burros e não o soubemos vender na devida altura.

Os crentes afirmam que o problema foi nunca ter jogado na sua real posição, isto é, extremo.Jogou sempre a ponta de lança (companheiro de Liedson) e nunca se impos.

Isso são tretas visto que ele no Leiria também jogava a 2do ponta de lança ao lado do Krpan se não estou em erro e depois veio para o Sporting.

Os crentes afirmam que o problema foi nunca ter jogado na sua real posição, isto é, extremo.Jogou sempre a ponta de lança (companheiro de Liedson) e nunca se impos.

Isso são tretas visto que ele no Leiria também jogava a 2do ponta de lança ao lado do Krpan se não estou em erro e depois veio para o Sporting.

Caro, explica-me onde é que está a treta naquilo que eu disse?

“Os mais crentes afirmam que o problema foi nunca ter jogado na sua real posição, extremo. Jogou sempre a ponta de lança (companheiro de Liedson) e nunca se impôs.”

Partindo do principio que as palavras do próprio valem mais que as tuas, ele próprio fez questão de referir que preferia jogar a extremo, lugar esse que segundo ele conseguia captilazir melhor a sua qualidade.

No entanto, foi utilizado ao lado de Liedson e nunca se impôs.

Mas se isto são tretas, nem o próprio Douala te pode contrariar.

Mas eu não estava a criticar o que disseste, muito pelo contrario, mas sim os “mais crentes” de que falas.

O Douala pode dizer o que quiser, mas o facto é que ele no Leira jogou a 2do ponta de lança e não só marcou golos como fez grandes exibições…mas la está, ele deve conhecer-se a si próprio melhor do que eu.

Ps - Mais uma vez fomos burros e não o soubemos vender na devida altura.

Isso é um mito que se criou. Havia uma oferta de 6 milhões por ele, por parte do Middlesbrough, e foi o Burruala a roer a corda, não querendo ir para os ingleses e fazendo-nos perder muito e bom dinheiro.

Agora não me apete ir pesquisar, mas já postei aqui no fórum a notícia que confirma isto mesmo.

Ou seja, para além de péssimo jogador, fez-nos perder 6 milhões :?

P.S.
Ganhei paciência para pesquisar:

O facto de já não poder alinhar pelo Midllesbrough nas competições europeias fez Douala recuar na sua pretensão em trocar o Sporting pelo clube inglês.

Esta nova tomada de posição foi revelada à Imprensa inglesa pelo empresário Jorge Gama, que representa o jogador.

“Posso assegurar que o jogador já não está interessado na transferência”, garantiu Gama, que adiantou ainda : “Isto não tem nada a ver com o Middlesbrough, mas antes porque Douala não pode jogar esta época por este clube, nas competições da UEFA”. Uma situação decorrente da utilização no encontro Sporting-Udinese.

Gama garante que Douala sente grande respeito pelo clube inglês e pelo seu ‘manager’, mas reforça: “Reflectimos bastante e pensamos que será uma perda de tempo insistirem com este negócio”.

Apesar de não poder utilizar Douala na Europa, o ‘manager’ do ‘Boro’, Steve McClaren já afirmou manter o interesse no camaronês.

Entretanto o Sporting continua a meio-gás a preparação para o jogo com o Belenenses, referente à primeira jornada da SuperLiga, a disputar já depois de amanhã à noite, no Estádio José Alvalade. Pinilla e Nélson engrossaram ontem a lista dos ‘condicionados’, embora seja cedo para saber se estão ou não disponíveis para integrar a convocatória. De fora mantêm-se Edson, Carlos Martins e Custódio.

e:

2005-08-13 - 00:00:00

Sporting - SAD tem acordo para a transferência mas…
Douala dribla ingleses e recusa Middlesbrough

Não fosse a recusa de Douala e, provavelmente, o internacional camaronês já estaria neste momento vinculado ao Middlesbrough.

É que, sabe o CM, a SAD ‘leonina’ e o ‘Boro’ já estabeleceram uma plataforma de entendimento capaz de viabilizar a transferência do extremo africano para o emblema inglês.

