quanto ao resto... sempre um prazer ler-te. 
Sinto o mesmo sentimento que o Carlos, no que diz respeito à citação e como ele e para quem gosta de futebol e ler futebol é um prazer ler-te. 
Deixem-se dessas coisas, não só deixam um tipo (eu) encavacado, como apenas é uma
conversa de café. O prazer surge naturalmente entre todos, por isso é que falamos.
temos que arranjar forma do mauras nos conseguir uma entrevista online com o mister Domingos para lhe colocarmos algumas questões puramente técnicas (ou tácticas, chamem-lhe o que quiserem).
é uma dureza acabar os jogos e ouvir as perguntinhas da treta nas flash-interviews ou nas conferências de imprensa. aquilo é chapa 3 e siga.
gostava imenso de lhe perguntar algumas coisas e julgo que muitos de nós teriam interesse em ouvir/ler as suas respostas e talvez ficássemos todos a entender melhor algumas opções.
Hum? Fazer perguntas

a um treinador? Eles sabem muito e depois pensam que fazemos perguntas palermas...

Faz-me lembrar da resposta do Caixinha na entrevista rápida à SPortTv ao cavalheiro que lhe perguntou "Então, que aconteceu na 2ª parte e como chegou o Sporting ao empate?" (qualquer coisa assim) - "Então, não viu o jogo?" - a única parte em que esteve bem.
[...]
Mas desculpa remoer

À vontade!
[...]mas custa-me a ingerir que a nova resma de treinadores seja "a la Mourinho", jogar pelo seguro, apostar muitas vezes no losango que é provavelmente o sistema "mais seguro" e ganhar pela certa. Dizes e muito bem que o dez puro está em extinção na Europa e os que são importados a esmagadora maioria não se adapta, que alas abertos com apenas dois médios centros perde meio campo, mas... vide Van Gaal, como ele jogava o Bayern e chegou a uma final da liga dos campeões com não alas mas extremos como alas, dois médios centros e dois avançados. Ainda existem por aí, uma minoria é verdade, que são loucos pelo futebol ataque, pelo futebol paixão e espero que não desapareçam. Por tudo isso, não acho descabido o Sporting, um grande, pelo menos no campeonato jogar um futebol ofensivo.
Sim, a fornada de treinadores é assim. Pelo menos na nossa Liga. Temos verdadeiros
ratos de tácticas, especialistas em prender o adversário e aproveitar as lacunas. Se ele se estica, perde! Daí ser difícil para malta estrangeira, a menos que sejam ainda mais
ratos (tipo Trapattoni) e mesmo assim...
Que fazer? Olha, faz como eu, procura
streams de jogos holandeses ou alemães. Principalmente os primeiros, embora a Bundesliga seja um tratado de ataque. Era o que eu fazia (nos tempos em que tinha tempo para ver futebol

).
Mas mesmo o Bayern de Van Gaal sabia ter cuidado. Sabes, eu acho que com Ribery e Robben (ou quem entrava na vez dele, muitas vezes médios adaptados) a jogar mais por dentro e um Muller (ou Olic, principalmente em 2009) que baixam e compensam, ele não tinha esses problemas. Era um verdadeiro tratado de movimentação, é certo. mas também tem jogadores verdadeiramente capazes de metamorfoses tácticas. Basta mexer dois e a equipa transforma-se. Nós nem alas em número suficiente temos, e dos que tivemos até agora em maior número de jogos, um é muito rectilíneo o outro um miúdo que ainda se anda a adaptar, quanto mais transformar-se em cada momento do jogo. E outra coisa: os médios centro que eles têm à disposição, muito à médio centro tipicamente alemão (muito completo) são de outro mundo.
Aliás, tenho para mim que o Sr. Paulo Sérgio queria fazer algo semelhante no Sporting. Mas claramente não conseguiu. E duvido que com jogadores como os que tinha (e suas características) o conseguisse.
Gostava de ver experimentada uma coisa deste género:
[...]
Com posse de bola o Renato assumiria a posição de trinco e passava a um 3-4-3, sem bola fazia de central e passava a 4-3-3...
E isso não se consegue com dois centrais, o adiantamento dos laterais e o recuo (ocasional) do Neto, até para compensar a subida dos laterais em situações de contra-ataque adversário? Sem prejudicar a manutenção dos actuais e até alternar entre mais sistemas (como o actual).
Ravanelli,
Um excelente post, [...]
Chamo à atenção para a minha primeira resposta. Deixe-mo-nos de coisas.

[...] com que discordo nalguns aspectos.
Shoot!

