Chown:
O Sporting não pode ser meramente um conjunto de números mas também o é, quer queiramos, quer não! Com a entrada em bolsa, temos que prestar contas a todos os investidores, como também à entidade reguladora!
O que é importante é não deixar cair um conjuntos de valores, um conjunto de princípios pelos quais sempre nos conduzimos e que nos levaram ao sucesso e à glória!
Infelizmente estamos alienar o carisma pelos número e acho que é isso que o Winston Smith quiz transmitir.
Totalmente de acordo: O SPORTING SOMOS NÓS.
Nem se trata de uma dicotomia paixão/razão. Há uns anos até entraria por aí, mas o que nos afunda é algo mais.
A invasão do clube pelos tais gestores financeiros e os seus projectos de financiamento e investimento, com zero de sensibilidade para o core business do Sporting, o desporto e essencialmente o futebol, sem capacidade de escolher, formar e investir no know how desportivo, deixaram o "projecto" coxo e condenado ao fracasso.
A teia criada por um conjunto de personalidades, que se sucedem umas às outras e unidas por uma mesma forma de pensar o clube, delfins de um mentor de um novo paradigma e que se autodefendem de erros de gestão clamorosos, fazendo tudo por tudo para manter a desresponsabilização de gestão, a protecção dos amigos e não se inibindo à secundarização dos interesses do clube, a favor de interesses próprios e/ou de terceiros, tornou o Sporting não um clube apetecível de gerir mas algo que não é possível largar das mãos, de forma que a(s) verdade(s) se mantenha(m) escondida(s).
À medida que tudo começava a falhar e falo das perdas financeiras pela incapacidade de rentabilização de património construído e da dívida ( monstra ) inerente, pela incapacidade na gestão desportiva, que acumulou dezenas e dezenas de milhões de prejuízos, só minimizada pelo retorno de activos da formação, pincela-se a incompetência com um discurso que com o tempo se tornou a imagem de marca destes gestores e vai enraizando nos adeptos. A má gestão e a dívida por esta criada, é quase que tida por obra do destino e do azar... por isso mesmo limita-se a ambição desportiva, passam-se mandatos inteiros a disfarçar, através de aumentos e reduções de capital, reestruturações financeiras e afins, os buracos anuais criados, em vez de se arranjarem soluções que permitissem dar ao clube um rumo e um verdadeiro projecto.
Cria-se então o conceito de inevitabilidade. Coloca-se a hipótese de venda do futebol do clube como única alternativa e pasme-se, tal coisa cai como natural entre o universo Sportinguista, que continuando a seguir pela cartilha dos dirigentes, que lhes interessou fazer entranhar nos adeptos que o destino do Sporting era chegar a um ponto de insustentabilidade, de secundarização global face aos seus rivais e que nada havia a fazer quanto a isto, ilibando os intervenientes na gestão do clube, culpando o alinhamento cósmico que definiu "este" Sporting. E o mais arrepiante, é que os nossos dirigentes, claramente sem soluções para o monstro que criaram, nem tentaram vender investimento estrangeiro à la Man City e outros. Não, tal ideia começou a ser ventilada apenas como forma de o Sporting conseguir pagar as suas despesas correntes.
Para mim e até prova em contrário, o que está na mesa, é perdermos a gestão do nosso clube não a troco de um sonho, por pouco sentido que esse sonho faça, tendo em conta a realidade competitiva do país e da nossa liga, de milhões e milhões para se lutar por títulos importantes, mas sim a troco de uns baldes de areia que vão tapando o buraco pela incompetência da nossa gestão.