Porém, quando se julgava que o principal obstáculo estava ultrapassado – as negociações entre os clubes não foram fáceis e prolongaram-se durante dias –, surgiu a informação de que o jogador, porventura tentado por outras abordagens ou apenas apostado em ver melhoradas as suas condições salariais em Alvalade, estava renitente em aceitar rumar a Middlesbrough.

Ainda assim, e a julgar pela insistência do ‘Boro’ em garantir os serviços do veloz camaronês – ainda ontem, através do ‘site’ oficial do clube inglês, o ‘manager’ Steve McClaren reiterava o interesse em Douala –, admite-se a possibilidade das partes envolvidas nas negociações chegarem a um acordo que viabilize a transferência. Até porque, apesar do secretismo em torno das condições que o Middlesbrough oferece ao jogador, é certo que a proposta ultrapassa em muito os valores que Douala aufere em Alvalade.

Quanto aos clubes, o acordo terá sido celebrado por um valor ligeiramente acima dos seis milhões de euros, depois de vários avanços e recuos nas conversações.

Os contactos intensificaram-se na passada quarta-feira, obrigando mesmo o técnico José Peseiro a adiar a palestra à equipa, mas o entendimento final apenas terá sido alcançado no dia seguinte à derrota caseira ante a Udinese, encontro referente à terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. E nem o facto de Douala não poder jogar nas competições europeias pelo ‘Boro’ fez esmorecer o interesse na sua aquisição. “Temos mais três competições”, justificou McClaren, reafirmando “o interesse” em Douala.

quando ele chegou ao sporting cheguei a ouvir que ele iria ser muito importante pois ele e mais 2 ou 3 sabiam o que fazer a bola antes dela chegar, coisas dessas!!
o que mais me deixa curioso é que o douala no leiria e nos 1s tempos de sporting nao era o velocista da equipa, ate jogava mais no centro e via se !!tecnica na forma como recebia a bola e tal!!(se eu n tenho creditos, acho que ja estao negativos)
depois parexe que levou uma lavagem ao cerebro e so corre agora,ou entao a tecnica nao consegue acompanhar a velocidade, mas ao menos controlar a bola nao rudolph?

Ps - Mais uma vez fomos burros e não o soubemos vender na devida altura.

Isso é um mito que se criou. Havia uma oferta de 6 milhões por ele, por parte do Middlesbrough, e foi o Burruala a roer a corda, não querendo ir para os ingleses e fazendo-nos perder muito e bom dinheiro.

Agora não me apete ir pesquisar, mas já postei aqui no fórum a notícia que confirma isto mesmo.

Ou seja, para além de péssimo jogador, fez-nos perder 6 milhões :?

P.S.
Ganhei paciência para pesquisar:

O facto de já não poder alinhar pelo Midllesbrough nas competições europeias fez Douala recuar na sua pretensão em trocar o Sporting pelo clube inglês.

Esta nova tomada de posição foi revelada à Imprensa inglesa pelo empresário Jorge Gama, que representa o jogador.

“Posso assegurar que o jogador já não está interessado na transferência”, garantiu Gama, que adiantou ainda : “Isto não tem nada a ver com o Middlesbrough, mas antes porque Douala não pode jogar esta época por este clube, nas competições da UEFA”. Uma situação decorrente da utilização no encontro Sporting-Udinese.

Gama garante que Douala sente grande respeito pelo clube inglês e pelo seu ‘manager’, mas reforça: “Reflectimos bastante e pensamos que será uma perda de tempo insistirem com este negócio”.

Apesar de não poder utilizar Douala na Europa, o ‘manager’ do ‘Boro’, Steve McClaren já afirmou manter o interesse no camaronês.

Entretanto o Sporting continua a meio-gás a preparação para o jogo com o Belenenses, referente à primeira jornada da SuperLiga, a disputar já depois de amanhã à noite, no Estádio José Alvalade. Pinilla e Nélson engrossaram ontem a lista dos ‘condicionados’, embora seja cedo para saber se estão ou não disponíveis para integrar a convocatória. De fora mantêm-se Edson, Carlos Martins e Custódio.

e:

2005-08-13 - 00:00:00

Sporting - SAD tem acordo para a transferência mas…
Douala dribla ingleses e recusa Middlesbrough

Não fosse a recusa de Douala e, provavelmente, o internacional camaronês já estaria neste momento vinculado ao Middlesbrough.

