Vitória inteiramente justa, com uma exibição positiva.
Melhorou-se claramente o nível exibicional da equipa do primeiro para o segundo jogo. Se no jogo com Angola, raras foram as jogadas colectivas que foram sendo desenvolvidas durante os 90 minutos, neste jogo já se conseguiram ver boas sequências de troca de bola, tendo a primeira parte sido um bom exemplo disso mesmo, com Portugal a demonstrar uma superioridade avassaladora sobre o Irão, nomeadamente na percentagem de posse de bola.
Recuperado que está o onze mais próximo do Euro 2004, tem de se conceder algum mérito a Scolari pela sua insistência neste grupo, mesmo com alguns jogadores que chegavam à convocatória com pouco ritmo de jogo. Maniche e Costinha mostraram estar em bom nível, tendo sido com este grupo que se conseguiu, em dois jogos, ultrapassar os mínimos exigíveis para este Mundial.
Individualmente, elegeria Miguel como o MVP. Não esteve em nenhum dos golos, mas pareceu-me o jogador mais regular durante os 90 minutos. Aparenta estar num excelente momento de forma.
Deco iniciou bem o Mundial, não só pelo excelente golo, mas pela exibição positiva que conseguiu. Mesmo assim, é capaz de fazer melhor.
Ronaldo melhorou, mostrando-se mais preocupado com a equipa do que com o próprio umbigo. É por aí que tem de melhorar.
Figo não terá estado tão bem como contra a Angola, mas acabou por ser novamente decisivo, estando presente nos dois golos.
No plano mais negativo, há que destacar Meira, numa exibição desastrada. É uma das unidades mais fracas da Selecção a par de Nuno Valente. É pena que Ricardo Carvalho não tenha um companheiro à altura.
Pauleta esteve também francamente mal. Se é verdade que lhe chegaram poucas bolas, das poucas vezes que foi chamado a intervir esteve sempre mal, fazendo lembrar as suas exibições no Europeu. É também aqui que Portugal fraqueja, mostrando-se uma Selecção com algumas limitações.
Limitações essas que se estendem às segundas escolhas. Salvo raras excepções, o banco de Portugal raramente trará mais-valias para o onze habitualmente titular. É algo confrangedor observar as alternativas que temos no banco, ficando a ideia de que as substituições só farão piorar a equipa e não o contrário.
Venha agora o México e, sobretudo, venha agora a Holanda. Evite-se a Argentina o mais possível, selecção que demonstra ser o contrário de Portugal em opções disponíveis. Em relação à Holanda, acredito que possamos estar à altura, com aliás temos provado em confrontos anteriores.