Relativamente a Guardiola, sempre. Não inventou nada de especial em termos de sistema táctico, realmente. Aí talvez Riijkard tenha sido mais visionário. Ou Bielsa (não tanto).
As dinâmicas e o que a equipa joga, em campo, seja com um jogador numa zona, seja com esse mesmo jogador 2 metros ao lado ou á frente, é que são incomparáveis.
O que o Barcelona de Guardiola faz, em 4-3-3, em losango, ou num 3-4-3 sem alas, é magia. E é muito mais evoluído que o que quer que tenha sido feito por Riijkard no passado (tenha este posto em campo 2 ou 3 defesas).
Expressei-me mal. Eu não queria retirar mérito a Guardiola. Ele tem e muito. Infelizmente as pessoas estão tanto tempo a pensar que ele inventou o sistema táctico, que perdem o que ele verdadeiramente trouxe ao Barça de hoje. Quanto a mim, a forma como circulam a bola.
Já o disse, para mim o Barcelona é um evoluir constante de uma ideia programada desde o final dos anos 90. Cada treinador foi meticulosamente escolhido (sendo que dois meteram a pata na poça), cada um deles acrescentou algo ao
edifício. Paralelamente, criavam-se jogadores à medida da ideia. Rijkaard (e Van Gaal antes desse) contribuíram mais para o compromisso de posicionamento que Guardiola. Guardiola treinou o Barça B, seguindo a mesma ideia dos seus antecessores. E já no tal 2323 ou 433, como preferirem.Porque a ideia original não era dos treinadores. Era de alguém que tinha definido o plano (e que hoje reclama que o tratam mal).
O Barcelona tem hoje uma coisa verdadeiramente fabulosa: consegue simular uma desmarcação de um jogador para passar a outro. É como se o Rinaudo subisse com a bola, olhasse para o Elias a desmarcar-se, mas notasse que o João Pereira ficou atrás para proteger os avanços e que o Jeffrén também não se mexeu para depois receber a bola. E ele pensa "Ok, isto é porque tenho de passar a bola ao Schaars, o Insúa já se prepara para, juntamente com o Capel, abrir linhas de passe. Ao mesmo tempo, o Wolfswinkel também abre outra linha de passe, caso estas falhem. O Jeffrén há-de de se juntar à festa, numa diagonal perfeita." Desculpem, isto é o mais bonito do Barcelona de Guardiola. E isto é mérito dele. E isto não surge em dois dias, como muitos pensam que poderia acontecer com o Sporting de Domingos. Quando uma equipa simula uma desmarcação para encobrir um passe...

Tal como o duo a meio-campo, o duplo pivot. Sou dos que o olha com desconfiança, mas não acho que tenha tudo para dar errado. O Porto joga em duplo pivot. E ganha. Joga mal (ou melhor, não joga muito melhor que o Sporting), mas ganha.
Sim, mas eu já disse que é possível. Baixa-se a equipa e já dá. Aposta-se em jogadas de contra ataque mais rápido e já dá. Mas para isso nem necessitamos de duplo pivot. Precisamos é de desistir de recuperar a bola lá na frente (como já fizemos e continuamos a tentar) e temos de construir linhas de passe rápidas, directas e a compasso.
Ah, e o Capel e o outro ala têm de conseguir sair-se bem no 1x1. Permite assistir o ponta ou esperar pelos médios centro.
Quanto ao 10, estou de acordo. Mas não vejo qualquer tipo de associação ao Matías. O Matías defende, o Matías posiciona-se relativamente rápido na zona certa depois da perda de bola, e até trabalha bem na pressão depois.
Não é um Fernando Bellushi defensivamente, isso não é. Mas, no aspecto defensivo, não é muito menos que um Aimar. E um Aimar não está, nem estará, em extinção. Felizmente, opino eu.
Ao Matías falta, fundamentalmente, não ter lesões musculares e querer aparecer mais vezes em jogo (tem-no feito mais este ano). Defensivamente, não lhe falta muito. Sem ser brilhante, claro.
Na minha opinião, ao Matías falta aprender. E falta outra coisa (já digo). Não acho que Belluschi seja um jogador muito evoluído tacticamente. Esforça-se, mas o Matías não fica atrás. Desde que jogue, ganhe minutos e se entenda com os colegas. Aimar é diferente. É um
rato, sabe muito. Não se mexe à toa, pode não parecer saber defender, mas basta a sua presença e a coisa muda de figura. Depois, tem outra coisa: um pitbull defensivo, que nós (neste momento) não temos. Não podemos comparar o sistema do Sporting com o do JJ no benfica.
Mas nem acharia demasiado perigoso ter um Matías num triângulo invertido. Desde que o trinco fosse o Rinaudo (a tal coisa que falta). Porque este compensa qualquer espaço em aberto no meio campo. Cai em cima antes que o adversário consiga respirar. Duvido que Carriço (principalmente por falta de rotina), André Santos ou Schaars sejam assim. Marcam mais à zona e nem sempre arriscam no corte e recuperação. Rinaudo nunca tem dúvidas se corta ou não. Nem o Javi. O Matías teria de defender à mesma, até mais que o Aimar faz (porque tem um sistema que lhe permite isso - embora já fosse mais ajustado do que é hoje), e mesmo sem ser brilhante, o impacto defensivo dessa falta de brilhantismo seria bem menor se tivéssemos o Rinaudo.
A principal diferença nem é no sistema, nem no Ramires (ou Elias) nem coisa alguma. O que nos lixa é o trinco. E já agora, o tal central rápido que permite jogar mais junto (embora isso, graças ao recuo dos nossos adversários para tapar os 7 que desequilibram e à liberdade dada aos centrais até aconteça).
Embora o nosso sistema obrigasse o Matías a recuar mais que o Aimar, sem dúvida. E não, nesse caso já não falamos do tradicional "10", livre de tarefas defensivas, colado ao avançado, como no tempo das grandes formações italianas ou ao melhor ritmo sul americano, sempre atento para receber a bola e fazer magia.
Eu já me tinha curado deste tipo de
post.