É que, sabe o CM, a SAD ‘leonina’ e o ‘Boro’ já estabeleceram uma plataforma de entendimento capaz de viabilizar a transferência do extremo africano para o emblema inglês.

Porém, quando se julgava que o principal obstáculo estava ultrapassado – as negociações entre os clubes não foram fáceis e prolongaram-se durante dias –, surgiu a informação de que o jogador, porventura tentado por outras abordagens ou apenas apostado em ver melhoradas as suas condições salariais em Alvalade, estava renitente em aceitar rumar a Middlesbrough.

Ainda assim, e a julgar pela insistência do ‘Boro’ em garantir os serviços do veloz camaronês – ainda ontem, através do ‘site’ oficial do clube inglês, o ‘manager’ Steve McClaren reiterava o interesse em Douala –, admite-se a possibilidade das partes envolvidas nas negociações chegarem a um acordo que viabilize a transferência. Até porque, apesar do secretismo em torno das condições que o Middlesbrough oferece ao jogador, é certo que a proposta ultrapassa em muito os valores que Douala aufere em Alvalade.

Quanto aos clubes, o acordo terá sido celebrado por um valor ligeiramente acima dos seis milhões de euros, depois de vários avanços e recuos nas conversações.

Os contactos intensificaram-se na passada quarta-feira, obrigando mesmo o técnico José Peseiro a adiar a palestra à equipa, mas o entendimento final apenas terá sido alcançado no dia seguinte à derrota caseira ante a Udinese, encontro referente à terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. E nem o facto de Douala não poder jogar nas competições europeias pelo ‘Boro’ fez esmorecer o interesse na sua aquisição. “Temos mais três competições”, justificou McClaren, reafirmando “o interesse” em Douala.

Sendo assim, acaba por ser virar o disco e tocar o mesmo.

Ele não sai, e perde-se uma boa opurtunidade mas agradeço o esclarecimento, até porque sempre tive a ideia de que tinha sido o Sporting a negar a proposta.

Alguem sabe o que é feito do Douala? podia ter sido um jogador melhor aproveitado.

Reforma

;D

Quando estas sempre a fazer isso ja deixa de ter piada. Alem de mais basta ir ler-se as tuas mensagens para facilmente se descobrir que és um infiltrado que vem para aqui atrofiar.

Douala: um homem arrependido e com histórias da Taça UEFA perdida pelo Sporting

DIOGO CARDOSO OLIVEIRA
Este rapazola de 39 anos conta-nos, num português respeitável, que a final perdida com o CSKA teve um episódio estranho.

Lembra-se de Roudolphe Douala? Apostamos que sim. Foi um craque com muitos anos de Liga Portuguesa e que, no Sporting, jogou a célebre final da Taça UEFA, perdida em 2005, em Alvalade. Ao Bancada, este rapazola de 39 anos conta, num português muito respeitável, que essa final teve um episódio estranho, com Peseiro, que o Sporting nem sempre foi exemplar com ele e que gosta de treinadores que falem da vida. Tudo isto dito por um homem com uma alcunha curiosa. Coisas a ler mais à frente.

Aqui na redação, quando se disse o nome “Douala”, a reação geral foi: “Eh pá, o mítico Douala. Ao tempo que não ouvia falar desse craque”. Fomos, então, ao Estádio de Alvalade ver se as pessoas ainda se lembram dele. Tal como esperávamos, não foi difícil falar deste camaronês. “Douala? Não me lembro”, começa por nos dizer o Sr. Joaquim, sócio de uma geração mais antiga, mas rapidamente isto muda: “Eu lembro-me. Era aquele preto que corria para c******”. Não leve a mal a linguagem utilizada pelo Miguel, sócio mais novo, porque isto foi dito como o maior dos elogios. O mesmo adepto acrescentou: “O gajo jogava nas horas. Muito bom. E acho que chegou a jogar a final da Liga Europa”. Caro Miguel, estás meio certo. Jogou nesse jogo, sim, mas ainda era Taça UEFA. É só um pormenor. Rafael, que o acompanhava, também se lembra: “Então não? Grande velocista, o Douala. Lembro-me de haver um adepto com lugar ao pé de mim que tinha uma camisola com o nome dele”.

