Antes de mais, deixem-me dizer-vos que discordo do tempo e da forma como o Domingos foi dispensado. Pareceu-me muito deselegante, covarde e cínico. Pareceu-me muito pouco "à Sporting".
Mas adiante, hoje o Sá Pinto é o treinador do Sporting e tem todo o meu apoio.
Para bem do Sporting, espero que o Sá Pinto saiba gerir a equipa em função das suas ideias e princípios de jogo e que não ceda às pressões da bancada ou dos comentaristas. Lembrem-se que ele comanda um grupo de homens. Homens que esperam que ele tenha ideias próprias e que os saiba defender das pressões, dos assobios e da ansiedade alheia. Penso que se o antecessor falhou foi sobretudo aí, quando começou a culpar os jogadores, a direcção, as contratações... Posso estar enganado, mas penso que isso isolou-o e poderá tê-lo feito perder o balneário.
Parece-me que o Sá Pinto, com o pouco tempo que leva, já fez o diagnóstico daquele grupo: falta liderança, confiança e alegria. É óbvio que ele vai tentar implementar um modelo de jogo no qual se reveja, mas antes disso, e para isso, é preciso que a equipa respeite e acredite em quem a lidera. E uma das formas de o conseguir passará por ignorar as sondagens de popularidade de jogadores e ser teimoso. Isso implica apostar em jogadores que andavam desanimados por terem caído em desgraça (Carriço, André Santos), ir buscar aos júniores alguns talentos que ele bem conhece, recuperar ou promover à equipa principal alguns dos portugueses (que ultimamente andavam a ser tratados como se tivessem lepra) e tratar com respeito alguns dos veteranos (Polga, Izma, etc.. ).
E enquanto os jogadores merecerem a aposta, ele recompensá-los-á, mantendo-os. Isso é uma estratégia de afirmação de liderança. Quem não gosta... azar.
Tudo isto é um equilíbrio muito difícil e o Sá está consciente disso. Nos próximos tempos, muito provavelmente, ser-lhe-á mais fácil jogar fora, do que em casa: não será fácil enfrentar a animosidade da bancada, a incompreensão e as dúvidas sobre as suas capacidades.
Mas acredito que com a teimosia que lhe é reconhecida (e com um pouco de diplomacia e boa comunicação, se possível) o Sá Pinto acabará por ir conseguindo as vitórias (mesmo que pouco convincentes, como a de hoje) que por sua vez lhe darão o tempo de que necessita para pôr a equipa a carburar e a jogar bonito. E isso poderá dar-nos coisas muito boas: resultados, claro está, mas sobretudo uma identidade e um orgulho reencontrados.
Saibamos nós apoiar...
Concordo.
É triste as pessoas já terem passado pela situação de ser mais difícil para o Sporting jogar em casa do que fora... e mesmo assim continuam a malhar na mesma parvoíce. Está visto que é assim com quase tudo, nas eleições é a mesma treta.
E o problema não é só isto ser difícil para o Sá Pinto e para a equipa... muitas pessoas chateiam-se e fartam-se de Alvalade, porque vão ver a bola e parece que estão rodeados de adeptos da equipa adversária, já vi várias vezes pancadaria por causa de situações dessas. E em vez de direccionarem a revolta para a origem do problema (direcção, administração)... escolhem sempre o mesmo bode expiatório: treinador e jogadores.