Questionado sobre se o Sporting foi o clube que mais o marcou, Douala respondeu sem hesitação. “Foi o Sporting, sem dúvida. Mostrou-me ao Mundo e fez-me descobrir o Mundo do futebol. Também foi pelo Sporting que cheguei à seleção dos Camarões. A partir daí, toda a gente se lembra do Douala do Sporting. Estava no top da minha carreira”, recorda, garantindo que, ainda hoje, há sempre gente que o reconhece em Lisboa.

Mas já vamos ao percurso nos leões. Antes disso, já alguém tinha olhado para Roudolphe Douala M’Bele, rapaz nascido há 39 anos em… Douala. Sim, Douala nasceu em Douala, cidade na costa ocidental dos Camarões. Chegou a Portugal em 1998, para jogar no Boavista. Ao Bancada, o camaronês recorda esse processo. “Estava nas camadas do Saint-Étienne e, num torneio na Suíça, estava lá o Boavista. Acabei por ser o melhor jogador do torneio e o Jaime Pacheco gostou de mim”, começa por contar, acrescentando: “Na altura, fui ganhar muito dinheiro, ainda em escudos. Para mim, pelo menos, era muito dinheiro. Tinha 19 anos”.

Pausa na história. Desafiámos Douala para algumas perguntas de resposta simples. O camaronês fez questão de explicar cada uma. Vá, não era bem esta a ideia, mas nós fechamos os olhos a isso, caro Douala.

Treinador que mais o marcou: “Não posso dar um. Há muitos que me marcaram. Não eram treinadores da bola, falavam da vida. O Vítor Oliveira, o Manuel Cajuda… tínhamos conversas que não eram só bola”.

Melhor jogador com quem jogou: “Samuel Eto’o era muito bom”

Adversário mais difícil de enfrentar: “Diria todos os defesas rápidos, que não me permitiam passar na velocidade”.

Depois de pensar uns segundos, lá sacámos um nome: “Posso dizer o Paulo Ferreira”.

Melhor momento da carreira: “Com a seleção camaronesa, em África, em 2005. Fomos jogar contra a Costa do Marfim. Era no campo deles e tínhamos de ganhar para ir ao Mundial 2006. Ganhámos esse jogo lá, fiz um grande jogo. E houve outro, pelo Sporting, que também me marcou. Foi quando fomos ganhar em Alkmaar, para a Taça UEFA. O apoio que tivemos no aeroporto foi incrível”.

Pior momento da carreira: “Foi também com os Camarões. Na classificação para o Mundial precisávamos de uma vitória e o Egito já não tinha nada por que jogar. Falhámos um penalti no último segundo. Foi a pior das coisas que podia acontecer”.

Douala esteve no Boavista, mas acabou por ser emprestado ao Aves e, depois, ao Gil Vicente e à União de Leiria. Foi nestes clubes que se cruzou com Vítor Oliveira e Manuel Cajuda, treinadores que, mais à frente, muito vai elogiar.

"Até poderia ter ido para lá e, mais tarde, voltar, como fez o Rochemback”

Depois de mostrar muito talento na União de Leiria, Douala foi pescado pelo Sporting. Chegou a fazer dupla de ataque com Liedson. Com Peseiro, o ala Douala – jogador supersónico de corredor – tornou-se um segundo avançado, muito móvel, e chegou a fazer oito respeitáveis golitos na primeira temporada. Nada mau. Apesar de não jogar colado ao corredor, Douala assume que era mesmo com a velocidade que fazia a diferença, tal como nos disseram os adeptos nas imediações de Alvalade: “Todos os jogadores profissionais sabem jogar à bola. Não conseguem lá chegar se não souberem. Depois, cada jogador tem uma coisa que o diferencia. A minha era a velocidade”.

Douala acabou por não conseguir fixar-se no Sporting, sobretudo depois de Paulo Bento ter substituído José Peseiro. “Nunca falámos sobre isso [jogar pouco]. O Paulo Bento só me dizia que eu fazia parte do plantel”.

Voltamos a Alvalade. Questionámos um par de adeptos sobre o que achavam que tinha falhado com Douala. “Sinceramente não sei, já não me lembro bem. Mas acho que ele no final já nem era titular”, tenta recordar-se um sócio leonino, enquanto outro consegue detalhar, qual treinador de bancada: “Ele vivia muito da velocidade. Talvez o avançar da idade o tenha tornado mais previsível e, por isso, menos influente. Mas eu até gostava dele”.

Meses antes, depois da final da Taça UEFA, Douala garante que teve a possibilidade de sair para o Middlesbrough, de Inglaterra. É o maior arrependimento que tem. “Existiu essa possibilidade. Foi um erro da minha carreira. Privilegiei o aspeto o desportivo – íamos jogar a Liga dos Campeões –, além de que estava bem com a minha família. Em Inglaterra pagavam-me muito bem e, se voltasse atrás, iria para lá. As coisas não correram como eu previ e estou muito arrependido. Até poderia ter ido para lá e, mais tarde, voltar, como fez o Rochemback”, recorda, antes de assumir: “Sim, claro que sinto que a minha carreira poderia ter ido mais longe”.

Douala recusou sair, após a tal final da Taça UEFA, mas, depois de ser pouco utilizado por Paulo Bento, acabou mesmo por sair. E para Inglaterra. O problema é que… nem ele sabia.

Douala esteve no Boavista, mas acabou por ser emprestado ao Aves e, depois, ao Gil Vicente e à União de Leiria. Foi nestes clubes que se cruzou com Vítor Oliveira e Manuel Cajuda, treinadores que, mais à frente, muito vai elogiar.

"Até poderia ter ido para lá e, mais tarde, voltar, como fez o Rochemback”

Depois de mostrar muito talento na União de Leiria, Douala foi pescado pelo Sporting. Chegou a fazer dupla de ataque com Liedson. Com Peseiro, o ala Douala – jogador supersónico de corredor – tornou-se um segundo avançado, muito móvel, e chegou a fazer oito respeitáveis golitos na primeira temporada. Nada mau. Apesar de não jogar colado ao corredor, Douala assume que era mesmo com a velocidade que fazia a diferença, tal como nos disseram os adeptos nas imediações de Alvalade: “Todos os jogadores profissionais sabem jogar à bola. Não conseguem lá chegar se não souberem. Depois, cada jogador tem uma coisa que o diferencia. A minha era a velocidade”.

Douala acabou por não conseguir fixar-se no Sporting, sobretudo depois de Paulo Bento ter substituído José Peseiro. “Nunca falámos sobre isso [jogar pouco]. O Paulo Bento só me dizia que eu fazia parte do plantel”.

Voltamos a Alvalade. Questionámos um par de adeptos sobre o que achavam que tinha falhado com Douala. “Sinceramente não sei, já não me lembro bem. Mas acho que ele no final já nem era titular”, tenta recordar-se um sócio leonino, enquanto outro consegue detalhar, qual treinador de bancada: “Ele vivia muito da velocidade. Talvez o avançar da idade o tenha tornado mais previsível e, por isso, menos influente. Mas eu até gostava dele”.

Meses antes, depois da final da Taça UEFA, Douala garante que teve a possibilidade de sair para o Middlesbrough, de Inglaterra. É o maior arrependimento que tem. “Existiu essa possibilidade. Foi um erro da minha carreira. Privilegiei o aspeto o desportivo – íamos jogar a Liga dos Campeões –, além de que estava bem com a minha família. Em Inglaterra pagavam-me muito bem e, se voltasse atrás, iria para lá. As coisas não correram como eu previ e estou muito arrependido. Até poderia ter ido para lá e, mais tarde, voltar, como fez o Rochemback”, recorda, antes de assumir: “Sim, claro que sinto que a minha carreira poderia ter ido mais longe”.

Douala com a mítica versão “SECIL” da União de Leiria
Douala recusou sair, após a tal final da Taça UEFA, mas, depois de ser pouco utilizado por Paulo Bento, acabou mesmo por sair. E para Inglaterra. O problema é que… nem ele sabia.

“Eu não queria sair. Fui obrigado. Estava com a seleção, em África, e era o fim do mercado. Recebi uma chamada do Portsmouth, a dizer que eu ia para lá emprestado. Eu nem sabia nada e só queria saber alguma coisa. Nem uma hora tinha para decidir porque o mercado ia fechar 30 minutos depois”.

O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita, já diz o povo. E foi mesmo assim. No Portsmouth, nada correu bem. "O treinador [Harry Redknapp] nem olhava para mim. Fui para lá, mas o treinador não me queria. Não percebo. Eram 40 jogadores no plantel e ele nem falava comigo”.

Depois de um regresso a França (Saint-Étienne) e de passagens curtas por Grécia (Asteras) e Bélgica (Lierse), Douala dedicou-se ao pós-futebol. “Estou a tirar o curso de treinador”, conta-nos, apesar de acrescentar: “Quero ser empresário de jogadores”. Em Portugal? “Para isso pode ser em todo o Mundo [risos]. Mas claro que conheço bem Portugal”.

“Doudoupelé” em silêncio
Pedimos a Douala uma história que o tenha marcado, no futebol, e uma alcunha. Disse-nos que lhe chamavam “Doudoupelé” e recordou as horas antes da final da Taça UEFA, em 2005.

“Por acaso lembro-me de uma na final da Taça UEFA, com o Sporting. A seis horas do jogo, ainda não sabíamos quem ia jogar a final. Quando soubemos, vimos que quatro ou cinco jogadores que jogaram muito durante a campanha ficaram no banco. Foi um ambiente estranho no balneário e no banco. Estávamos a jogar uma final e ninguém falava. Acho que um dia antes deveríamos saber quem ia jogar. Era uma situação estranha”.

Só por curiosidade e para isto não cair em saco roto, fomos ver os registos dessa campanha e desse jogo. Dos onze jogadores mais utilizados, três ficaram no banco: Polga, Rui Jorge e Douala. Entraram Miguel Garcia e Rodrigo Tello - pouco utilizados até aí -, mais o bastante utilizado João Moutinho. Já agora, o onze utilizado na final perdida frente ao CSKA foi: Ricardo; Miguel Garcia, Enakarhire, Beto, Tello; Rogério, Rochemback, Moutinho, Pedro Barbosa; Sá Pinto e Liedson.

Bancada

Peseiro, Peseiro… Contigo fomos à final, por causa de ti perdêmo-la…

Jasus. Rochemback, Moutinho, Barbosa, Sá Pinto e Liedson.

Ver isso comparado com agora…

Roudolphe Douala:

"Às vezes dizem que o amor pela camisola ou pelo futebol é mais importante do que o dinheiro, mas é mentira.

No Verão de 2005, os ingleses do Middlesbrough estavam loucos por me contratar e chegaram a fazer uma proposta de 8M€ ao Sporting CP.

As duas partes chegaram a acordo, mas a única pessoa que não quis ir para lá fui eu. Estava feliz no Sporting e em Lisboa com a minha família, queria jogar a Champions League e ir ao Mundial com a selecção camaronesa. Os ingleses fizeram tudo para me convencer, pediram a algumas figuras do futebol inglês e camaronês para me ligar e até tentaram conversar com a minha ex-mulher. Queriam pagar-me o dinheiro que quisesse e dar-me quatro anos de contrato, mas a minha cabeça estava no Sporting.

No final, fomos eliminados pela Udinese na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, os Camarões falharam o apuramento para o Mundial e, alguns meses depois, dispensaram o Peseiro, um treinador que me dava uma confiança total.

No final da época 2005/06 o Middlesbrough ainda me queria, mas o treinador que me queria mais que tudo, o Steve McLaren, saiu e, um dia antes de ir lá assinar com eles, entrou outro treinador, que tinha outro jogador na cabeça.

Fiquei sempre marcado por esta oportunidade ter sido recusada. A partir deste episódio andei de empréstimo em empréstimo.

Às vezes até choro a pensar nisto, era o contrato da minha vida. Tenho a certeza de que se tivesse aceitado aquela proposta a minha carreira teria outro final muito mais feliz."